Você já teve medo de enlouquecer neste caminho espiritualista, ou pior, sentiu como se estivesse piorando mentalmente ao entrar em contato com o Esoterismo, Ocultismo e Magia em geral?
Você não está só, e eu vou te provar.
As pessoas enlouquecem neste caminho geralmente pela ausência de instrutores qualificados, pela perda de contato com a realidade deste mundo, por expectativas infantis ou porque já eram problemáticas e tem seus sintomas multiplicados em motivação.
Vamos explorar isso em mais este artigo aberto, então suspenda o chá de cogumelos, pegue sua taça de vinho e leia até o final!
Você aprende aqui:
A Magia pode enlouquecer!
Uma das principais armas do “pânico satânico” ao longo de diversas gerações, desde a idade média, entre besteiras risíveis e ameaças fantasiosas é falar que a pessoa que anda pelo ocultismo, esoterismo, vai enlouquecer, isso porque existe verdade nesta última afirmação.
Existem muitas pessoas que “perdem suas mentes” neste meio, e por isso devemos tratar os motivos e principalmente, as possíveis soluções para isso, ou pelo menos as precauções para que isso não ocorra com você.

A volta à infância: Não sabia que nada sei
Neuroplasticicidade e novas sinapses tem um custo que o dinheiro só pode pagar a entrada.
Acontece que, especialmente desde alguns anos atrás, as pessoas não são mais iniciadas em uma única Ordem com hierarquias, planos de estudo e nivelamento (ainda bem). Desde os anos sessenta, com a moda das novas religiões e caminhos da “nova era”, a era de Aquarius, todos os caminhos deveriam ser acessíveis, buscados, trilhados, apresentados.
Surgiram livros, workshops, cursos, panfletos, palestras, exercícios soltos e tudo isso criou um caldeirão de práticas alternativas e livros de temas muito diversos dentro do Ocultismo.
Aconteceu também a mistura de crenças e culturas ao sabor da experiência pessoal de quem as ensina e isso sempre gera um risco, pois instrução se passa, informação se passa, energia se passa, mas experiência não.
Hoje em dia, com a internet, essa situação só ficou -muito- amplificada em podcasts, blogs, redes sociais, mídias, cursos online…se antes já existia um caleidoscópio de ideias e práticas diferentes para quem ousasse procurar, hoje estas ideias e conceitos te buscam nas suas telas, trazidas por algorítmos no que parece um infinito oceano de informação e variedade.
Muitas coisas são boas, a maioria é resultado de mentes tão perturbadas quanto fica a sua ao entrar em contato com estas informações.
Fato é que desde sempre o estudo do Esoterismo e do Ocultismo é um desafio à mente, ao status quo e ao nosso conhecimento das coisas. É um novo modo de ver, entender, interpretar, um monte de coisas para desenvolver, e isso implica na criação de novas sinapses (que interagem e se sobrepõem ao nosso sistema de compreensão da realidade), o que é muito cansativo.
A mente flutua neste oceano de possibilidades, teorias, símbolos e significados, e como alguém que aprende que uma colher não é simplesmente uma colher, mas também uma spoon ou shaozi, e descobre que em determinados locais a colher nunca foi “colher”, é preciso suspender o que pensa saber e o que se aprendeu, sob risco de não conseguir mais adquirir uma colher.
O abstrato é trazido pelo que existe no inconsciente coletivo com seus símbolos e representações que são espelhados na vida particular, e são também uma quebra constante de paradigmas e conceitos mentais, sobre os quais nosso cérebro insiste em construir o que chama de “realidade”.
Este exercício constante exige um período mínimo de adaptação para construir o que chamamos de neuroplasticidade, e isso acontece quase sempre que aprendemos algo novo e complexo.
No caso da Magia, Esoterismo, Ocultismo, Espiritualidade ou como quiser chamar, temos o agravante de que estamos desafiando não apenas o que sabíamos, mas principalmente o que nos ensinaram aqueles que julgávamos que sabiam das coisas da vida.
É uma viagem interna com nosso eu infantil que precisa ser reeducado e se vê então nu, desamparado e vulnerável mais uma vez, ou pior: defecado, faminto e com a sensação de ter sido abandonado.
Demora um certo tempo para vestirmos nossa criança interior em novas roupas, construirmos uma nova morada relativamente segura para ela, e é muito comum que nisto pensemos, vez ou outra, que estamos ficando loucos ou mexendo com algo maior que nós, algo além do que podemos compreender.

