Manifestação: 4 erros da Lei da Atração

Erro 1: Pense e enriqueça

Nada contra a obra de Napoleon Hill, que apesar de ser uma figura controversa, já ajudou muita gente à chegar ao sucesso e obter coisas incríveis. O fato é que a maioria que acredita no chavão “pense e enriqueça”, influenciada por autores da lei da atração dominada de marketing, acaba em pouco tempo se rendendo ao antigo estilo de vida e descreditando totalmente a Manifestação e seu próprio poder de cocriação.

Isso acontece devido à um erro básico de achar que mudando seu pensamento, visualizando, vai de repente obter tudo que quer. Enquanto é verdade que a mudança de pensamento, a visualização e a emoção podem manifestar coisas maravilhosas, essa mudança é GRADUAL, envolve tempo, tem camadas de manifestação na realidade e requer perseverança, prática e ação.

Lembre-se, ação também pode ser soltar ou deixar fluir alguma coisa. Aliás, o deixar ir e se concentrar no processo é uma das ações mais eficazes e mais difíceis de aprender na Manifestação, é como alcançar uma faixa preta; Por isso, o que queremos demais não se manifesta, como explicamos neste artigo.

A maioria das situações, no entanto, requer ação, uma série de atos novos, palavras e tentativas ousadas (a maioria sem sucesso mesmo), para obter o que você quer.

“Não se pode obter resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. A definicação de insanidade é fazer a mesma coisa várias vezes esperando um resultado diferente” – Sabedoria Popular.

O marketing da Lei da Atração ignora totalmente isso, de propósito, à fim de fazer com que o consumo deste conteúdo seja agradável, promissor e leve à mais consumo, pois o consumidor se sente bem, poderoso e leve. É um imenso mercado.

Exagerar nas promessas e ocultar partes essenciais e desafiadoras da Manifestação é a lei do marketing da lei da atração.

Não se deixe enganar, Manifestação requer tempo, ação (mesmo que seja largar), perseverança e manutenção para se chegar àquilo que quer. Não é um caminho linear (reto, ou em subida para o que você quer), e sim um caminho torto de altos e baixos, e várias vezes mais baixos do que altos. É preciso manter a fé e o propósito o tempo todo.

O marketing da lei da atração ensina que é preciso manter o otimismo o tempo todo, e isso pode ser uma forma de fazer funcionar, mas é simplória, infantil e insincera. O otimismo pode levar à fé e ao foco, mas, para a maioria, dificilmente é o necessário para manter seu propósito quando as ondas ficam grandes e parece que você vai ser esmagado pelas situações externas. É preciso resiliência e perseverança, que é muito mais difícil de aprender do que otimismo.

Excerto de A Grande Onda de Kanagawa

Meu primeiro mestre de manifestação no estilo oriental (mentalismo e budismo esotérico), nos dizia que a intenção precisa ser cultivada; lembro que nos ensinou uma meditação de uma escola esotérica japonesa com este propósito.

Fazíamos um mudra (gesto com as mãos), contávamos mentalmente até 81 (número místico no oriente) à cada respiração, e se perdêssemos o número (o que acontece sempre que você se desconcentra) deveríamos começar novamente.

Essa meditação era feita na posição de seiza (sentado sob os pés e os joelhos como na imagem abaixo). É uma posição extremamente desconfortável para o ocidental que tem os quadris mais largos, e para pessoas mais pesadas em geral, e a posição por si só requer treinamento, dói.

Essa meditação terminava ao chegar no número 81 com o ato de colocar o queixo no peito, esvaziando a mente e prendendo a respiração, pelo maior tempo possível.

Sentar em seiza e ouvir os sons em volta deixando os pensamentos passar sem se envolver com eles é a meditação mais tradicional, e também um treinamento físico do Japão.

Era tudo menos um exercício prazeroso, fácil ou inspirador, mas era uma incrível lição de propósito, intenção, foco e perseverança; coisas muito mais importantes e eficientes na vida do que o otimismo, caso pretenda usar a Manifestação consciente e ter o que quer, ir para onde quer ou fazer o que você quer.

