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A Historia Real do Poltergeist de Enfield
Em agosto de 1977, em uma pequena casa de um subúrbio da Inglaterra, teve início um dos casos de manifestações sobrenaturais mais bem documentados e investigados da história.
O caso aconteceu com uma menina chamada Janet e sua família, sua mãe recém divorciada (o marido decidiu ir embora de casa) e seus três irmãos, que levavam uma vida simples e sem qualquer envolvimento com o oculto, esoterismo, nem mesmo religião.
Em uma noite comum após um dia sem acontecimentos importantes, antes de ir para a cama, eles simplesmente começaram a ouvir batidas na parede e ver objetos se arrastando na frente de todos. Uma curiosidade interessante é que estudos póstumos dos sons, nas fitas gravadas pelos investigadores demonstraram que os sons vinham de fato de dentro das paredes e não de fora como se alguém batesse para provocar o som.
Desesperados com aquela primeira manifestação, especialmente após Peggy, a mãe, tentar colocar os móveis de volta no lugar mas continuarem a se mover, eles correram para a casa da vizinha pedindo ajuda. O marido da vizinha junto com o filho mais velho foram até a casa deles para ver do que se tratava, e também foram testemunhas de barulhos e batidas na casa vazia. Eles chamaram a polícia e os policiais atestaram que viram à olho nu uma cadeira se arrastar por mais de um metro sem qualquer interferência, mas que nada poderiam fazer à respeito.
À partir daí foram meses de tormenta, manifestações de barulhos, objetos se movendo e sendo arremessados violentamente contra os presentes, materialização e desmaterialização de objetos, incorporações na menina Janet com transes, berros, vozes masculinas, línguas diferentes e por vezes até mesmo xingamentos, e multidões de curiosos se juntando em Enfield para observar a casa “amaldiçoada” pelo lado de fora.
Muitas das manifestações foram gravadas por materiais amadores, outras tiveram seus arquivos simplesmente corrompidos após a gravação, e a maioria foi testemunhada ao vivo por parentes, transeuntes, médiuns do mundo inteiro e os dois investigadores do caso, que chegavam a dormir na casa da família assombrada diversas vezes.
Estes dois investigadores fizeram um trabalho excelente que resultou no livro “Enfield 1977” (This House is Haunted), que narra a história real dos acontecimentos, as consequências na vida daquela família e as visitas dos envolvidos. No Brasil este livro foi publicado em português pela DarkSide Editora em uma ótima edição de luxo com capa dura e imagens, e você pode encontrar ele aqui neste link: https://amzn.to/3WEjDl9
Os dois investigadores
Você deve achar que sabe quem foram os dois investigadores do caso, especialmente se assistiu ao filme e não leu o livro-documentário, mas você se engana e eu vou te contar a verdade:
Em desespero e sem saber o que fazer, a família que começava a ficar famosa no bairro através das fofocas, pediu ajuda da SPR, a sociedade inglesa de pesquisas psíquicas, que investiga o paranormal e publica artigos de parapsicologia e estava em seu auge nos anos 70. Da SPR, dois membros especiais eram Guy Lyon Playfair e Maurice Grosse.
Playfair era jornalista, escritor e pesquisador do oculto, ele estudou português e tinha passado anos no Brasil investigando fenômenos psíquicos como Chico Xavier, operações espirituais, materializações, sessões mediúnicas e coisas do gênero, na era de ouro da mediunidade no Brasil.
Destes estudos sairam dois livros excelentes que infelizmente nunca foram traduzidos para o português; O livro “Chico Xavier, Medium Of The Century”, contando as experiências pessoais do autor com o médium no Brasil, e o livro “The Flying Cow”, contando as experiências de vários mediuns que o autor encontrou pessoalmente e testemunhou o trabalho em diversos estados brasileiros.
O outro investigador envolvido no caso era Maurice Grosse. Ele aparece em quase todas as fitas e gravações reais, bem como fotos, durante a época das manifestações em Enfield. Maurice era conhecido de Playfair, eles se encontraram em uma reunião dentro da própria SPR.
Ele tinha por hobby o estudo e a investigação do paranormal e de tudo relacionado ao pós-morte, especialmente após ter perdido sua filha adolescente num acidente horrível, o que fez com que muitos críticos e céticos depois duvidassem de seu profissionalismo, de forma racional porém injusta e nada empática.
Maurice era inventor, criava aparelhos eletrônicos e tinha o que na época era considerado algo restrito à mídia profissional: aparelhos de captação de áudio e imagens. Ele já vinha procurando investigar e captar manifestações espirituais, mas não era um “crente” e muito menos um convencido, tendo um papel bastante profissional nas investigações de Enfield.
Algo interessante: Playfair era muito bem conectado com médiuns do mundo todo, e estudando o caso em nome de uma instituição renomada como era a SPR, ele tratou de convidar algumas pessoas que poderiam ajudar no caso. Foi o caso de vários médiuns de trabalho respeitado, entre eles o nosso conhecido Luiz Antonio Gasparetto.