É comum, para quem se achava já maduro, ter seu sistema de realidade abalado ao perceber, mais uma vez, que está aprendendo o “beabá” em coisas totalmente diferentes do que foi ensinado e no que baseou sua vida até agora.
A Fantasia do Caminho Solitário
Tudo bem, você não é obrigado(a) a participar de um coven, de fazer parte de ordens, nem de se filiar a grupos e casas, apesar de ter alguns que são excelentes e outros que podem ser exatamente seu caminho, também existem os que são apenas uma decepção (a maioria dos doidos neste meio costumam chefiar ou ter destaque nestes lugares).
Agora a menos que você já tenha desenvolvido um contato como tinha Sócrates com seu Daemon interno, como Abramelin e seu Santo Anjo Guardião, ou como Chico Xavier com Emmanuel, você vai precisar de pessoas que possam te ajudar a chegar até isso, te ensinando e orientando neste oceano de possibilidades e portas para o desconhecido, com seus abismos e pontes.

A falta de uma estrutura de aprendizado, de alguém com quem tirar as dúvidas que aparecem, ou pelo menos falar sobre elas, e de alguém que aponte uma rua possível para começar esta imensa caminhada, costuma gerar cagaço nos mais prudentes que se sabotam e ficam sempre na beira do caminho, ou confusão nos mais impetuosos, que se atiram direto no ninho das serpentes do Éden, e voltam mais batidos que limão de bartender.
Você pode ter um caminho próprio e solitário, ou pode se filiar à Ordens, Tradições, Casas, Covens, Grupos, Templos…mas inevitavelmente vai precisar, neste caminho, de quem te aconselhe, aponte coisas e principalmente que ENTENDA o que você passa, pois passou pelas mesmas coisas com mais experiência (não necessariamente idade) ou intensidade.
Ignorar este passo não costuma ter um bom desfecho, nem mesmo quando ele é confundido com a “linhagem” ou com perguntas imbecis do tipo “quem é seu mestre, e o mestre do seu mestre?”.
A complexidade de encontrar bons instrutores com quem você se identifica e percebe conteúdo que te ajude, no meio do oceano algorítmico de possibilidades e das mídias esotéricas pode ser uma manifestação que demore um pouco, e um excelente ato de poder para começar sua jornada.
Pode parecer que eu estou aqui fazendo uma auto propaganda, e tudo bem se entender assim, faça suas comparações e tire suas conclusões.
Mas a verdade é que a minha autoridade (e o motivo) para falar disso vem do fato de que por mais de uma vez neste caminho (beeeem mais) eu tenho certeza que só não enlouqueci por ter tido bons instrutores, confiáveis e experientes, seja para tirar uma dúvida, interpretar oráculo, passar uma instrução ou ajudar a tirar conclusões em determinadas situações.
Mediunidade
Não menos importante e influente neste meio é a predisposição que você vai ter ou a sensitividade para o contato com outros planos e energias.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, mediunidade não é a capacidade glamourosa de adivinhação, de ler as pessoas só em olhar para elas, de prever e evitar coisas ruins e explicar o inexplicável.
Para estas coisas acontecerem de vez em quando (na melhor da hipóteses) é preciso um alto desenvolvimento, experiência (de outras vidas inclusive), muita instrução e principalmente muito chão lidando com confusão de identidades, sentimentalismo, taquipensenidade (TDAH), absorção de sentimentos (na maioria negativos), assédio invisível, percepção de sujeiras e dores psico-espirituais que são “xerocadas” dentro do próprio corpo sem motivo aparente.
Muita gente se pensa deficiente, se vê às raias da loucura, mas na verdade é apenas uma pessoa de maior sensitividade, ou mesmo um(a) médium.

A descoberta da própria mediunidade é muito complicada para quem vive de fora dos meios que estudam e desenvolvem a mediunidade pessoal.
A maioria dos médiuns acaba só sabendo que o é por reconhecimento de outro que o seja, o que torna isso algo quase tão complexo quanto um sistema Tulku reencarnacionista.
A pessoa que tem alta sensitividade ou mediunidade acaba desenvolvendo sintomas de perturbação mental aguda, tem as sensações “exageradas”, é mais perceptiva mas isso não ajuda em nada na nossa vida física mundana, a menos que seja muito bem instruído e desenvolvido.