Caso queira saber mais de meditações poderosas para a manifestação, pode nos contactar.

Lembre-se: Pensar e visualizar podem ser o caminho metafísico, o caminho da graça, é como comprar os ingredientes para cozinhar. Mas sem a ação de cozinhar, temperar e servir, para nada adiantam os ingredientes.

Quem pensa e age de acordo, com perseverança, triunfa. Quem pensa e fica pensando fracassa retumbantemente, com otimismo e tudo. Visualização com planos, com ação é Manifestação. Visualização com otimismo sem mudança nem perseverança é masturbação mental.

Meu outro mestre de Manifestação, Luiz Gasparetto, dizia que é preciso acreditar no “fácil”, que “o que é meu vem fácil”. Isso é verdade para diversas coisas na vida, especialmente quando já estamos manifestando nosso eu verdadeiro e nosso trabalho no mundo, enfim, quando estamos nos cumprindo.

A verdade é que até chegar nessa posição, a de se cumprir e fazer o que se identifica, ele mesmo teve que enfrentar muitas coisas e fazer o seu caminho até lá. O sistema matrix, não importa de que lugar, quase nunca nos impulsiona para agir de acordo com nossa verdade.

Como veremos mais à frente é mais fácil manifestar cem de um, do que um de zero.

Erro 2: Ser rico, ser feliz, ser…

Você manifesta coisas, e para chegar até elas é preciso um processo, às vezes rápido (porque faltavam detalhes), às vezes mais lentos (porque você estava longe do que queria).

Os conceitos de ser rico, ser feliz, ser amado, são totalmente particulares, variam de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, e apesar de se manifestar em coisas externas (dinheiro, amantes, posses), dificilmente se apoiam ou se justificam nelas por muito tempo.

O problema de querer manifestar “ser rico”, ou “ser feliz”, ou até “ter um relacionamento amoroso com alguém que me ame”, é que isso é vago demais. Nem mesmo um gênio da lâmpada deixaria você satisfeito com desejos tão vagos; o que dizer do seu próprio subconsciente e poder de manifestação!

É lógico que você quer riqueza, mas para isso é preciso saber o que seria se sentir rico na sua situação, em primeiro lugar. Seria ter carros? Que tipo? Seria poder largar o emprego e viajar pelo mundo? Para onde vai, o que quer aprender? O que quer sentir? Talvez seja tudo isso e mais uma casa própria de frente para a praia. Talvez seja apenas se livrar do trabalho CLT, pagar a escola para os filhos, ser livre de dívidas e comer o que quiser.

Se você não souber em detalhes isso, não vai manifestar nada de prosperidade. Manifestação de dinheiro-papel quem faz é a Casa da Moeda. Você manifesta prosperidade através do sentimento, das causas! Os números são meios de manifestar as coisas que você quer. Não seja besta de acreditar em manifestação de dólares simplesmente por uma técnica espiritual, isso nunca existiu, nem tem qualquer fundamento esotérico ou metafísico.

Em segundo e não menos importante, é preciso ir por partes. Ninguém manifesta toda a sua riqueza de uma hora para a outra; à menos que se seja herdeiro ou privilegiado pelo próprio sistema vigente, você vai ter, como todos que se tornaram ricos, que construir sua prosperidade por partes.

É lógico que você quer um relacionamento, quer se sentir bem do lado de alguém, mas é preciso saber qual parte de você precisa mudar para isso, e que tipo de pessoa seria interessante para fazer você se sentir assim (amada, admirada etc).

Um exercício que eu fiz para manifestar várias vezes a “pessoa ideal” para aquele momento, foi descrever vários traços de personalidade e claro, traços físicos como sorriso e cor do cabelo, saber dançar, ser tímida ou extrovertida, cor da pele, cor dos olhos, modo de falar, tipo de humor, tipo físico. Deu certo diversas vezes.

