Quais são os perigos de se fazer pactos?
Muito se fala sobre fazer pactos com o “demônio”, pacto com Lúcifer (que nada tem a ver com o demônio e explico aqui), pactos com entidades, deidades etc. Mas afinal o que são pactos?
Os pactos são compromissos baseados em identificação e relacionamento entre duas partes. Nossa vida é recheada de pactos, e o pacto é um ritual que faz parte de nossa essência como humanos. O casamento, por instância, é um pacto entre duas pessoas. Existem expectativas, regras e responsabilidades dentro do casamento, assim como em qualquer outro pacto de qualquer natureza, seja transcendental ou físico. O ritual de casamento existe em praticamente todas as culturas, religiões e mesmo em sociedades materialistas-ateístas, como um atestado simbólico do pacto feito e testemunhado entre duas pessoas.
Outro pacto comum que fazemos na vida física são pactos de trabalho. Quando você assina um contrato está concordando, se submetendo à uma troca e um relacionamento com a empresa em questão. Você deverá estar lá por determinado tempo em determinado horário e obedecer uma hierarquia dentro da empresa, e tomar para sua vida os objetivos deles. Em troca você tem um salário e alguma garantia financeira.
Você pode quebrar qualquer pacto, seja físico ou espiritual, porque sua alma sempre é livre, desde que se garanta para lidar com as consequências disso, porque sempre existem.
Assim como nos pactos físicos, os pactos espirituais seguem a mesma lógica, tendo também a semelhança de que alguns valem a pena, outros apenas nos limitam. Existem bons e maus pactos. A primeira consequência de quem faz um pacto é sentida no livre arbítrio, como o pacto é um relacionamento que deve ser construído e gerenciado, ele demanda tempo e dedicação; demanda também responsabilidades que envolvem o interesse de uma outra parte, além dos interesses comuns e dos seus interesses particulares.
Quando uma pessoa deita para o santo no Candomblé, ela faz um pacto. Quando a pessoa jura em uma igreja que só adorará ao deus reverenciado naquela igreja, está fazendo um pacto. Pactos são parte da vida física e espiritual, e geralmente são péssimos negócios quando são unilaterais, ou seja, quando apenas uma parte busca pela outra.
Da mesma forma que não se pode casar com alguém que não tenha interesse ou respeito por você, os pactos com entidades e deidades que não tenham interesse ou identificação com você apenas o farão se limitar em seu livre arbítrio e sua vida, trazendo benefícios pequeninos ou mínimos enquanto demandam um trabalho e atenção cansativos.
A única forma de evitar pactos ruins (que são a maioria) é o de fazer pacto por afinidade, quando existe uma busca tanto do seu lado quanto do lado da entidade-deidade por você. Se existem manifestações, chamados, enfim, um interesse por parte daquele ser em você, então o pacto pode ser benéfico. Eu ensino mais sobre como identificar se o pacto vai ser bom para você aqui neste post.
Todos os pactos que vi que se baseavam em ritualística e não em relacionamento, são pactos que trazem mais males do que bem. Pacto por ritualística são estes pactos que prometem coisas (riqueza, amor, conforto) em troca de trabalho espiritual, sacrifícios pessoais etc, ou seja, são a maioria dos pactos, especialmente os que são feitos por uma terceira pessoa através do ritual em seu nome. É tipo contratar uma agência de casamento para conhecer seu futuro cônjuge, pode até ser que se acerte e se consiga satisfação com esse tipo de serviço, mas a maioria termina em relacionamentos estranhos e unilaterais, com mais limitações do que benefícios.
Esqueça esse negócio de vender a alma, ninguém pode fazer isso, e apenas pessoas que ainda estão na infância da espiritualidade ou influenciadas por uma fé cristã fundamentalista que pensam esse tipo de bobagem. No pacto o que você pode dar é energia vital, atenção, experiências, devoção e presença do ser em questão na sua vida, e acredite, essa é a única moeda de troca que interessa para entidades e deidades realmente poderosas.
O motivo de se fazer pactos deve ser sempre desenvolver um relacionamento com a entidade-deidade, e disso vem vantagens que a entidade-deidade pode dar, os bônus e ônus de fazer parte daquela egrégora dela. Lúcifer por exemplo é uma entidade que tem muito interesse em pouca gente. Um dos preceitos para chamar a atenção dele é a inteligência, Lúcifer detesta gente ignorante, com baixo conhecimento de si, e ele nem se comunica com quem vive ainda na dicotomia do bem contra o mal.
Os pactos que se fazem em nome de Lúcifer para pessoas de pouco valor intelectual para ele são simplesmente pactos com entidades e espíritos que usam este nome, e na melhor das hipóteses fazem parte de alguma de suas muitas egrégoras; Isso acontece especialmente quando o pacto é feito por promessas grandes e imagens sensacionalistas, como de “inimigo” e “diabo” por exemplo.
A maioria das entidades-deidades não terão interesse nem motivo para fazer pactos conosco, e tudo bem. Ninguém precisa de um pacto para ser feliz, agora se for fazer um, seja num relacionamento amoroso, num emprego ou na sua vida espiritual, pelo menos procure algo com o que você se identifica e que possa realmente ter, no mínimo, o mesmo interesse que você, do contrário pouco importa o que você escolheu ou o nome que dá a isso, a porta para o arrependimento é larga.