Magia Mental e Lei da Atração: No que acreditar

Existe magia puramente mental?

Magia mental, mentalização, mentalismo, manifestação, visualização criativa, tudo isso são nomes para o que nós conhecemos na Rosa-Cruz como Psicurgia e no marketing digital como Lei da Atração, é criar mudanças e manifestar fatos em nossas vidas utilizando as nossas mentes.

A Magia Mental é provavelmente o tipo de magia mais antigo do mundo, e é a origem da magia simpática, da oração peticionária (reza), das invocações e até de todo o marketing da Lei da Atração. É o que liga todas essas coisas, e a chave para qualquer uma delas funcionar, e por isso, todas podem funcionar.

Apesar de ter náuseas com o marketismo absurdo da Lei da Atração e seu “pense e enriqueça”, eu sou um estudante voraz, defensor e praticante da Magia Mental, afinal a mente é Mágicka!

Como Rosacruz, aprendi que a Psicurgia (Magia Mental) é a grande chave da oração, mas meus estudos sobre isso começaram muito antes de ingressar na AMORC, isso quando eu tinha 20 anos e estudava mentalismo sikh e budismo esotérico sino-japonês, orientado por um mestre de artes marciais e cultura oriental.

Uma experiência em particular me fez querer escrever este texto sobre magia mental e eu vou contá-la para você como introdução.

Confesso que não foi a primeira vez que tive essa experiência nos mais diversos campos da vida, mas é a primeira vez que escrevo sobre ela por percebê-la depois de ter tempo suficiente para comemorar muitas vezes, me arrepender algumas, repensar de vez em quando e agradecer sempre por isso.

Num fim de domingo muito cansativo cuidando de minha filha bebê, decidimos levá-la para brincar no playground de um shopping pois estava muito agitada, e no caminho, no rádio do carro tocava uma música que eu reconheci de imediato.

Era uma música tradicional chinesa que eu escutava há doze anos atrás (e um pouco mais), uma música muito comum simplesmente por se tratar do fundo do anúncio climático na rádio e na tv da China. Eu aumentei o volume e minha esposa riu de mim.

Eu, no entanto, estava sério. Há treze anos atrás eu era um rapaz pobre, que tinha largado a minha primeira faculdade por falta de pagamento e ganhava uns quatrocentos reais mensais vendendo meus cursos de “sedução” na internet.

Na época eu treinava artes marciais, aprendia sobre budismo esotérico e mentalismo oriental com um mestre, isso em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro. Eu pegava ônibus e depois trem na central do Brasil todo dia no inicio da tarde e voltava já pelas dez da noite.

Era tempo de aparelhos de mp4, e eu baixava músicas orientais na internet, e ia ouvindo pelo caminho, indo e voltando, me imaginando e intentando morar na China, de onde meu mestre tinha acabado de voltar na época, e ele estava apaixonado.

Eu me imaginava casado com uma moça chinesa, com uma filha chinesa, andando pela China e falando chinês; eu nem me atentava ao fato de que eu estava num trem pobre do Rio de Janeiro, sem lugar para sentar, só falava uma língua (hoje falo quatro fluentemente), e não tinha qualquer expectativa de aprender Chinês, uma língua muito difícil, nem qualquer “oportunidade” lógica para cumprir meu “sonho”.

Não era um sonho. Eu estava mentalizando, intentando, e sabia o que eu queria, e eu iria fazer tudo para conseguir isso à medida que fosse surgindo o caminho; eu sabia que isso iria acontecer e não me questionava o por quê, eu só queria muito e caminhava para isso, mesmo que só enxergasse o comecinho do caminho, eu sabia que chegaria lá.

Eu lembro nitidamente dessa música entre várias outras que eu ouvia, voltando de noite no último trem para a central e depois no ônibus.

Agora essa mesma música tocava no carro e eu fiquei arrepiado, pouco me importa se era a música do noticiário (que é linda por sinal); minha esposa chinesa estava caçoando de mim em chinês, eu sou fluente na língua dela. No banco de trás estava minha filha, chinesa, e nós estávamos passando pelas ruas com placas em caracteres chineses exatamente como eu imaginava há treze anos atrás!

Eu contei à minha esposa isso (camarada Alina não acredita nessas coisas), ela só me disse: “Bem então você deve se arrepender né?”

Nunca. Não só por ter criado minha família e evoluído bastante, vivendo coisas maravilhosas e também dificuldades na China, onde já passo a maior parte da minha vida, mas também por uma lei da manifestação vitoriosa e da Magia Mental.