Playfair era amigo de Elsie Debugras, uma parapsicóloga brasileira de origem britânica que foi responsável por viajar o mundo com Gasparetto mostrando seu trabalho mediúnico e de psicopictografia onde ele recebia espíritos de pintores antigos e pintava com os pés e no escuro, com as duas mãos em quadros diferentes, e fazia assinaturas incapazes de distinguir dos pintores originais durante a vida.
Durante o auge das manifestações de Enfield que duraram de agosto de 1977 até meados de 1978, Playfair ficou intrigado de ouvir Janet em transe se debatendo, chorar e gritar mamãe. Sim, mamãe, com o nosso jeito brasileiro de falar. Como Playfair falava português e reconheceu o som típico da nossa língua que ele próprio não conseguia pronunciar direito, entrou imediatamente em contato com Elsie, que estava coincidentemente em viagem pela Inglaterra com o Gasparetto.
Gasparetto foi até a casa de Enfield, e isso é narrado em um capítulo do livro que diz que ele conversou com o espírto, o encaminhou, e depois disse que Janet era uma medium muito forte, que deveria desenvolver isso para deixar de ser vítima destas manifestações. O desenvolvimento nunca aconteceu já que a menina morava num subúrbio britânico, mas as manifestações que gritavam mamãe, de acordo com o livro cessaram, e outras manifestações se tornaram presentes.
Eu estudei muito com o Gasparetto desde meus dezoito anos, por uns dez anos pelo menos. Em duas ocasiões ouvi ele narrar esta história de sua participação no caso, sem nunca dizer que tinha sido em Enfield, nem se aproveitar da história famosa, sempre se referindo à uma “garota inglesa que recebia espíritos e falava em português”.
Em uma dessas narrativas, a única que está gravada, ele conta que foi chamado por este amigo (Playfair, que já havia estudado Gasparetto quando este ainda fazia pinturas em centros espíritas no Brasil) para dar uma olhada num caso mediúnico de uma menina que manifestava paranormalidade e parecia estar chamando a mãe em português brasileiro durante o transe.
Quando Gasparetto chegou, seguindo o relato, a menina não apenas dizia mamãe, mas falava frases soltas em português com um sotaque caipira brasileiro, sem qualquer sotaque estrangeiro, e isto vindo de uma menina cujo inglês suburbano da Inglaterra, chamado “cockney”, era muito acentuado.
A participação de vários mediuns foi importante neste caso, e cada um narra suas histórias que coincidem com as do livro de Playfair, afinal eram convidados dele ou da própria SPR. Esta participação do Gasparetto em Enfield aconteceu em apenas um dia, mas além de ser interessante, foi muito mais intensa e pessoal do que a dos outros que se aproveitaram desta história, como tentou na época sem sucesso e mais recentemente, conseguindo por fim o seu objetivo, o casal Warren.
O casal Warren também esteve em Enfield, mas segundo documenta o testemunha, bibliógrafo, jornalista e pesquisador Tom Ruffles aqui neste artigo, eles estiveram presentes durante os acontecimentos apenas por um dia também,chegando sem serem convidados, após ouvirem falar dos rumores e da popularidade do caso, indo embora após trocarem palavras com as meninas da casa e a mãe delas, e tentar uma forma de “exorcismo” e “passe” que não mudou absolutamente nada no caso.
A Farsa dos Warren: Demonologistas
Os Warren estiveram outra vez em Enfield, mas como documenta Tom Ruffles no artigo já citado, eles chegaram nesta segunda vez com aparelhos para transmissão de programas ao vivo nos EUA, porém em agosto de 1979, dois anos após o início das atividades e quase um ano após o cessar das mesmas.
Parece que essa era uma frequente no caso dos Warren, chegar no fim para “colher os louros”, aumentando as histórias, citando demônios e promovendo rituais de exorcismo. Eles começaram a “investigar” e expulsar os demônios da casa de Amityville (outro caso famoso, mas já desmentido pelos próprios envolvidos) após o término das supostas atividades e lançamento do famoso (e muito bom) livro de Ray Anson, “Horror em Amityville”.
De volta em Enfield, já em 1979, Ed Warren dizia que as atividades não tinham cessado e sim que os outros investigadores tinham desistido do caso, já que os “demônios” envolvidos não haviam sido expulsos, e apesar de não conseguir gravar nada de útil ou de paranormal, ainda assim puderam fazer seu “show” da luta de cristo contra o mal e dar relatos extremamente mais espalhafatosos que os dos investigadores. Relatos “fantásticos” e que provavelmente jamais aconteceram. Relatos narrados no livro de seu empresário e biógrafo Gerald Brittle, em apenas nove páginas!
Guy Lyon Playfair faleceu no ano de 2018, e antes disso teve a oportunidade ao menos duas vezes de dizer a verdade, ao ser questionado sobre os Warren em Enfield e sua partipação no caso.
