Super-intenção: O que você quer demais não acontece.

Super-Intenção: Programando o fracasso

Nem sempre conseguimos aquilo que queremos, e não existem regras que garantam a realização de alguma coisa para nós, porém, existem algumas coisas que podem garantir que o que queremos NÃO se realize, e por contra-intuitivo que seja, uma delas se trata de um desejo demasiado, desesperado ou obsessivo, a super-intenção.

O grande psicólogo, autor e criador da Logoterapia, sobrevivente de campos de concentração, Viktor Frankl, escreveu um livro magnífico sobre trauma e sobrevivência chamado “Em Busca De Sentido”, e apesar de não ser uma leitura dinâmica é bem ilustrativa e acho que todo mundo deveria ler alguma vez na vida. Você encontra neste link.

“Uma intenção forçada torna impossível aquilo que se quer forçosamente. Você deve deixar o sucesso acontecer não dando tanta importância à isso” – Viktor Frankl

Nos seus trabalhos seguintes sobre Logoterapia, ele diz que após encontrar o sentido para viver existe a necessidade de realização na pessoa, e então ele alerta para o que chamava de super-intenção.

Para Frankl, a super-intenção provoca um curto-circuito entre o desejo e aquilo que está acontecendo, gerando movimentos nervosos, físicos e emocionais, que levam necessariamente para a baixa performance.

Existem muitos exemplos claros disso, de como a super-intenção prejudica na perfomance, e não apenas performance profissional, qualquer performance, desde contar uma piada num grupo de amigos, passando por uma entrevista de emprego, por um encontro com alguém que temos interesse romântico, até dançar no palco em alguma apresentação para o público.

Um conhecido meu é um flautista australiano, se chama James, e toca flauta desde antes que eu nasci. Ele conta a história de quando descobriu a super-intenção pela primeira vez na sua vida quando era criança:

– “Eu estava apaixonado por essa menina, Cindy, era meu primeiro amor, ela tinha uns dez anos e eu nove. Eu iria fazer o solo de flauta na apresentação da escola e estava realmente empolgado por isso.

Eu me via fazendo o solo enquanto ensaiava no meu quarto, horas por dia, eu imaginava Cindy aplaudindo do lado da minha mãe e todas as pessoas sorrindo e gritando: Bravo!

O dia da apresentação chegou e eu estava mais empolgado ainda, tinha treinado por dias à fio, me dedicado à isso, e sequer precisava de partitura para tocar o solo, já estava decorado.

Cindy dançou junto com outras meninas da turma, e eu estava nas nuvens, parecia um dia perfeito. Logo chegou minha vez de apresentar o solo de flauta que tanto havia ensaiado.

Ao subir no palco olhei para Cindy, minha mãe, e o silêncio era aterrador. Eu queria tanto fazer um solo bonito, e estava tão excitado esperando por isso, mas nada havia acontecido, era apenas silêncio e expectativa.

Comecei a suar e a me sentir frio, minha barriga estava fria e meu coração disparado. Eu comecei o solo com algum atraso em relação à música e por estar nervoso, dei a primeira respirada fora de compasso, que resultou numa nota branca, um apito fora da melodia, e todos perceberam isso.

O que se seguiu foi que eu estava respirando nervoso, e não conseguia tocar a flauta, tudo que saia era um constrangedor tu-tu-tuuuu…tuuuu-tutut…e minha performance acabou mais cedo porque eu saí correndo do palco e fui chorar do lado de fora.”

James havia sido humilhado na frente da menininha que ele gostava. Não por outro menino, não pela maldade humana, nem por um trabalho injusto que ele não pudesse cumprir (pelo contrário), ele foi humilhado pela sua super-intenção que descordenou o sistema nervoso.

A super-intenção nos liga à uma cena imaginada, provoca desconexão com a tarefa necessária para chegar lá e ansiedade, o que é o suficiente para nos colocar em um modo de performance muito aquém até mesmo das nossas habilidades diárias menos inspiradas.