A lei é que você nunca pode se arrepender do que cocriou, porque senão a magia se volta contra você da forma mais violenta possível. Os piores rebotes mágickos acontecem de trabalhos em que nos arrependemos no caminho: ou porque não estávamos certos do que queríamos, ou porque não queremos mais pagar os preços que surgiram ao obter o que queríamos, os impostos da realidade. Isso até em Magia Mental, pois toda magia é mental!

Nem sempre o que queremos é o melhor. Na maior parte das vezes, o que queremos necessita de mudanças que causam dificuldades de adaptação e rompimentos com o que temos e o que somos agora. Pouco importa, tudo que você manifesta é SEU.

Até uma guerra manifestada por você é uma batalha que vale a pena, porque a briga é SUA, dê seu melhor, ou como dizem os japoneses para isso, GANBATE!

E não, eu não me arrependo de nada, mesmo tendo passado períodos de adaptação muito difíceis e experiências maravilhosas e trágicas por aqui, e ensinei para minha esposa que nunca deve se arrepender do que cocriou, apenas deve AGRADECER e cocriar algo diferente à partir de então com a confiança de quem já teve sucesso antes.

Sim, confiança, porque como diz Myamoto Musashi no Livro dos Cinco Anéis que eu estou lendo em japonês para aprender minha quinta língua: “Vencer de um é vencer de dez. Quem vence um homem uma vez, vence dez homens, porque já sabe vencer.”

“Vencer um é como vencer dez” – Miyamoto Musashi no Livro dos Cinco Anéis.

A camarada Alina não aprendeu, primeiro porque é minha esposa, e para toda a esposa o marido é um imbecil (tem que ser, ninguém suporta a tensão de se relacionar muito tempo com alguém que não seja), mas você deve aprender. Essa é uma das chaves nunca ditas pelo marketing da Lei da Atração, ou ditas de forma gratilux para calar a boca dos leitores indignados porque ainda não prosperaram.

Essa história pessoal não é para me gabar, mas sim para mostrar que você não precisa acreditar em Lei da Atração, ter apenas pensamentos positivos (eu não tinha! Às vezes ficava bastante ansioso), nem reprogramar seu DNA com alguma loucura quântica sem qualquer respaldo da Física para obter o que você QUER, se for a sua VONTADE.

Repito aqui a parte mais importante da história: Nunca se arrependa pelo que cocriou mesmo quando isso se mostrar doloroso, ou te traga batalhas duras e dificuldades, você quem as criou. Tome a responsabilidade, agradeça e cocrie novamente com paciência e PERSEVERANÇA. Ah, e mais uma vez, seja grato.

Nos próximos parágrafos vamos falar sobre o que funciona como Magia Mental, na minha experiência, após introduzir o que não funciona.

Magia Mental no mundo esotérico:

Como mencionei, eu comecei a estudar a magia mental sino-japonesa quando tinha 19-20 anos. Foi muito interessante descobrir, alguns anos depois, que na Rosa Cruz e no esoterismo ocidental a magia mental tinha o nome de Psicurgia, a arte de manejar as forças anímicas e psíquicas à seu favor.

Alguns magos importantes na minha formação, de quem já fiz cursos, não são fãs da “Magia Mental” puramente, é o caso de Jason Miller que diz que “Magia mental costuma trazer resultados mentais”. Eu discordo deles respeitosamente.

Para mim todo aparato mágico (instrumento, palavras ou método) que não faz sentido, ou que você não acredita, tende a cortar totalmente o elo entre mente e realização física, portanto eles só tem sentido se fizerem sentido para você. Se não fosse assim, e se a magia fosse como receitas de bolo, daria certo para todos ou para a maioria, à todo momento ou na maior parte deles, e nós que praticamos magia sabemos que não é bem assim…

Para outros magos importantes na minha formação, a Magia Mental é tudo que você precisa para obter o que quer, até mesmo um templo pode ser criado na sua mente e você não precisa nada além da sua imaginação, pois tudo é dentro da sua mente.

Alguns desses magos chegam a misturar instrumentos e técnicas de culturas diferentes num mesmo trabalho de magia, e eu também respeitosamente vou discordar deles.

Como praticante da Magia do Caos e experiente em magias de culturas muito diferentes em línguas diferentes, eu sou propenso a acreditar que toda magia pode funcionar quando aciona a Mente Mágicka para você. A Mente Mágicka é o que te liga com que C.G.Jung chamava de Inconsciente Coletivo, Waldo Vieria chamava de Holopensene Universal, Osho chamava de O Todo, e na China eles chamam de TAO.

