“Nada existe, tudo é permitido!” – Austin Osman Spare (precursor do conceito de Magia do Caos)
“Faz o que tu queres, pois há de ser tudo da Lei!” – Aleister Crowley (o mago mais famoso de todos os tempos).
“Faz o que tu queres, haverás de ser por tudo responsável” – Arnold Krum Heller (fundador da Rosa Cruz Antiqua – Fraternitas Rosacruciana Antiqua)
“Você é a Lei! O que você crê molda a sua realidade física e espiritual” – L. A. Gasparetto (fundador do Colegiado Filhos da Luz)
Antes de qualquer coisa vamos começar com a conclusão, já que muita gente só lê o primeiro parágrafo ao ver um texto grande: Você é a lei! Pronto. Essa é a lei da espiritualidade e da vida. Agora você pode escolher continuar lendo a explicação ou sair por aí dizendo que já sabe a Lei maior.
Pode parecer meio esnobe falar sobre a “lei da vida”, acontece que mais pretensioso e vaidoso é ignorar algo que se não for levado em conta permite a imposição de uma crença de alguém sobre outra pessoa, e ninguém que impõe uma crença o faz do alto de sua compaixão e amor, por mais que assim o declare. Impor crenças é uma violência energética, uma anomalia, um verdadeiro pecado.
Lembro de um rapaz que ficou muito irritado durante uma explicação sobre o que o Saulo Calderon achava sobre masturbação em um vídeo, e saiu cuspindo abelhas africanas dizendo que o mesmo estava sendo utilizado por baixos espíritos já que pessoas de vibração mais alta não utilizam a sexualidade à bel prazer.
Para este rapaz, a sexualidade era algo sujo, errado e pecaminoso. Como já não sou santo há muitas vidas, me enchi de argumentos contra o moralismo fundamentalista de quem condena o sexo e a sexualidade em geral, e vive ainda uma espiritualidade com base no ascetismo, sacrifício e vaidade moral. Por sorte, tomei um pequeno puxão de orelha astral da intuição para encerrar a discussão, já que eu não estava enxergando o óbvio.
É claro que não existe nenhum problema na sexualidade e cada um faz o que quiser sendo responsável pela própria energia, lidando com as consequências de onde se “amarra” a própria atenção ou do que compartilha em seu próprio sistema energético.
Acontece que, para algumas pessoas é simplesmente impossível trilhar um caminho espiritual e ter uma vida sexual, especialmente quando se fala em masturbação, e ainda mais se pensar em pornografia! Existem pessoas que se sentem sujas, ou captam a sujeira dos outros mediunicamente através da pornografia de tal forma que se desequilibram mentalmente por horas, às vezes por dias.
Existem outros que não tem a masturbação como hábito saudável, e sim como vício que lhes suga muito tempo e a dignidade em meio à compulsão e a obsessão. Outros simplesmente não tem interesse no sexo, seja pelo local de onde seu espírito veio (onde a sexualidade se expressa de outra forma) ou mesmo por configuração hormonal, e não conseguem captar onde e como uma prática mística pode ser tolerante ou andar de mãos dadas com desejos e atos sexuais humanos.
Ainda existem muitos que são espiritualistas que apesar de crer na vida como algo mais universal, mantém a estrutura de fé binária (maniqueísta) que aprenderam na infância com proibições e noções muito definidas de certo-errado, puro-sujo, paraíso-inferno, julgamento-perdão, recompensa-punição. Estas pessoas não tem como sair dessa noção, pois apesar de ser uma noção infantil, a natureza não dá saltos e isso não deve ser exigido das mesmas. É o que elas podem entender no momento.
A lei que existe não é a do certo e errado, mas do certo e errado para você. Claro que devemos falar de forma geral que não existe culpa em relação ao sexo desde que você tenha respeito por si e pelos demais nos seus atos, mas isso vai gerar controvérsia, e o que não devemos é nos armar contra a controvérsia, ela é algo natural; para algumas pessoas, tirar a culpa do sexo é como tirar o perigo de um copo de cerveja para alguém que seja alcoólatra, chega a ser uma falta de decoro e de empatia. Sim, existe perigo e problema ali, para a pessoa existe, então é real!
Existem pessoas que não podem beber um copo de qualquer coisa alcoólica pois isso vai destruir suas vidas. Existem pessoas que não podem ter contato com pornografia ou sexo sem regras muito bem definidas, pois isso desarranjaria seu sistema energético levando à culpa e à compulsão. Existem pessoas que não podem ficar ricas ou ter muito dinheiro pois se perderiam em escolhas, prazeres e consequências que destruiriam a consciência que mantém à duras penas. Para estas pessoas, dinheiro é perigo e um curso de prosperidade é uma ofensa.
Todos devem ser respeitados ao expressar sua controvérsia, não é preciso que haja concordância para haver respeito. Afinal, você é a lei em seu mundo, e a pessoa em questão é a lei no mundo dela, portanto o errado para ela, é errado no mundo dela, e sim, será punida por isso. O mesmo ocorre ao contrário, quando tem gente que faz coisas consideradas sujas ou erradas e continua bem energeticamente e se dando bem na vida.
Falemos a verdade que pode ser ouvida por aqueles que se afinizam com nossa espiritualidade, sabendo que não precisamos defender a verdade por qualquer maneira contra aqueles que vociferam contra ela, já que para essas pessoas em suas verdades não é assim que se é verdadeiro.
Toda verdade que não nos serve parece uma mentira. É preciso entender que quem tem verdades pessoais que servem para a própria proteção se sente atacado ao contato com o contrário. Sim, problema é delas, mas não entremos nesse jogo pois é uma luta perdida já que a lei é só uma. A lei é a própria pessoa; o que dá errado para você é O Errado, e O Certo será quando puder dar certo para você. Uma verdade só pode ser identificada, nunca transferida. Tirando o óbvio bom senso de respeito à vontade e à integridade dos outros, a verdade é sim relativa e pessoal, uma questão de auto conhecimento.
O que foi dito por um filósofo ecoa no que disse um profeta: “Conhece a ti mesmo” pois “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.