“Quanto mais duro tentamos conscientemente fazer alguma coisa, menor a possibilidade de conseguirmos. A proficiência e os resultados da proficiência vêm apenas para aqueles que aprenderam a arte paradoxal de fazer e não fazer, ou combinar relaxamento com atividade, de deixar ir, para que o desconhecido imanente e transcendente possa tomar conta.” – Aldous Huxley

Super-intenção e Magia

Todo movimento para influenciar a realidade, a sorte, as pessoas ou qualquer coisa à nosso favor é um ato consciente, uma consciência de desejo. Essa consciência de desejo vem da chamada Vontade. Por isso que toda ação consciente é um ato mágicko, é Magia.

“Todo ato consciente é um ato de Magia” – Aleister Crowley

Um ritual, um pedido, uma oração fervorosa, uma consagração, uma entrevista, um encontro amoroso, um convite para um encontro, um pedido de aumento, oferecer algo que se vende, produzir alguma coisa, todos são atos mágickos, poque todos são atos criadores, atos de intenção.

A super-intenção é algo que prejudica todas as nossas ações de poder ou ações criadoras, ou seja, nossos “atos mágickos”. Isso porque a super-intenção traz duas coisas negativas consigo, que impedem que utilizemos as nossas capacidades: Expectativa e Falta.

A primeira, expectativa, não é como a esperança, porque a esperança é a possibilidade de algo que nos agrada ou ajuda.

A expectativa é a ilusão de algo que nos agrada ou ajuda, como se fosse acontecer logo em seguida de alguma coisa que nem sabemos o que é.

A expectativa gera uma desconexão com o meio, porque ficamos tão apaixonados pelo resultado de algo que queimamos o processo desse algo em nossas mentes, vendo apenas os resultados, os louros colhidos, e não a situação que está em nossa frente.

Algumas vezes podemos ter sorte, e a expectativa acaba se concretizando (não sem grandes dificuldades no caminho), mas na maioria das vezes acordamos no meio do processo para aquilo que queremos, como quem acorda de um sonho, despreparados, confusos e sem saber o que fazer.

Uma boa história que ilustra a expectativa eu tirei do livro “A Quietude É A Chave” de Ryan Holiday, que você encontra aqui. O livro é uma leitura fácil e bem interessante, e nele está a história do rebatedor Shawn Green, o recordista de rebatidas seguidas, também autor de livros e ídolo do Baseball:

Shawn era um ótimo rebatedor, o que garantiu que fosse o titular da equipe dos Dodgers de Los Angeles, mas a temporada de 2002 começou mal para ele. Ele tinha um alto salário de 14 milhões de dólares por ano, era uma das estrelas do time, mas estava jogando mal desde o início da temporada.

O “jogar mal” foi ficando pior à medida que a torcida vaiava, o técnico reclamava o ameaçando à reserva, e as críticas choviam nos noticiários esportivos. Ele simplesmente “esqueceu” como rebatia, e deixava passar todas as bolas. Ele estava péssimo.

Shawn era praticante do budismo, e procurou exatamente na quietudade da mente, e no APROVEITAR o momento presente a solução para esta crise.

À partir de Maio daquele ano, Shawn passou a entrar na quadra se concentrando em aproveitar o jogo, no processo de ser um jogador profissional, na oportunidade de fazer o que amava e ganhar por isso, e não no desespero de saber que seu contrato estava por um fio.

Naquele dia 22 de Maio, Shawn começou mal, deixando passar as bolas, mas respirou, aproveitou a situação e só fez aquilo que gostava, jogar baseball. Neste jogo ele teve quatro home runs, batendo o recorde mundial que apenas outros três jogadores haviam batido antes dele.

O livro do Ryan Holiday vale a pena, apesar de ser mais voltado para a quietudade mental, histórias como esta ilustram com perfeição a dinâmica da manifestação e da super-intenção.

“A expectativa é o maior impedimento para viver: leva-nos para o amanhã e faz com que se perca o presente” – Seneca

Além da desconexão com o meio que nos faz ter péssimas perfomances para obter o que queremos, já que estamos nervosos para manifestar o resultado, o futuro, existe a frustração pelo que aparece na nossa frente, pelo que não foi como imaginamos, ou não foi como no passado.

Essa frustração é extremamente desmotivadora no mínimo, e muitas vezes nos coloca numa situação de surpresa e letargia que nos amarra introspectivamente, não nos permite expressar, brilhar nem manifestar nada.