Descobri, no entanto, que muitos símbolos e egrégoras podem se opor ou fazer atrito na sua vida se você os misturar num mesmo trabalho ou numa mesma causa. Alguns espíritos e sistemas combinam com você e combinam entre si. Muitos outros espíritos e sistemas podem até ser nocivos à você, ou causar choque de egrégora quando misturados numa mesma situação.

Você pode adorar tomar chá gelado de limão, e também adorar tomar cerveja, eu com certeza adoro. Mas misturar ambos no mesmo copo, ou até na mesma refeição não parece com uma boa experiência.

A Magia Mental é a magia do alquimista, por isso é a base da magia dos sistemas esotéricos que descendem da Alquimia como a Rosacruz, por exemplo. É o caminho daquele que mistura os elementos certos em um tempo certo para atingir determinado resultado.

Muitas vezes o alquimista cria fórmulas que podem ser prejudiciais à ele, tóxicas; É que sua mistura, escolhas ou timing não foi o correto para atingir o resultado. Pouco importa. Ao alquimista que cria coisas na própria vida, urge ser tão ou mais determinado que Thomas Edson que “descobriu” mil fórmulas erradas antes daquela que resultou na lâmpada elétrica.

Em Magia se deve ter seriedade e respeito, nunca o medo. Quem prega o medo na magia geralmente o faz do alto do trono de seu “mestrado” de sacerdote para elevar sua autoridade, ou de baixo da teoria fracassada de quem lê mas nunca pratica. Magia, para quem quer resultado, é muito mais sujar as mãos do que cansar os olhos ou encher as orelhas.

“Seja o sucesso a tua prova!” – Aleister Crowley, mago que PRATICOU o que pregava, como os magos de sua época

Lei da atração: Marketing e a Massificação

A Lei da Atração é uma deformação da Magia Mental. Ela se baseia na manifestação hermética, na psicurgia, toma frases e conceitos de filosofia oriental, mas é deformada pelo marketing para atingir a massa e vender, se deformando com o tempo. Segue o raciocínio que eu vou te explicar como isso acontece:

Um dos ensinamentos esotéricos que aprendi mais cedo foi o de como é poderosa a letra M. A letra M do nome de Maria (nome esotericamente forte, mas que se massificou diluindo esse poder) é a primeira letra cerebralmente reconhecida pelo ser humano, pois a letra começa no som. Nós começamos a falar antes de ler ou escrever.

É por isso que o som ma, em qualquer língua, tende a ser a primeira sílaba que o ser humano consegue pronunciar, e por isso em toda língua a palavra “mãe” ou “mamãe” só varia no sotaque, pois é praticamente idêntica. Mom, Ma, Mãe, Mama, Mater, Mamu. Não importa se é em Inglês, Chinês, Russo, Alemão ou Sérvio, é sempre a mesma sílaba. O mesmo não ocorre com a palavra pai nem com nenhuma outra, por exemplo.

É interessante ver em como neste estudo para desenvolver a Mente Mágicka existem outros dois M’s que levam à caminhos errados e vampirizam como parasitas da magia e da realização: O Marketing e a Massificação.

Não me leve a mal, não me refiro que as coisas devam ser guardadas em segredo, não é tempo disso, nem sou contrário ao marketing de promoção que eu mesmo estou estudando para promover meu trabalho. Eu me refiro à essas duas palavras na forma como vem sendo utilizadas em nossa sociedade moderna.

O Marketing e a Massificação são dois exageros para auto-promoção e para controle das massas e das pessoas em geral. Enquanto que a auto-promoção é BOA, o marketing como está sendo utilizado hoje em dia é a manipulação. Ele usa promessas, generalizações, exemplos manipulados de forma à parecer algo que não é e induzir as pessoas à falsas esperanças.

A massificação é ainda pior, ela é resultado do marketing. Ela é a tentativa de adaptar algo retirando os seus fundamentos. Vou ilustrar com um exemplo prático:

Quando eu treinava determinada arte marcial, ainda adolescente, na academia repetia-se o ato de bater no ar com a mão em forma de garra, como um tigre.

Meninas jovens ficavam batendo no ar por semanas e meses, e outras coisas do gênero. Aquilo era muito irritante, porque eu não tenho a menor dúvida de que uma moça fazendo este movimento para se livrar de um homem agressivo e mal-intencionado, só vá piorar a sua situação.