A diferença do sensitivo para o patológico (pessoa mentalmente perturbada por consequência de algo ou genética) é que o sensitivo se sabe perturbado, reconhece, se desespera por isso, enquanto que o verdadeiramente patológico precisa de pessoas ao redor (que geralmente não o suportam mais) para dar o aviso, que quase sempre é interpretado primeiro como um ataque.
Mediunidade custa bastante para desenvolver, pago em diversos tipos de valor. Dinheiro pode ser apenas um deles, já que em vários locais de desenvolve “gratuitamente” (desde que você trabalhe lá depois).
A dedicação, os transtornos causados pelas mudanças na vida e todo o esforço que se é obrigado a fazer neste sistema, cobra seu preço em oportunidades, tempo, relações e renúncias. Por isso sempre que ouço dizer que mediunidade é uma “bênção” tenho sentimentos mistos.
Pior é ouvir que devemos dar de graça o que recebemos de graça, mas ao ouvir isso não se aflija, apenas saiba que está diante de uma das três possibilidades (e respeitamos todas): Um herdeiro, uma criança ou um espírita cristão. De resto, todos costumamos saber: NADA É DE GRAÇA.
A Maioria Problemática
Tirando os problemas que citamos como motivos para alguem se ver “enlouquecendo” em nosso meio esotérico e espiritualista, temos um outro que é muito mais comum:
A maioria não fica doida, já vem doida e apenas cria uma fantasia para a sua problemática. É como alguém com delírio de grandeza e personalidade que acaba de descobrir que pode se vestir de Napoleão.
A magia, esoterismo e espiritualidade costumam ser um teatro repleto destas fantasias de grandeza que podemos vestir para interpretar e muitas vezes ao invés de usá-las ao nosso favor, somos usados pelas nossas problemáticas mentais, medos e delírios.

É por isso que cito, novamente, que Israel Regardie (aluno de Crowley e exímio autor ocultista) exigia dois anos de terapia para quem quisesse aprender magia com ele (que era terapeuta e tinha seu próprio terapeuta também).
A magia nada soma mas tudo multiplica, é o que diz o Frater Caciano Camilo Compostela em uma frase muito bem definida. Isso porque quando começamos a tirar coisas do inconsciente e colocá-las em símbolos representativos ou simpatizá-las com objetos, estamos multiplicando nosso mundo interno.
A pessoa que vem para este meio cheia de delírios e fantasias, seja de megalomania (a mania de ser grandioso) ou também a culpa e a inferiorização, vai encontrar os motivos mais nobres, históricos e filosóficos para multiplicar isso em sua vida.
Essas pessoas, eu ouso dizer, que se não forem a maioria estão fartamente representadas em nosso meio, ocupando uma massa percentual imensa dos que fazem parte do cenário ocultista.
Isso não significa que sejam pessoas más! Muitas vezes são pessoas de bom coração. Saiba que a maioria das pessoas que são enganadas em nosso meio, não o é por pessoas malvadas que as utilizam e abusam (apesar de existirem MUITAS dessas).
A maioria é enganada por pessoas que, em seus delírios, juram de pés juntos que sabem o que fazem, seja por ter recebido a outorga de outro problemático mais experiente, ou por acreditarem patologicamente em suas fantasias irrelevantes, que não tem nada a acrescentar fora de promessas e imagens fortes.
Algumas destas pessoas nem sequer tentam tirar seu dinheiro, não são charlatãs, várias querem apenas o “reconhecimento” e a emoção compartilhada. São pessoas que choram quando recebem uma mensagem do próprio guia ou percebem algo espiritualmente, e querem compartilhar esta mensagem com você.
Até aí está tudo muito bonitinho, mas tente discordar da mensagem deste alecrim dourado, questionar o conteúdo ou não dar a “importância devida requerida e merecida à margarida” e veja no que a pessoa se transforma. Vai desde deixar de seguir (para os doidos educados) até jurar vingança e tentar a difamação.
Então não se preocupe, se é verdade que nosso meio está insano (sempre foi), é verdade também que a maioria já vem assim de fábrica, apenas tem os sintomas multiplicados, e não é magia, o esoterismo ou a espiritualidade que são a causa.
Agora então como podemos fazer para não cair na armadilha de ficarmos perturbados à ponto de adoecermos, nem nos vermos emaranhados na teia de aranha da problemática dos outros?
Mantendo a Sanidade
Algumas dicas importantes para manter a sanidade e resolver os problemas que citamos como fontes do sentimento de “perder a própria mente” são: ter bons instrutores (não gurus exclusivos), não perder o contato com a realidade do mundo e superar expectativas infantis.
