Magia Sexual: Não pratique sem saber!

Os perigos da antiga magia sexual e o problema de condenar a masturbação:

O que é Magia Sexual? É perigoso

A magia sexual é uma forma de manipulação energética da sexualidade por meios cerimoniais e ritualísticos. O objetivo é utilizar a sexualidade como uma forma de gnose, ou seja, uma forma de alteração da consciência para direcionamento dessa energia, a fim de criar uma nova realidade.

Algo diferente disso, e provavelmente mais antigo, é a feitiçaria sexual; ela tem fins externos à mente do mago, geralmente manipulando fluídos sexuais à fim de gerar influência imediata em alguém ou algum objeto.

Tanto a magia quanto a feitiçaria sexuais são utilizados para gerar “mudança” através da Vontade, variando seus métodos, objetivos (alvo) e são mais ou menos indicados para diferentes tipos de pessoas, com a condição de a pessoa ser um magista ou um feiticeiro já experiente, do contrário, ao invés de manipular suas forças sexuais será manipulado por elas e por aqueles que podem se utilizar delas, seja no astral ou no campo físico.

As influências de mexer com a energia sexual de forma mística criam mudanças e influências muito claras para o indivíduo mais sensível, que se não for experiente ou “casca grossa” o suficiente, pode abrir portas para diversos tipos de obsessão e o famoso “rebote” mágicko.

Especialmente para o indivíduo sensível, sensitivo ou empata, a vida sexual traz diversos desafios que mencionamos aqui neste link, e que não devem ser de forma alguma desculpa ou motivo de uma vida sexual desinteressante e vazia, mas que requerem muito maior cuidado com as consequências dos nossos atos sexuais.

Dentro da Magia sexual existe a busca pela Alquimia Interna (controle da mente) tão praticada pelos taoístas, o que demonstra que a magia sexual no oriente é muito mais antiga que o esoterismo ocidental, já que é praticada há pelo menos quatro mil anos na Ásia.

Sendo mais comum e antiga na China e na Índia através, respectivamente, do Taoísmo Alquímico e do Tantra, teve sempre em comum o conceito do uso da energia sexual como condutor para a energia vital, utilizando exercícios de controle físico e mental para dominar o sistema emocional e físico do corpo humano.

O Taoísmo tinha seu próprio tipo de tantra na antiga China, e tinha dois objetivos: Com os monges, o domínio da mente através da alquimia interna com a energia sexual. Com os seculares, o domínio do corpo para satisfazer seu harém.

Funciona com o ocidental moderno?

É bem verdade, portanto, que a magia sexual se trata de um caminho validado por muitas gerações, e que é tradicional por datar milhares de anos.

Muitas técnicas da magia sexual, no entanto, foram importadas do oriente. O próprio Aleister Crowley foi bastante influenciado por tipos de Yoga sexuais da China e da Índia, onde ele esteve por mais de uma vez. Estes sistemas tem por base a retenção seminal (não ejacular), e tinham com isso um objetivo alquímico-místico e outro objetivo na vida mundana, prático.

O taoísmo também tinha suas práticas externas de feitiçaria em escolas laicas (não monásticas), e a prática da retenção seminal direcionada, isso é, até quando se quisesse, permitia aos homens satisfazerem seu harém, já que um homem tinha várias parceiras oficiais na China antiga (dependendo de suas posses); e na Índia, durante o período védico, de onde vem a maior parte dos ensinamentos tântricos, isso também era comum.

O perigo destas técnicas de retenção seminal, na magia sexual, está no fato de que os métodos não são mais convenientes, nem mesmo seguros para nossa época. Estão defasados.

A sexualidade do planeta terra passou por maiores mudanças nos últimos sessenta anos do que em todo período que separa o início destas técnicas (há mais de quatro mil anos) e o momento em que ficaram famosas no ocidente (na primeira métade do século passado).