“Quando eu gritar hai, vocês todos vão cair” – Mestre Sen Bi Lao

Deixei essa arte de lado porque “não funcionava”, claramente. Já aqui na Ásia, no entanto, tive a oportunidade de ver um grupo de japoneses que treina esta arte desde séculos. Eles treinavam o mesmo movimento da academia lá, em forma de garra; Mas eles treinavam batendo em árvores, e as cascas voavam como se fossem papel.

O treinamento era tão árduo que as mãos deles já eram endurecidas, até as unhas já eram grossas e afiadas. Eu não tenho dúvida que se um deles batesse com a mão em garra na face de qualquer pessoa machucaria, e muito!

O problema não é a arte em si, e sim o fundamento retirado. O treinamento levava anos mas o resultado era claro. Isso não é conveniente para nossa sociedade ocidental moderna, então se retirou os fundamentos e trouxeram isso vazio para as massas, massificaram esta arte (e quase todas as outras artes marciais orientais).

Essa massificação é o que faz com que as coisas percam a eficiência para ganhar em alcance, especialmente alcance de público, a massa, que é de onde vem o dinheiro ao vender seu “produto”.

Isso aconteceu com a restauração do templo Shaolin (já sem nenhum dos monges da antiga tradição, todos expulsos), acontece com Kung Fu, Karate e um monte de outras artes. É impressionante a diferença do treinamento em determinados lugares aqui da Ásia, especialmente mais retirados, e os massificados.

Se eu te trouxe por todo esse caminho marcial não é para enrolar, e sim para te dizer que isso acontece em TODAS AS ÁREAS, inclusive no meio esotérico e de desenvolvimento, aliás, é o que mais acontece também.

A Lei da Atração é a arte marcial das meninas batendo com suas unhas postiças no vento, são os rapazes que trabalham em frente à um computador, colocando dois dedos para a frente e acreditando que vão vencer uma luta com isso.

Não é a Magia Mental o problema. Não é a mentalização ou a visualização que não funcionam, o problema são grandes promessas com métodos vazios de fundamento; é a ausência de treinamento e desenvolvimento da base para fazer a prática eficiente.

Estas promessas vendem muito, e elas são produtos e não métodos. Magia ou arte Marcial sem fundamento, massificados, são dinheiro no bolso de quem vende e vergonha na cara de quem pratica.

A Lei da Atração ignora os básicos treinos de desenvolvimento da Vontade, da Perseverança e dos quatro conceitos esotéricos de manifestação da psicurgia, que trataremos mais para a frente.

No entanto são vendidos métodos sem nexo, promessas baseadas em nada e informações superficiais como verdade absoluta. É por isso que a Lei da Atração é uma versão massificada e de marketing da Magia Mental, mas nem por isso deixa de funcionar. Uma pessoa forte e boa de briga pode vencer um combate mesmo tendo praticado métodos massificados e sem fundamento.

“O segredo não é dar um soco e sim que seu soco tenha espírito.”- Dê uma olhada no “médium” de um mestre de Okinawa para manifestar o espírito.

Visualização Criativa e reprogramação mental: Funciona?

Da mesma forma que bater em um agressor com as pontas das mãos, funciona se suas mãos tiverem a condição de fazer isso. Infelizmente a maioria das técnicas da lei da atração é literalmente uma tentativa de enriquecer pelo pensamento e a imaginação, e quem traz apenas isso para a Magia Mental, está tendo uma performance risível.

Algo a ser dito, no entanto, e que é comum na massificada lei da atração é a gratidão. A gratidão não é apenas um exercício esotérico ou de otimismo. Existe até como prática terapêutica na psicologia, e o psiquiatra Robert Glover PHD chegou até mesmo a combinar esta prática com técnicas de costume à rejeição e expansão da vida afetiva.

A gratidão retira o foco do pensamento catastrófico, um dos maiores inimigos de qualquer realização, e muito presente na mente dramática ocidental, incluindo na minha.

Essa mudança de foco e de postura metafisicamente permite que se relaxe o suficiente para largar o resultado, sem desistir dele, uma vez que se é grato pelo caminho.

É o que na cultura japonesa se chama cultura “Ganbatte”, ou seja “dê o seu melhor”. Dar o melhor de si é muito diferente de esperar por boa sorte ou resultado. Ganbatte é focar no que você pode fazer e no que tem aqui e agora, e não em possíveis milagres do futuro ou mudanças repentinas vindas de fora.