Vamos explorar um pouco ester tópicos para que você leve estes três pilares de sanidade para sua vida, e posso garantir que as chances de você se sentir às raias da loucura ou se perdendo para a insanidade serão muito pequenas neste caminho.
Instrução, é preciso ter guia:
Como ja falamos, mesmo num caminho solitário é essencial ter instrutores, pessoas com as quais se consultar ou tirar dúvidas, que nos ajudem num mínimo de estrutura de aprendizado.
O problema hoje em dia é como encontrar bons instrutores no meio do mar que é o MARketing dentro da espiritualidade.
São muitos mestres, muitas pessoas lutando pela sua atenção, propagando seus incríveis rituais em forma de histórias de sucesso, “causos” sobrenaturais, gente com muitos seguidores que mal tem tempo ou interesse em te responder se você não pagar. Gente que conta ter clientes famosos, e outros que contam histórias assustadoras dos poderes que herdaram e adquiriram.
Saiba em primeiro lugar que o marketing digital pode ser novo no nosso meio ocultista, mas o marketing pessoal com suas histórias exageradas, superstições e “queimação” da imagem de terceiros na espiritualidade sempre existiu ao longo da história, nas mais diversas épocas, nas mais diversas culturas.
Hoje sabemos que vários mestres antigos, ocultistas famosos, também exageravam generosamente sobre suas iniciações e atos mágickos, dando contornos sobrenaturais à fatos corriqueiros (mas importantes) ou simplesmente inventando histórias, incluindo aqueles que moldaram o ocultismo, como Aleister Crowley, Helena Blavatsky, Alexandra David Neel, Leadbeater, Franz Bardon e a lista fica maior que o próprio artigo se continuarmos.
O que diferencia os nomes citados da imensa maioria dos que hoje vomitam seu marketing na internet é que estes tinham algo muito importante que justifica o esforço para compreendê-los e torna seus exageros e até mentiras em perdoáveis figuras de linguagem: CONTEÚDO.
Não tem jeito. Você não vai aprender nada que preste neste meio sem ser pelo conteúdo. A pessoa que pode te instruir é a pessoa que te acrescenta, e não a que promete, não a que tem muitos seguidores e faz você se sentir parte de uma turma; não a que simplifica tudo a ponto de parecer que a única coisa que separa você do que quer é a sua falta de devoção e familiaridade para com seu mestre.
Se alguém pode acrescentar esclarecimento em sua vida, se o conteúdo da pessoa é algo que te faz compreender mais a SUA espiritualidade, evoluir no seu próprio caminho, então você sabe que encontrou algo importante.
Tirando essa dica essencial, saber o que evitar neste meio é mais importante do que saber o que procurar, afinal a maioria das coisas essenciais em nossas vidas só sabemos que existiam e que precisávamos buscá-las após encontrá-las.
Recuse qualquer outro sinal de autoridade fora do conteúdo: carteiras de iniciado, diplomas, histórias de herança de conhecimento estilo “O Grande Dragão Branco” e “Karate Kid” (alguns dos meus filmes preferidos), popularidade nas mídias sociais e grupos fechados que incitam ao pertencimento exclusivo. Nada disso substitui o esclarecimento.
Já falamos aqui sobre a importância da imagem do mestre e instrutor, e de como isso mudou nos últimos tempos. Hoje não podemos mais cair em caminhos devocionais, mas devemos ter respeito e buscar aqueles que podem nos esclarecer.
O “mestre” hoje não é aquele que vende mais caro, fala com empáfia, desqualifica os outros, se porta como única verdade; o mestre é aquele que pode te instruir porque aprende o que você quer aprender, e por isso pode te ensinar.
Quanto mais se aprende mais se pode ensinar, então fuja da imagem do mestre completo, infalível e portador de mistérios. Hoje em dia esta imagem já não cabe mais a não ser para justificar marketing agressivo e preços muito altos. O mestre que te é útil sempre será um aprendiz.
Na Tailândia os mestres jamais param de aprender, e é muito comum que varios mestres de 60 ou 70 anos, façam viagens pela Ásia para aprender novas técnicas, novos conceitos, novos tipos de magia, por vezes com outros instrutores até mais novos do que eles, porém que conhecem mais de determinada coisa.
Isso não é nenhuma vergonha, aliás, pelo contrário! Todos na magia tailandesa tem orgulho de dizer que seu mestre iniciador está se aperfeiçoando em alguma coisa, algum tipo diferente de magia e instrução nova.