Tirando o fato da poligamia ter dado lugar à monogamia, pois isso já é antigo, estas mudanças que ocorreram nos últimos sessenta anos fazem com que as necessidades e objetivos sexuais dos antigos reflexólogos taoístas e mestres do tantra, tenham um éon de diferença daquelas dos magos sexuais modernos, especialmente no ocidente.

Mão Direita e Mão Esquerda na Magia Sexual

A via da mão direita era formada por místicos-magos que viram nestas técnicas exatamente o que os ascetas chineses viram há milhares de anos atrás: uma forma de controlar a própria mente, e logo, a ideia de assim controlar a natureza, ou parte dela.

Para isso estes praticavam uma retenção seminal ascética, reduzindo ao máximo (alguns ao nunca) o orgasmo seminal acompanhado, e banindo a masturbação.

Um exemplo disto no ocidente seria a Gnose de Samael Aun Weor, que se dizia uma encarnação do Budha Maytreya, e julgava o orgasmo masculino como um “pecado” de desperdício energético.

Já a via da mão esquerda (representada por Aleister Crowley, Theodor Reuss, P.B.Randolph e outros) utilizava uma retenção seminal temporária, que parece mais com as práticas laicas do taoísmo (os que satisfaziam suas muitas mulheres), não se permitindo por isso ficar entupidos sexualmente, pelo menos.

Os magos sexuais da mão esquerda eram mais liberais em relação ao uso de fluidos sexuais, e mais destemidos na exploração do êxtase e do orgasmo em si; para estes, o mais importante era o sentimento do êxtase, e não técnicas de retenção ou sublimação sexual.

O problema é que para a sacralização da sexualidade, tanto de mão esquerda quanto direita, deveria haver o quase que banimento da masturbação fora da ritualística, sendo transformada em objeto cerimonial.

O dilema: Masturbação x Magia Sexual

Talvez naquele tempo de saias longas, fotos sem cor e pornografia pintada na madeira, isso pode ter sido funcional.

Em nossos tempos, a retenção seminal não só não deve ser tomada como um método único e infalível, como pode se considerar algo que pode funcionar para uma minoria e que já não serve para a maioria, podendo ser prejudicial.

Já é senso comum que movimentos como “nofap” e dogmas religiosos que exploram a culpa sexual e o isolamento social masculino tem vários efeitos colaterais na psiquê. A própria polução noturna explicada por Jung “Se você não fizer acordado, fará dormindo”, é uma forma do cérebro negar um controle excessivo e abusivo das próprias vontades, especialmente no mundo moderno.

Hoje somos bombardeados de estímulos sexuais, num mundo em que empresas, governos e todos os que lutam por poder o fazem através da nossa atenção; para captar esta atenção nos enchem de estímulos sexuais, seja por comerciais, promessas ou imagens na mídia em geral.

Nossas redes sociais e até o login do e-mail, por vezes, são estrategicamente montados por algoritmos inteligentes com imagens, cores e cenas que nos estimulam sexualmente.

Estes estímulos são algoritmicamente explorados por exibições repetidas, e vai desde a menina que procura validação da aparência com fotos provocantes, até empresas vendendo uma nova garrafa de água que pode ser levada para a academia por mulheres paradas em posições que remetem ao sexo.

Com isso não dizemos que o algoritmo polpe as mulheres, todos são bombardeados de estímulos com aquilo que parecem preferir, independente de gênero ou identificação; só que no caso dos homens, o estímulo é predominantemente sexual.

O fato de vivermos superestimulados e sem vazão para esta energia excessiva (tanto recebida quanto guardada), como nunca antes na história, geralmente torna a pessoa um verdadeiro balde de energia sexual.

Um balde energético propenso à vampirização por parte da multidão de espíritos e elementais sexualizados que hoje são muito mais presentes, mais fortes e influentes do que eram há poucas décadas atrás.

A condenação da masturbação, seja feminina ou especialmente do orgasmo masculino, que já é propenso à culpa por sua natureza, uma vez que se encerra bruscamente, é um desserviço e um verdadeiro perigo ao espiritualista moderno, muito mais superestimulado e sensível do que os do passado (hoje existem mais sensitivos e empáticos do que em qualquer época).