Inclusive o livro Ganbatte de Nobuo Suzuki traz bastante da filosofia de sucesso e mentalidade do povo japonês e vale a pena adquirir neste link.

Pouco adianta visualização sem ações condizentes com o que é visualizado, ou sem o objetivo como foco, sempre presente na mente. O que eu aprendi primeiro no mentalismo oriental foram duas técnicas base, uma base que não encontro no material massificado de Magia Mental, ou lei da atração.

Apaixonar-se e perseverar, três anos dissolvem uma pedra:
Não basta querer. É preciso querer com admiração pelo resultado e o caminho até ele. Se for algo muito diferente do que se vive no momento é preciso escrever sobre isso, saber se imaginar no futuro com isso, sentir as emoções disso, agradecer por estar trilhando o caminho até isso e perseverar.

“Três anos dissolvem uma pedra” significa simplesmente perseverar até conseguir. O número três na numerologia sino-japonesa é o que segue o dois, ou o que se segue à união, é o extra, o à mais.

Três anos sentado para dissolver uma pedra significa perseverar o tempo extra se necessário, ir além do que o esperado, não se abalar com dificuldades ou trabalhos extra para se chegar onde se quer.

Para se apaixonar pelo que se quer é preciso se apaixonar pelo caminho, mesmo que não o enxergue todo, apenas o primeiro passo. É à medida que subimos a montanha que começamos a enxergar o pico, não antes disso.

Reconhecer obstáculos e dificuldades como parte do caminho é algo totalmente ignorado, e inclusive não recomendado pelo mentalismo massificado da lei da atração. Em magia mental isso é de lei.

Não importa se é otimista ou pessimista, a vida até para nos dar o que queremos exige escolhas, e se não soubermos encará-las como parte do caminho elas se tornam sacrifícios terríveis que nos impedem de chegar onde queremos.

Sem essa base, mesmo com toda reprogramação quantica, mensagens subliminares ou visualização antes de dormir, não se realiza nada.

Soltar a flecha na hora certa da tensão:
A maioria dos livros da lei da atração se incomoda muito com a tensão. O objetivo é fazer o leitor se sentir bem com a possibilidade de ter tudo rápido e fácil, e ignorar todo resto como algo ruim.

Isso se chama masturbação mental (estimulação mental), e não é útil na prática.

O problema com isso é que à cada vez mais o que você quer, e já é seu de certa maneira mesmo que no futuro, fica ainda mais distante. Ele fica para quando você não tiver mais crenças negativas, nem pensamentos negativos, nem dúvidas, nem ansiedade, nem mesmo desejo.

Pensar que só se pode ser rico, ou que obter a vida que você quer no lugar que você quer é algo reservado para quando você obtiver a iluminação quântica pode ser uma garantia de nunca chegar lá. E sem o seu dinheiro, nem o guru chegaria.

Toda limitação acreditada é uma limitação imposta, é a sua lei. Solte suas leis e persevere mesmo que não esteja particularmente otimista algum dia, ou que desanime volta e meia, mantenha o foco, isso é Magia Mental.

A tensão faz parte do foco, mas é preciso saber soltar ela, e “desistir” estrategicamente mais de uma vez, soltar e ver no que dá. Não se apegar às flechas que se traz.

Temos UM ARTIGO AQUI SOBRE A SUPER-INTENÇÃO e como soltar a flecha, do contrário seu desejo cegará sua mira.

A fórmula hermética da realização:

A fórmula esotérica da magia mental, está contida na psicurgia da esfinge. Ela contém quatro seres híbridos em si: homem, águia, leão e touro.

“Decifra-me ou devoro-te!”

O lema da esfinge é “decifra-me ou devoro-te”, isto porque o desejo do ser humano se não é decifrado e colocado em harmonia com sua vida simplesmente o destrói.

A simbologia dos quatro elementos citada por Eliphas Levi e estudada no hermetismo é também dividida assim:

Touro (Querer):

Queira com todo o coração, com teimosia e virilidade de um touro. Saiba o que quer e se coloque ali, é seu. Sua vontade deve ter a força de um touro, a teimosia e persistência desse símbolo zodiacal para dar forma às coisas, por isso touro é do elemento terra, ele cria do barro, dá forma física às coisas. Tudo começa na intenção.

“Faze o que tu QUERES, há de ser o todo da lei” – Livro da Lei, Aleister Crowley.

É preciso que a vida da pessoa, suas amizades e seus hobbies indiquem o seu querer.