Eu gostaria de dizer à você que deu certo e que manifestei a mulher que eu queria tantas vezes, simplesmente porque eu escrevi isso no meu livro das sombras feito de couro de carneiro, com um pentagrama de aço e um rubi no centro, consagrado com meu próprio sangue e fluídos sexuais, pois isso é super legal. Mas seria mentira.

Deu certo porque eu escrevia, focava, visualizava, e ABORDAVA, me apresentava, para cada uma pessoa que tivesse fisicamente a ver com a minha descrição e visualização. Tomava vários foras, passava vergonha, mas inevitavelmente, com perseverança e foco encontrava exatamente a pessoa que eu queria e engatava um relacionamento.

Quando dava certo, e sempre deu, era o meu tipo. Era o que eu queria (por conseguinte, era o tipo de vários caras também).

Aí os amigos se dividiam entre os que me chamavam de bruxo e o que me chamavam de sortudo. Mal sabiam eles que a magia requer sangue. E na maioria das vezes, muito mais do que sangue do dedo, de galinha ou de bode, e sim sangue nas veias pulsando de Vontade.

É preciso, para isso, primeiro saber o que quer, escrever, visualizar, imprimir na própria Vontade para agir de acordo e imprimir no mundo físico.

Uma história da antiga China fala sobre um arqueiro muito habilidoso. Uma vez, seu mestre parou o treinamento, vendou seus olhos e rodou o corpo dele como um peão; quando ele já estava totalmente tonto o mestre parou pedindo que atirasse então a flecha, ainda de olhos vendados.

O arqueiro, que acertava sempre no alvo, atirou para uma direção quase que oposta. Os colegas riram. Ao perguntar porque o mestre queria que ele atirasse numa condição tão desfavorável, ouviu como resposta:

“É para que você aprenda que mesmo com o arco e a flecha na mão, pouco importa a sua habilidade. Ninguém atinge um alvo que não sabe onde está”.

“Ninguém atinge um alvo que não sabe onde está”.

Erro 3: Do zero ao um

Sabemos que um terço é 0,3333(…), dois terços é 0,666(…), mas três terços é UM. Isso acontece porque 0,999(…) é o maior que pode se chegar antes de um e é infinito, não pode ser medido, mas materializado é uma unidade. Enquanto que 0,333(…) é um número hipotético, o 0,9999(…) representa de fato o infinito e o infinito é UM.

Entre 0 e 1, portanto, existe uma diferença sem fim, total, entre TER e NÃO TER. Ou você tem, ou não tem. Ponto.

Os computadores em geral, inclusive celulares são todos baseados neste sistema binário que contém todo o universo, o nada e o todo, Yin e Yang, ter e não ter ou zero e um.

Toda programação é feita em 0 e 1, pois disso surge toda a criação. Os computadores são uma expressão perfeita do cérebro humano e da criação, por isso sua linguagem é a linguagem matemática binária, e isso que nos permitiu a evolução tecnólogica na comunicação como nunca antes na história.

O zero e o um são a linguagem dos computadores e programas que manifestam as coisas em imagens reconhecíveis.

Muita gente começa a tentar manifestar as coisas partindo do 0 para 1, e a diferença é infinita, é o ter e o não ter. Depois que se tem um você consegue multiplicar as coisas, dividir, somar com muito mais facilidade. Depois de manifestar as coisas você consegue cada vez mais.

Até que se manifeste algo, é muito difícil sair do não ter para ter tudo. O sistema binário universal exige com que haja um caminho para sair do “não ter” para o “ter”, e este caminho envolve primeiro se acostumar com a ideia de ter, e então começar a criar isso passo a passo.

A tentativa de se considerando pobre querer ficar rico esbarra neste problema, qualquer coisa para aparecer precisa da unidade e não só do zero.

Não se cria coisas do nada, e é por isso que muitos acreditam numa consciência cósmica criadora, inteligente, pois o nada (zero) não pode criar coisa alguma sozinho. Essa na verdade é a “prova matemática de que Deus existe” para muita gente.

Seja como for, o que nós trazemos aqui é a consciência de que não se vai do zero para o um, pois é um salto maior do que de um para mil!