Do ponto de vista cósmico, é uma piada a preocupação com o que um ser humano faz ou deixa de fazer com seus órgãos sexuais temporários

Em minha experiência pessoal, durante anos na indústria de Coaching Afetivo para homens, fora do Brasil, o que percebi muitas vezes foi como a retenção seminal, que também é moda na “machosfera”, à longo termo prejudicou psicologicamente ao invés de ajudar.

Quanto aos “milagres” do NOFAP, é importante dizer que o efeito placebo é quase sempre positivo, uma vez que é proposital, mas os efeitos colaterais são sempre mais reais e intensos.

Do ponto de vista espiritualista, minha experiências mediúnicas e trabalho em centros me demonstrou também como a pessoa com excesso de energia sexual hoje em dia, é um dos alvos preferidos de obsessores e uma fonte de atração de problemas.

Waldo Vieira, fundador da Conscienciologia e parceiro literário-mediúnico de Chico Xavier por vários anos, já falava sobre o perigo de tentar a projeção astral enquanto se estivesse sob domínio do desejo, em escassez sexual, logo, com excesso desta energia no corpo.  

Sejamos pessoas do nosso tempo, e estejamos pois conscientes de que a masturbação pode ser saudável, é pessoal, e um direito que ninguém deve ter permissão de condenar com seus dogmas pessoais ou moralismos.

A masturbação é muitas vezes um ato de manutenção, e não diz respeito à nada nem ninguém mais (nem mesmo à nossos parceiros sexuais, nem à encarnados ou desencarnados), sendo de estrita intimidade pessoal, e assim deve ser protegido.

É esta a atitude de posse de si que encerra sua energia sexual em sua expressão própria, não permitindo que pessoas, espíritos ou elementos se utilizem de sua sexualidade.

No mundo moderno, super sexualizado, só há duas opções: Ou sua sexualidade é SUA, possuída por sí, ou não será de ninguém e sim usada por quem quiser, por quem for mais forte do que você.

Pense bem e experimente antes de se encerrar em técnicas sexuais que remetem à outro período da terra, outras sociedades, outros tempos, e que podem sim servir à algumas pessoas de hoje, mas que estão mais do que desgastadas para o indivíduo sensitivo moderno, e podem, isso sim, abrir portas para obsessões sexuais, medos e dúvidas de si próprio.

Não tema. Explore sua sexualidade com consciência, com posse de si, e experimente aquilo que serve ou não para você, não tendo medo de descartar o que não nos serve mais.

Livros para estudar Magia Sexual

Aqui vai uma pequena lista de estudo para quem tem interesse na prática da Magia Sexual. Quase tudo que vale a leitura deste tema é em inglês, se você tem interesse em esoterismo e não fala inglês, tem uma grande limitação no caminho; clique no nome do livro para abrir o link, e lembre-se que um kindle pode ser um instrumento mágicko essencial em seu estudo:

Magia Sexualis, de Paschal Berverly Randolph

Livro bem completo, um pouco antigo, mas vale a pena ler, tem muita informação. Leitura complexa, mas tem versão impressa em português aqui!

Adventures In Sex Magick, de Damon Brand

Um livro mais prático, um pequeno grimório para pôr as mãos na massa logo e ver como você trabalha com essa energia.

Modern Sex Magick, de Donald Michael Kraig

Excelente livro introdutório na Magia Sexual Moderna, de forma SEGURA, o que é mais importante. Muita teoria e alguma prática de qualidade.

Tantra: da Sexualidade à Iluminação, de Otávio Leal

Livro em português, e Otávio Leal é o nome do tantra em nossa língua.

Sex, Sorcery and Spirit, de Jason Miller

Um dos melhores livros que li sobre magia sexual, Jason Miller é muito bom em tudo que escreve. Magia com os pés no chão, bom senso e muita inteligência. Vale a leitura!

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