Sem querer o suficiente, todo objetivo vira desejo, e apenas uma pequenininha parcela dos nossos desejos se realiza, pois o mundo é cercado de diversos sistemas e vontades que precisam se adaptar ao seu querer, e isso só vai acontecer com um querer persistente e embasado na sua verdade particular, mesmo que temporária.

A imagem de um universo que quer realizar tudo que você deseja é totalmente ridícula diante de um mundo que insiste em nos impor coisas que não nos identificamos, não queremos nem nos interessamos. Sem viver o seu querer, você vive fora da sua Lei, e nada se pode realizar assim.

Águia (Saber):

A águia tem a visão “de cima”, a visão total das coisas que acontecem embaixo, ela representa o saber. Você deve ter conhecimento para atingir o que quer. Se for, por exemplo, ir para determinado lugar, o conhecimento pode estar na capacidade linguística e no estudo de determinada cultura.

Se estiver ligado à finanças, o conhecimento deve estar ligado à saber fazer dinheiro com vendas, com material gratuito e vendido, material caro e barato, diferentes tipos de cliente e principalmente, CONTEÚDO, para somar na vida das pessoas.

Sem saber, sem o conhecimento e a informação para atingir o que se quer, nenhum progresso pode ser feito. Conheço várias pessoas que dizem que querem morar no Japão, por exemplo, mas só sabem falar “oi” em japonês, língua de um país em que a esmagadora maioria das pessoas é monolíngue.

Ousar (Leão):

As garras do leão indicam a força da ousadia, da coragem e da ação. Não importa quanta magia mental, ebós ou simpatias você faça, nem se invocou cinquenta dos 72 demônios da Goetia numa única causa, não vai rolar.

Não existe magia de sedução, por exemplo, para quem fica todo fim de semana em casa. Você não vai encontrar um amor nem transar mais caso não caleje sua mente para a rejeição (através de rejeição) nem aprenda a se introduzir e expressar interesse em conhecer as pessoas.

É raro como ganhar na loteria que se materialize a mulher escarlate após seu ritual, que ela te espere nas escadarias da sua casa, e quando isso acontece, como aconteceu com o mago thelemita e cientista Jack Parson, a pessoa acaba por dominar sua vida e te afundar nela própria.

Quando a magia mental (ou qualquer outra) se encontra com os atos que levam na direção da sua vontade, aí você tem um instrumento.

Sem ousar, sem as ações ousadas necessárias para chegar no que você quer e expandir sua zona de conforto, na melhor da hipóteses e na maioria das vezes você será ignorado. Mesmo que você consiga algo da magia, este algo vai dominar você, e muita gente tem medo de magia por causa disso.

Calar (homem):

O homem é o fim do enigma da esfinge, ele deve agir, querer e saber em silêncio até realizar o seu ideal, só falando sobre sua Vontade para quem puder ajudá-lo no meio, ou como instrumento para chegar lá mais rápido (passo mais avançado).

Calar por dentro, calar por fora – Segredo da Psicurgia RosaCruz para adentrar a porta dos mistérios.

Calar também é saber retirar o burburinho das vozes do seu querer da sua cabeça, o desejo excessivo e o desespero, por isso alguma forma de meditação é tão importante em todos os sistemas de magia mental.

Saber ouvir as diversas vozes de sua mente sem se identificar com elas, sem se desesperar com as vozes ruins, nem se precipitar com as vozes excitadas e nervosas, é de extrema necessidade naquele que cocria conscientemente sua vida.

A meditação de diversas formas, de diversas escolas é um instrumento para isso. Eu aprendi meditação de diferentes formas no budismo esotérico, no mentalismo oriental, na rosacruz, na Thelema, com a escola de magia de São Cipriano e até mesmo com meus professores de dinâmica social e sedução quando mais jovem.

Sem o calar da mente, nos precipitamos quando queremos demais, ou começamos a querer de menos por estarmos amedrontados. Outra coisa que é importante lembrar é saber falar sobre nossa vontade com aqueles que possam nos ajudar, de uma forma ou de outra, à alcança-la e nunca para curiosos ou pessoas que não podem “falar a nossa língua”.

Este é o mistério da esfinge e a raiz da psicurgia, da realização na Magia Mental. Agora você tem essa informação, e ela é um excelente ponto de partida, é muito mais do que eu tinha quando comecei.

Vou compartilhar mais com você neste blog em outros artigos, e no meu trabalho em geral, por isso me siga nas redes sociais como meu novo Instagram e fique presente no blog e nos conteúdos que disponibilizaremos em breve.

Lux.

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