Para desenvolver a consciência do ter não basta simplesmente ler histórias de sucesso, motivação, nem mesmo ter crença-fé. É preciso mostrar para si que isso existe, é preciso co-criar algo conscientemente para que se prossiga com coisas cada vez maiores.

Iniciar com coisas menores, mais lógicas e possíveis do que “uma mansão, uma amante gostosa, um marido rico, um iate e um emprego onde eu não precise trabalhar”, é portanto não apenas uma estratégia, mas algo essencial e ignorado pelos livros que nos enchem de promessas.

É preciso ir juntando seu poder de manifestação em coisas menores e a partir do um chegar ao cinquenta ou até aos cem, dependendo de sua capacidade de manifestação, mas o primeiro passo deve ser sempre sair do zero, esteja falando de magia mental (manifestação) ou mesmo magia cerimonial.

Já citamos em outros artigos, e citaremos novamente o fato de que a bíblia é cheia de códigos e alegorias esotéricas e cabalistas. Até mesmo no novo testamento vemos linguagens simbólicas e situações repletas de arquétipos e significados ocultos.

Na multiplicação de pães e peixes para a multidão que o escutava, Jesus não faz chover peixes e pães. Ele pede “tragam-me os pães e os peixes” e à partir disso os multiplica. Isso não é sem propósito. A multiplicação e a soma só podem partir da unidade. Isso também é uma lei de manifestação, tanto quanto a lei da atração.

“Ao que tem mais será dado e aquele que não tem, até o que tem será tirado”.

O ter é essencial, mesmo que pouco, para somar e conseguir mais. Pequenos resultados podem trazer grandes conquistas no futuro.

ERRO 4: É só ter GRATIDÃÃÃÃÃÃO

Quando eu ainda dava aulas de “coach afetivo” na segunda empresa do tema em que trabalhei, eu estive num evento internacional chamado 21 Convention, que não sei nem se existe mais.

Reunia os melhores coach do mundo para falar sobre afetividade, sexualidade, cold approach, moda masculina etc. E eu estava como expectador (não como palestrante).

Ali estava presente um cara que eu não gostava muito, apesar de ser um psiquiatra respeitado, chamado Robert Glover. Ele tinha lançado seu segundo livro (que eu ainda não tinha lido), e era o autor de “no more mr. nice guy”, um livro que flertava com “red pill” e outras bobagens que eu nunca gostei.

Para minha surpresa, ele estava dessa vez falando sobre o poder da Gratidão e de como criar um “diário da gratidão” mudou a vida dele e de um colega psiquiatra. Eles se sentiam muito mais otimistas, seguros e com pensamento muito mais claros após algumas semanas de prática do diário. Mais que isso, eles desenvolveram um “pensamento de abundância” em relação à sexo e dinheiro que fez com que essas coisas fluíssem muito melhor para eles.

O poder de se sentir grato, de curtir o que se tem, é também base do sistema de manifestação coreano de Su Yoon lee, do qual sou adepto.

Fazer o exercício da gratidão em determinada hora (o meu é 11:11 da manhã) me foi recomendado inclusive numa escola RosaCruz na qual me afiliei, e faz com que a gente realmente se sinta melhor e LIMPA OS CANAIS da manifestação, da consciência e até mesmo da auto-confiança.

Não preciso nem insistir, portanto, que a gratidão é uma prática de diversos caminhos diferentes, e que é muito eficiente trazendo benefícios e manifestação de toda ordem, desde sexuais, financeiros até mesmo mudanças de personalidade

O problema é quando se vende a idéia de que ter gratidão vai resolver tudo; logo se cria na vida da pessoa uma “ditadura da gratidão”, onde se você não estiver se sentindo grato, logo está negativo e atraindo coisas ruins para a sua vida.

A gratidão ajuda muito na manifestação, mas não é nem de longe a única coisa que você precisa para materializar coisas na sua vida, nem mesmo uma regra de manifestação.

Quando me refiro à “ditadura da gratidão” não estou exagerando muito; existem de fato muitas pessoas que se zangam se você disser obrigado ao invés de gratidão, e outras que acreditam que se você não estiver na maior parte do tempo numa postura de gratidão por tudo, está sendo ingrato e atraindo coisas ruins.