A segunda praga que a super-intenção traz é a FALTA. Isso porque queremos tanto determinada coisa que isso acentua a sua falta na nossa vida. Não se ganha nada por falta. O universo é binário e só existem dois algarismos que dão origem à toda criação e matemática.

Ou se é zero (nada) ou se é um (tudo). O um portanto tem a infinita capacidade de ser, já o zero não pode multiplicar nem somar, ele volta à ser zero.

A bíblia pode não ser uma fonte de sabedoria para todos, mas sem dúvida traz vários tesouros esotéricos para quem sabe ver, os místicos gnósticos que o digam. Ali existe a história de Jesus multiplicando os pães e os peixes.

Atente que ao multiplicar os pães e os peixes para toda a multidão, Jesus pediu para que lhes dessem os pães e os peixes, e através deles, os multiplicou. Ele não balançou as mãos para o alto fazendo chover pão e peixe.

A mesma coisa se encontra na história da água que virou vinho. Foi pedido um barril com água, e não um barril vazio, e dali se fez o vinho.

Estas histórias tem significados alegóricos e não literais. É pura manifestação por parte do mesmo que disse: “Áquele que tem mais será dado; ao que não tem, até o que tiver será tirado”.

O caminho da falta é um caminho que não permite a criação. Não importa se é multiplicar pães, conseguir mais dinheiro ou transar com aquela menina linda, aliás, não subestime esse exemplo. Pouca coisa afasta mais uma mulher do que um homem que parece desesperado para ter sexo com ela. É pior que vendedor suado, explicando nervoso o produto, esperando uma venda.

A falta e a expectativa são produtos da super-intenção, inimigos fidagais da manifestação e da performance, respectivamente.

“A pressa para encerrar e vencer uma batalha implica em erros que conduzem obrigatoriamente à derrota” – Ensinamento dos guerreiros místicos Yama Bushi, os originais ninjas do Japão.

Super-intenção e comparação:

Outro produto da super-intenção é a comparação. O comparar nos deixa totalmente por baixo, pois ninguém pode ser elevado ao se comparar com os outros, a métrica não bate!

É como comparar jogadores de futebol de épocas diferentes, locais diferentes. Eles enfrentaram adversários diferentes em nível e dificuldade, tiveram outras condições em seu próprio time, portanto a comparação é impossível, é ridícula, porque é totalmente diferente, sempre é.

As pequenas nuances que criam o destino e a sorte são sempre diferentes, e elas fazem quase toda a diferença num resultado comparativo.

Voltando a falar de futebol, lembre-se que Zico e Sócrates não tem uma copa do mundo, mesmo tendo marcado história nas que participaram, mas o Vampeta é penta-campeão mundial com o Brasil.

A comparação é portanto um crime contra si mesmo, uma injustiça, uma auto-violência, e a super-intenção frequentemente nos leva à comparação após a frustração.

Soltando a flecha:

Em minha vida como estudante de magia e manifestador, acho que as lições mais duras que tive foram em relação à soltar a intenção, o meu desejo. Sempre tive muita dificuldade de soltar o que quero, o que julgo importante.

Isso é muito típico de quem tem tendência à super-intenção, à querer apaixonadamente.

Não creio, no entanto, que a ausência total de desejo, o soltar desde o início, seja benéfico. É preciso haver ignição para soltar e pegar. É preciso que a pipa já tenha impulso e direção para ser solta e voar, senão ela volta para o chão.

Foram muitos anos para ver isso. Eu sabia querer muito bem, queria e tomava coragem, fazia os atos mágickos necessários, ritualísticos e presenciais, mas quando a coisa chegava quase na minha mão, escapulia. Dava errado.

Eu queria muito e tinha feito de TUDO por muito tempo, um esforço hercúleo, então me frustrava, largava de mão, aceitava, e por incrível que pareça consegui várias vezes logo depois disso, de desistir, exatamente o que eu queria.

“Eu quero, mas não importa, não PRECISA ser” – Austin Osman Spare, primeiro idealizador do conceito de Magia do Caos

Isso não me aconteceu uma vez, mas VÁRIAS, e continua me acontecendo até hoje quando esqueço disso e sou tomado pelo meu desejo incinerante de obter o que eu quero.