Um exemplo disso é o número imenso de Ajarns (mestres bruxos), a maioria com décadas de experiência e muita bagagem espiritual, que começaram a estudar magia ocidental, especialmente com Ajarn Williams (um Ajarn mestiço) que é especialista em magia negra e satanismo no Oriente, e mistura isso com a magia Khmer tailandesa.
Dito isso podemos concluir algumas red flags do que evitar:
– Necessidade de auto afirmação através de desclassificar ou deprezar o trabalho de outras pessoas do meio, citando nomes numa tentativa de projetar o seu próprio em cima dos outros.
– Exigência de exclusividade total: “você só pode estudar COMIGO, é MEU discípulo”. Geralmente isso é falado de forma velada com ideias do tipo “o que ensino aqui é secreto e tenho medo de compartilhar, então você só pode estudar aqui”.
– Constantes demonstrações verbais em histórias (e até truques físicos) para se dizer superior.
– Parece saber muito, mas todo o conteúdo é superficial. A promessa é aprofundar o que ensina após ser pago. Geralmente a promessa nunca é cumprida, e você recebe a versão estendida da mesma superficialidade.
– Medo. Se o caminho é baseado no medo, na necessidade de fazer algo com a pessoa, do contrário algo terrível acontecerá, você tem altíssimas chances de estar diante de um charlatão abusivo e financeiramente mais esperto do que você. O medo sempre foi um dos principais ganchos para tirar dinheiro (valor) de alguém. Medo é o instrumento mais eficiente de manipulação, parasitismo e vampirização.
– Excesso de dogmas. Excesso de restrições e regras, todas baseadas também no medo.
– Depreciação. Se a pessoa te deprecia, coloca suas descobertas e práticas para baixo, como algo sem valor, pequeno, sempre insuficiente ou ineficiente, ela está na verdade vampirizando sua energia, transferindo para ela própria e a autoridade dela aquilo que você estava desenvolvendo. Isso é MUITO comum.
– Mania de grandeza: O constrangedor uso de títulos ou a insistência em ser chamado por determinado título para impressionar.

O contato com o chão:
Outra coisa essencial na espiritualidade para evitar problemas mentais graves é não perder o contato com a realidade de nosso mundo.
Muita gente começa neste meio e se encanta com o transcendente, com as infinitas possibilidades de vida fora do plano a que temos acesso no momento, e tudo o mais que há além dele (ou por trás dele).
Temos nisso um grande perigo, pois aqui estamos e aqui estaremos enquanto aqui estivermos, e neste caso, perder o contato com o nosso chão por um longo tempo nos obriga por uma lei da gravidade espiritual a voltar para ele, geralmente machucados pela queda e desiludidos.
Ninguém está aqui à toa. Os sistemas de valores, a forma de expressão afetiva e sexual, o inconsciente coletivo, a psicosfera, tudo isso depende em primeiro lugar do plano existencial no qual estamos, e secundariamente das Matrizes em que estivermos inseridos (país, cultura, famílias, mídia, círculos sociais, empresas).
As influências espirituais que você traz consigo, a sua própria natureza, criam uma terceira realidade ao interagir com tudo isso e resulta no que você chama de “sua vida”.
Ao perder o contato e interação conscientes com o mundo em que está inserido você perde também o “tato” psicológico, o bom senso, o sentido das coisas daqui, e isso inevitavelmente abre as porta para todo tipo de doença mental, pois é inevitável que a interação force você a voltar, geralmente em confusão e sem preparo.
Perder o interesse, a ambição e a paixão neste mundo resulta em se tornar uma casca inanimada enquanto tenta projetar sua energia e consciência em outros planos.
Resulta principalmente numa afronta ao próprio lado sombra, lado bicho, que segura a sua sanidade e consciência presentes e comanda seu corpo.
Você pode sacanear varias pessoas afetivamente, prejudicar seus desafetos e inimigos, magoar e decepcionar quem te ama, e se isso tudo estiver de acordo com seu espírito nada acontecerá.
Agora, se você fizer qualquer uma destas coisas com seu lado sombra, com seu bicho interno (que é o que te faz viver e protege neste mundo), você terá uma punição inevitável e exemplar, e problemas psicológicos na maior parte das vezes advém disso.