Essa visão pode prejudicar, pois na verdade a ânsia por mudança, o incômodo mental, tem uma função biológica muito clara.

Já percebeu que as vezes você se corta e não percebe, mas quando olha e traz isso à consciência começa a doer, ou dói muito mais? Isso porque pequenas dores são aumentadas psicologicamente. O objetivo da consciência é mover os recursos de atenção do cérebro para evitar maiores danos, mesmo que seja apenas um pequeno corte no dedo, e iniciar a reparação celular.

Essa percepção é muito importante pois ela gera ação e cuidado. A gratidão deve estar presente, mas não pode nem deve ser utilizada como pretensão para banir todo o resto dos sentimentos.

O parto de um bebê e até quando um animal quebra seu ovo para nascer, é tudo menos um momento de delícias e conforto. É uma movimentação toda, por vezes agoniada e dolorosa, que gera algo novo.

Rubem Alves dizia que ostra feliz não faz pérola, inclusive esse é o título de um dos melhores livros dele. Isso porque a pérola era um trabalho (uma arte) da ostra para se livrar da agonia de ter um grão de areia dentro de si; então ela envolvia o grão com camadas de sua “saliva” e fazia a manifestação da pérola, com o tempo.

Eu não acredito que a dor seja o princípio e o motivo da criação, nem acredito em sofrimento como professor, acho essa visão estóica muito pessimista e uma escolha de sofrer o mundo.

No entanto, como seguidor do budismo esotérico, eu acredito no caminho do meio como meio para alcançar a maior parte das coisas. Nem virando ostra, nem virando Pollyana. Para quem é novo e não sabe, pollyana era um personagem muito cativante e fofinha que fazia o “jogo da felicidade”, onde tudo era maravilhoso e bom, até o que a fazia sofrer, e isso esotericamente é perigoso.

Frater Caciano, Rosa Cruz, é um adepto da prática da gratidão, mas sempre explica em seus vídeos no youtube o perigo de se agradecer e fechar os olhos ao que não está bom, ou ao que é ruim em nossas vidas.

Gratidão devemos ter sempre, mas nunca nos punir quando não estivermos exultantes de gratidão, só vendo o melhor de tudo, nem tentar fugir das nossas emoções. A vida é feita de gratidão também, mas não só.  

É muito difícil ser grato quando se está em aflição. Há alguns anos atrás minha esposa estava grávida e eu estava sem emprego. Ela trabalhou grávida até o terceiro mês de gravidez (e eu só consegui um emprego no sexto mês). Foi um tempo de intensa aflição para mim.

Eu sabia que tinha várias coisas pelas quais ser grato. Morando com meus sogros não precisava pagar aluguel, e devido à eles trabalharem no negócio de importação-exportação com o Japão, a casa deles era uma das primeiras da China a ter banheiro com vaso sanitário automático.

Sem dúvidas um banheiro comum hoje já é algo que faria inveja à Louis XIV! Imagine então um banheiro com vaso que limpa você automaticamente quando termina de fazer seu número dois, e ainda aquece sua bunda no inverno! Uau! Eu tinha algo que nem os reis da França, nem muita gente rica no mundo tinha ainda…por isso gratidããããão, só que eu não me sentia grato.

Eu me sentia aflito e humilhado. Eu acordava na mesma hora que minha esposa, as cinco e meia da manhã, deixava ela na porta para ir trabalhar, e eu ficava para limpar a casa. Não tinha fonte de renda, e teria um bebê em breve. Eu poderia defecar num mato para não estar nessa situação. Eu não aproveitava meu vaso sanitário japonês.

Muitos adeptos do estilo Pollyana de ser me dariam lições de moral lindas, mas na época eu não ouviria nenhuma delas, pois estava com dor. Só ouviria depois, já no meu escritório e com um salário que pelo menos permitia minha esposa não ter que acordar grávida as cinco e meia da manhã para trabalhar enquanto eu ficava em casa aspirando o chão.