Para algumas pessoas ajuda o fato de SOLTAR TOTALMENTE, desde o início, isso é, querer sem querer, conseguir as coisas sem querer querendo.

Como pessoas diferentes funcionam de formas diferentes, para mim o que funciona mais é querer, ligar, preparar e soltar. Como a tensão e a mira do arqueiro antes de soltar a flecha.

“ A pessoa me vem aqui, tem 500 anos de curso, tá sempre na mesma jostra. Sempre cheia de problema, faz discursos lindos porque já me ouviu tudo que é tema, mas a vida mesmo é uma desgraça. Aí chega a hora que ela se zanga, está com ódio, se tranca no quarto, joga todas as minhas fitas pela janela e grita: Já chega!!! Não quero mais saber desse cara!! Aí logo depois disso ela manifesta o que queria” – Luís Gasparetto sobre manifestação

Outro conscienciólogo com quem aprendo até hoje em nossas sessões me diz com frequência que às vezes para conseguir alguma coisa é preciso fingir que não quer. Fingir para si mesmo, não para os outros.

O soltar, portanto, é essencial ao lidar com a super-intenção, primeiro porque ele libera a frustração e a expectativa, e segundo porque ele coloca o foco na performance, com a coisa mais importante no caminho para vencer à super-intenção:

Usufruir x Super-intenção.

No momento estou aprendendo muito com uma guru coreana e sua discípula que eu consegui adicionar numa rede social. Ela é pouco conhecida no ocidente (ainda bem).

No começo achei as coisas dela mais parecidas com “o segredo” o que me deixou um tanto sem gosto, mas depois descobri que o que ela faz elimina a super-intenção.

O método dela é totalmente baseado nos clássicos orientais e filosofia taoísta, no que ela chama em coreano de Haebing que pode ser traduzido por “usufruir, ter”.

Ela ensina que devemos primeiro aproveitar tudo que temos, mesmo que seja um dólar por dia, uma xícara de café ou um almoço, trazendo as sensações de ter, enquanto arranjamos e manifestamos meios para ter mais.

O livro que traduzido em português é uma boa introdução à filosofia dela, foi escrito por outra coreana, uma jornalista chamada Hong Joon, e o link para mais da filosofia dela você encontra aqui!

O mais importante no método de usufruir é criar através do que já temos, e mesmo diante de situações difíceis de ansiedade e falta, conseguir pensar de uma forma que nos tire da situação de ficar em posição fetal e depressiva, que não resolve nem melhora nada, pelo contrário.

Os benefícios são enormes, e se você for meio cético (eu sou), saiba que mesmo que não sejam espirituais, os benefícios psicológicos de se pensar em solução e se aproveitar o processo das coisas é a base da psicologia esportiva e da avaliação científica de performance no mundo todo.

Existe a história do Judeu e da pedra que ilustra isso: Uma vez, um jovem judeu ganhou de herança uma pedra muito preciosa. Ele embarcou num navio, muito otimista e feliz para começar sua nova vida na América.

O capitão gostou dele, eles conversavam muito e inclusive ele mostrava alegre ao capitão sua pedra preciosa. Enquanto tomava sol no convés do navio, certa vez um servente foi limpar sua cama e balançou o lençol no mar, e lá se foi embora a pedra do rapaz.

Após descobrir isso e passar por alguns momentos de desespero ele decidiu não falar nada para ninguém, nem mesmo para o capitão que era seu amigo agora e o julgava rico. Ele continuou “agindo como rico” mesmo que agora não pudesse nem pagar pela viagem ao chegar em terra.

Fato que o capitão adoeceu antes de chegar na América, e por achar que o jovem era rico e de “boa família”, pediu ao jovem que desposasse sua filha para que não ficasse só, e deixou sua herança toda para ele.

Esta história ídiche demonstra bem a necessidade da atitude diante da adversidade.