A espiritualidade que realmente deve ser desenvolvida por você, também desenvolve sua consciência do mundo, e não destrói a sua vida nele. Os seres de outros planos que tem interesse na sua evolução consciencial, pois sãos os teus guias, tem interesse muito claro na sua encarnação de agora e a consciência que leva disso, e não no que vai fazer ao desencarnar.
Vários médiuns são utilizados por entidades e espíritos para o trabalho na terra, espíritos que não estão interessados na vida física do médium nem em seu desenvolvimento neste mundo. Estes espíritos podem ser mais prejudiciais do que obsessores, e dificilmente são os guias pessoais do médium; são espíritos presos em seus próprios sistemas de crédito espiritual e necessidade de influência terrestre.

Existe um meme que tenho visto mais de uma vez na internet, encenado por várias pessoas, e ele nunca perde o significado, suspeito que tenha sido um Exu de verdade que o inspirou.
De “verdade” porque o Exu ou Pombogira pessoal é sempre ligado à você numa relação simbiótica, pois algo seu pertence a eles, e algo deles pertence a você. E isso é exatamente aquele lado sombra, o bicho interno de que estávamos falando.
No meme alguém pergunta à um espiritualista: Te dou agora, dois milhões de reais ou dez minutos com seu Exu?
Invarialmente se escolhe os dez minutos com Exu, pois isso não tem preço, é algo espiritual!
E então na conversa Exu pergunta: “Como está a sua vida? Me fale o que sente e o que gostaria que fosse.”
A pessoa começa imediatamente a pedir ajuda de Exu para sua vida, pois está com dívidas, gostaria de largar o trabalho sem significado, gostaria de se mudar com a família, de pagar uma escola melhor para os filhos, de tirar férias com quem ama, de ter mais tempo para se dedicar ao que considera importante para si, viajar e conhecer tal lugar ou estudar tal coisa…
Nessa parte o Exu corta bruscamente e diz: “Então deixa eu te perguntar, porque caralhos você não pegou os milhões de reais?!”
Expectativas infantis: O fetiche sobrenatural
Outra coisa a se evitar e a compreender logo de princípio neste caminho, e que deveríamos anunciar mais, é que as expectativas infantis sobre a espiritualidade e o fetiche do sobrenatural na magia, levam inevitavelmente à decepção e frustração.
Algumas pessoas reagem à decepção e frustração com raiva e revolta quando percebem um alvo que possa ser responsabilizado, mas no caminho do ocultismo e espiritualidade as sombras não se permitem ser identificadas, e isso gera dúvidas de si mesmo, auto desprezo e logo problemas graves psicológicos.
A ignorância de que magia não funciona como truques de mágica é uma presença constante no imaginário popular, desde a época que se acreditava que mulheres praticantes de feitiçaria voassem em vassouras, passando pelos filmes de magia com raios e efeitos imediatos, até chegar na propaganda de magia generosamente exagerada na internet.

Algo que estas ilusões de efeitos fantásticos, pactos faustianos e fantasias de poder ignoram é que tudo que é desenvolvido no caminho esotérico tem um custo, e mais uma vez, o dinheiro só paga a entrada.
As ordálias (ou ordálios) são as provas e custos que a natureza cósmica nos impõe para crescer e desenvolver determinados poderes, e também algo que as próprias noúres (como eu chamo as correntes astrais) do Caminho nos trazem pelos ventos esotéricos que às vezes sopram cortantemente frios na cara de quem ousa se propor a desenvolver a própria mente mágicka.
Quando a fantasia de poder se encontra com uma inesperada e custosa realidade, a queda psicológica costuma ser abismal, a decepção muito forte, e é neste momento que muitos correm de volta para os braços do deus de papai e mamãe, maldizendo o ocultismo e a espiritualidade sem perceber o que aconteceu.
É duro de se recuperar de uma queda dessas. Exige humildade e um processo todo de crescimento interior que só é possível quando a consciência tem um mínimo de maturidade que não pode ser esperado de quem vem com este tipo de fantasia para trilhar os caminhos Esotéricos.
Concluindo, para manter a sanidade é preciso sim ter a ambição de alcançar a Magia, mas sabendo que isso se manifesta em atos de poder; atos que exigem por vezes sacrifícios e coragem maior que o que temos, e por isso vamos desenvolver.
Magia é desenvolvimento, contém êxtases e vitórias, desilusões e derrotas, esclarecimentos e dúvidas, e ai de quem não estiver preparado para isso.
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Eu sou Martin, o Frater Aquarius, à ti confiando,
Fiat Lux