Vou contar agora uma história fictícia de um Ronin. Ronin eram os antigos guerreiros japoneses que não tinham mestre, nem eram servos (samurais). Alguns eram praticantes de artes marciais que vagavam em busca de aperfeiçoamento mental e físico, outros eram simplesmente ladrões. Esta é a história de um Ronin que era um eremita e procurava se aperfeiçoar no Zen, na maestria da mente.

Este Ronin eremita costumava se deslocar de noite pelas florestas, pois era mais seguro e até mais inspirador. Uma noite porém ele pisou em uma tábua de madeira deixada por alguém, e havia um prego nela.

O pé dele infeccionou e ficou gigante no dia seguinte, depois cheio de pus. O Ronin meditava para vencer a dor e focar no seu outro pé, o pé direito, mas não conseguia mais meditar pois a dor do pé esquerdo era muito maior do que o conforto do pé direito dentro da meia.

Crente de que sua mente não estava bem desenvolvida, ele decidiu ir ver o mestre Zen da região. Ao chegar na casa do mestre pegou uma fila enorme, e já com pé latejando de dor conseguiu ser atendido. Ele pediu ao mestre que lhe dissesse como se concentrar no pé direito, no conforto que sentia e no fato de estar bem.

O mestre disse que daria a resposta mas que primeiro tinha uma missão ao Ronin, e pediu duas ervas que cresciam na região. O ronin pegou as ervas e voltou mancando.

O velho mestre zen macerou metade delas com óleo e colocou no pé ferido do ronin, enfaixou e pediu que voltasse em dois dias que teria a resposta.

O ronin voltou em dois dias e o mestre usou o resto das ervas que tinha, macerou com óleo e colocou em seu pé, trocando as faixas. Pediu que voltasse em três dias.

Três dias depois o mestre o mandou para a floresta pegar ervas novamente. O ronin voltou, o mestre macerou metade delas com óleo, colocou no pé do ronin, enfaixou e pediu que voltasse em dois dias.

Dois dias depois, utilizando ainda as ervas que sobravam as macerou com óleo, colocou no pé do ronin e enfaixou, e pediu que voltasse em três dias.

O ronin já estava zangado quando voltou para obter a resposta. O mestre ordenou que tirasse as faixas e andasse; ele percebeu então que estava muito melhor e sem dor, sem infecção. O mestre disse que agora se sentasse, e meditasse sentindo seu pé direito confortavel na meia, como antes havia tentado. O ronin sentou, fechou os olhos e abriu um sorriso.

O mestre disse a ele: “é muito mais fácil e natural estar consciente de seu pé direito quando o esquerdo não o impede de andar.”

A história tem um significado óbvio. Existem problemas e questões que precisam ser tomados pelo que são, e então resolvidos com paciência e perseverança, e não simplesmente ignorados em ilusão.

Minha mestra coreana costuma dizer “seja grato mesmo que só tenha um dólar, grato por seu dólar”, e o que ela quer dizer, obviamente, é que devemos ser gratos e reconhecer o que temos, e não ficar felizes com um dólar na carteira.

Um dos problemas da lei da atração-marketing, é reduzir tudo à sentir-se bem. Nem sempre estamos bem, gratos ou alegres, e está tudo bem com isso! Manifestação, magia, requer auto-controle e não auto-ilusão. Saber conversar consigo enquanto se está frustrado, com auto-compaixão e esperança é muito diferente de tapar o sol com a peneira, sair agradecendo por tudo e dizendo que vai dar tudo certo, em desespero interior.

O segredo para o uso correto da gratidão é a compaixão. Nunca ignore os seus sentimentos em nome de “métodos” ou “deverias”, você não deve nada. A manifestação do que você quer ocorre através de você no mundo, e não o contrário.

A gratidão é essencial, e tem pessoas que ensinam práticas de gratidão que podem sim, mudar sua vida para muito melhor!

Atente no entanto para o exagero e a forma “gratiluz” de ser, pois ela não combina com mudanças eficientes para chegar ao que você quer.

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