Outro conceito importante contra a super-intenção é o WU-WEI taoísta, o agir sem agir, querer sem querer. Ter a intenção mas deixar fluir. É um conceito filosófico, não religioso nem metafísico. É contido na história do sábio Jiang Zi Ya:

Jiang Zi Ya dizia que o peixe ideal se pesca sem isca. Ele ia todo dia ao rio e ficava meditando enquanto pescava com uma vara que tinha apenas uma corda. Quando alguém o questionava ele dizia que havia muitos peixes no rio, e o dele haveria de fisgar a corda por conta própria.

Jiang Zi Ya é a imagem perfeita do chamado Wu-Wei. Ele tem a paciência, a postura e a disposição de pescar (ele foi pescar); ele tem o instrumento como a vara e a corda, mas existe a ausência de isca ou super-intenção.

Tenho certeza de que você já entendeu o ponto, e os exemplos de diversas culturas e épocas neste artigo ilustram bem o conceito que você já deve ter percebido na sua própria vida, não é mesmo?

Na esperança de que você tenha aprendido algo valioso aqui de manifestação, conto com sua presença no meu blog para ver todos os posts, e no nosso Instagram para saber sempre que tiver posts novos.

Vamos criar nossa própria comunidade mágicka, sem super-intenção, aos pouquinhos. Com minhas redes sociais pequenininhas pesco sem isca, e se você recebeu o peixe multiplicado, ou aprendeu um pouco mais de multiplicação de peixes, conto com sua presença por aqui.

Temos muito a navegar neste oceano profundo da vida com magia e manifestação.

FIAT LUX!

7 thoughts on “Super-intenção: O que você quer demais não acontece.”

  1. Olá, Martin, ótimo texto. Eu estou passando por uma situação muito angusitante no momento: Estou tentando resolver minha vida através de uma aprovação em concurso público e quero muito conseguir uma aprovação até o fim do ano, em um lugar específico. Sinto uma pressão gigantesca, porque é algo que pode e vai mudar minha vida e a vida da minha família, eu sonho com isso, eu vejo isso em todo lugar e só falo sobre isso. Estou em um estudo assíduo e muito forte há alguns meses já e a prova será em Novembro, eu larguei minha área de formção pra isso, arrumei um emprego um tanto estranho pra continuar ativo financeiramente e ajudando minha família e estou verdadeiramente angustiado e extremamente ansioso com os estudos, ao ponto de chorar por sentir esse peso tão grande no meu coração. Eu acho que precisava ler isso, indentifiquei-me muito! Mas queria perguntar algo: Acerca da minha situação, qual seria o seu conselho especificamente? Eu pergunto porque apesar de conseguir ler e entender muito bem o texto e o seu contexto, eu acabo por não conseguir, na maioria das vezes, aplicar de maneira prática e firme o que leio, pois não consigo ver-me aplicando os conceitos de maneira realmente pragmática. Desde já, muitíssimo obrigado pela sabedoria, pelo ótimo texto e por esse alívio na alma, muito interessante, não sei muito sobre magia, mas tudo isso faz muito sentido. Tudo de bom pra você!

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    • Nada do que faz nervosos nos é beneficial, mesmo quando não imaginamos outra alternativa para isso NO MOMENTO. O nervosismo nos atrapalha em tudo, e depender de alguma coisa sempre nos faz perde-la cedo ou tarde. É bom que você tem bastante consciência disso e da sua situação momentânea (que vai passar). Quanto a não conseguir aplicar tudo que lê isso é muito normal. A maioria do que lemos fica guardado num cantinho de “verdade”, que nem sempre é a nossa realidade do momento, e somos “iniciados” à isso quando percebemos a verdade do que sabemos na prática. Se isso não aconteceu para você nas áreas em que está estudando, não desanime. Você já tendo a teoria das coisas, vai ter que aplicá-las cedo ou tarde, e vai ter as chamadas “vivências sobrenaturais”, que nada mais são do que a confirmação daquilo que já sabemos. Às vezes isso requer um tempo que não é aquele que gostaríamos de esperar, mas isso não é uma escolha. Vida que segue.

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      • Martin, não querendo te incomodar muito mais, mas será que poderia me indicar algum outro artigo/livro que fale especificamente deste tema da Super-Intenção? E principalmente de como afastar isso da minha vida de maneira permanente se for possível? Estou realmente sofrendo muito e eu quero minha aprovação nesse concurso público, quero que isso seja manifestado, porém sei que essa super-intenção está me atrapalhando e talvez seja o fator determinante para a minha reprovação no fim das contas. Eu realmente preciso passar, preciso conseguir isso, porque é algo que muda tudo, só que meu pensamento nisso tá me deixando muito mal, toda essa ansiedade tá me deixando muito mal mesmo. Existe algum exercício que possa fazer com que isso melhore? Que eu possa ter um pouco mais de certeza no meu coração de que eu posso sim passar, que meus estudos e meu sacrifício podem muito bem valer a pena? De qualquer forma, muitíssimo obrigado.

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        • Olá Eduardo, que pena que não possui mais redes sociais, quando fizer um instagram nos siga lá, tem muitas coisas que postamos por ali, conteúdos menores, por exemplo. Em relação à livro, não conheço nenhum que fale sobre a super-intenção especificamente, mas é um conceito muito comum e trabalhado no budismo e taoísmo em forma geral. Poderia recomendar vídeos sobre o Wu-Wei taoísta no youtube. Dois livros interessantes para quem padece de super intenção são “A quietude é a chave” de Ryan Holiday, que citei no artigo, e Deixar Ir ou Letting Go de David Hawkins.
          Existem exercícios meditativos aqui do budismo oriental que ajudam na super intenção, mas não curam. A cura da super-intenção é um processo, e muitas vezes ela só acontece quando a gente desiste de algo, ou retira a importância imensa disso, ou até mesmo encontra outra fonte e possibilidade. Infelizmente o pensamento “foda-se, vou fazer” de alguém preparado ainda é a melhor estratégia para se expressar, seja em público ou até mesmo numa prova, em tudo na vida.

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  2. Inclusive, tenho outra pergunta um pouco mais pessoal, fique à vontade se não puder respondê-la, eu compreendo: Li que você mora na China e a China é um país cujo eu tenho muito interesse e admiração por. Gostaria muito de, um dia quem sabe, poder me mudar para aí, apesar de não ser um objetivo pra mim no momento, nem sei se será de fato um dia, é somente uma fantasia/sonho, tenho 23 anos e acho que seria legal um dia, mais velho. Como você conseguiu fazer isso de se mudar para aí? Formou-se em alguma área específica para isso? Conseguiu se adaptar bem às mudanças culturais? Mais uma vez, desde já, muito obrigado. Espero tua resposta (se for possível e fizer sentido pra você, claro), um grande abraço.

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    • Olá Eduardo, tudo bem? Bem, eu particularmente sempre quis me mudar para o oriente, desde os meus 13 anos, mas realmente só comecei o processo de mentalização e intento aos 20, e me mudei após alguns anos. Eu sou sinólogo então vim para a China com uma bolsa de estudos, algo que acontece muito com quem quer ir para o Japão também. A China no momento está bem fechada, e eu recomendo você pensar em algumas alternativas. A China tem partes muito diferentes e sistemas diversos. Se você ama cultura oriental pode pensar em Taiwan ou Japão, ou até mesmo Corea do Sul.
      O processo de adaptação não foi (é) fácil, e nunca será em nenhum destes países muito diferentes de onde você nasceu, mesmo que você também não se adapte no lugar de onde vem. Recomendo você a focar seus estudos em algo que possa te trazer para o oriente então, seja por bolsa ou por emprego, e tudo começa com o básico da linguagem. Nos siga no Instagram e manda um direct, é mais fácil conversar por lá, e mais dinâmico também.

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      • Pior que nem tenho mais qualquer rede social, a não ser o Youtube. Eu na verdade estou com meu Instagram desativado no momento, pretendo voltar algum dia, provavelmente quando eu passar no concurso. As redes sociais estavam me atrapalhando bastante. Estou muito a fim de passar nesse concurso, porque realmente é algo que vai mudar minha vida e a vida da minha família para muito melhor, esse texto me ajudou muito com relação a esse controle da super-intenção inclusive, só preciso colocar tudo isso em prática realmente, o que é difícil, é tanta coisa que tá em jogo. Eu adoraria conversar mais com você, Martin. Parece ser uma pessoa muito interessante.

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