Uma destas vezes foi no Podcast The Big Séance, episódio de março de 2016 que você pode escutar em inglês aqui neste link: https://bigseancepodcast.com/guy-lyon-playfair-and-the-truth-about-the-enfield-poltergeist-the-big-sance-podcast-my-paranormal-world-56
Este Podcast está MUITO BOM, pois o entrevistador foca na participação nula dos Warren (que estavam ganhando milhões pelo filme), e Playfair conta tudo. Eles chegaram sem serem convidados, se meteram a conversar com as meninas e a mãe, falando coisas sobre o diabo, possessão, e um programa ao vivo para os EUA, algo que nem ele nem Maurice levaram muito a sério. Os Warren estavam determinados a dizer que tudo que acontecia era coisa “do diabo”.
Os Warren se apresentavam como demonologistas, que é uma doutrina criada pelo cristianismo para definir como malignos os deuses e quaisquer seres que não estão no seu panteão nem representam seus dogmas, e funciona desde a idade média como controle do povo e sustento do dogma, e nós explicamos a demonologia AQUI NESTE ARTIGO. Antes a demonologia assustava e controlava, depois passou a vender, e os Warren venderam muito bem.
Playfair conta ao entrevistador que durante a nula participação dos Warren que durou apenas algumas horas, o próprio Ed Warren disse à Playfair que eles dois poderiam fazer muito dinheiro com o caso, se ele contribuísse. Como Playfair declinou dizendo que não era isso o que buscavam ali, e como já estavam os dois investigadores principais documentando o caso, e ainda fotógrafos e a equipe da BBC inglesa, os Warren simplesmente desapareceram dali.
Playfair foi entrevistado outras vezes também após o filme e antes deste podcast. Ele sempre tomou cuidado para não parecer fazer diretamente uma acusação, primeiro porque à época Lorraine estava viva, e segundo porque os Warren são extremamente valiosos como empresa, ainda assim ele conta como foi a proposta indecente de Ed Warren aqui neste link.
Além de serem um sucesso de vendas de histórias e oportunismo em transmissões de rádio e de TV, os Warren eram detentores-criadores de uma das maiores atrações turísticas dos Estados Unidos, gerando milhões anualmente aos cofres de toda uma indústria e até do próprio governo de Connecticut, o Warren Occult Museum, aberto em 1952 e fechado em 2019.
Quando a personalidade é muito grande e ativa financeiramente, acusações pessoais não costumam soar bem, nem terminar bem, era o que sabia Guy Playfair, e possivelmente também cada mulher que acusa João de Deus de abuso, que só ousaram se pronunciar após todo um movimento midiático ecoar a voz de outras mulheres em plena TV Globo.
Abusos estes dos quais os Warren (especialmente Ed) foram acusados mais de uma vez, e inclusive, de acordo com os advogados da Warner, nenhum filme que envolva o casal pode mencionar qualquer acusação aos mesmos, seja de abuso ou farsa.
Uma curiosidade é que o casal Warren, queridinho dos jovens de hoje por filmes cheios de susto e fantasmas deformados, explodiu na mídia dos anos 60 e 70 nos EUA, justamente como um ponto cristão averso à contra-cultura jovem. Era uma época de hippies, LSD, magia, doutrinas hinduístas e orientais em geral, Thelema e luciferianismo, mudança de costumes e liberação sexual.
Do outro lado deste cenário de contra-cultura americana, um simpático casal católico lutava contra os demônios da nova era, o ocultismo de qualquer forma e seus símbolos do mal, como uma estrela (sim, eles diziam que a estrela é algo do diabo) por exemplo. É algo patético, mas o “demônio” vendia muito bem, tanto para pais assustados quanto para jovens excluídos da onda da nova era, especialmente de influência thelemita (que mencionava satanás e liberdade) nos anos 60, e mais ainda após O Exorcista e seu tremendo sucesso nos anos 70.
Pode parecer bobagem, mas os Warren sabiam muito bem como fazer dinheiro, como se posicionar na mídia e onde colocar seu marketing. Playfair perdeu uma boa grana com “aquele papo de demônio” como ele falou, e com a negativa à proposta indecente de Ed Warren.
Os Warren no entanto ganharam seu dinheiro, e muito, mesmo que postumamente, em cima de Enfield, caso que não investigaram nem participaram senão em uma tarde, quando chegaram como intrusos, para se mostrar e registrar mais sua própria imagem num caso polêmico do que o caso em si.
E o modo como eles fizeram esse dinheiro foi através do filme Invocação Do Mal 2, baseado nas nove páginas de Gerald Brittles, o produtor, biógrafo e detentor do direito de imagem dos Warren desde 1978.
Outra curiosidade é que o próprio Brittles que sempre bateu o pé para defender seus representados e tentar quebrar acusações de qualquer outra pessoa, se viu sem sua “fatia no bolo” do filme, e simplesmente processou a Warner em 900 milhões de dólares (!!!) por uso da imagem (ainda que autorizada por Lorraine Warren) de seus representados legalmente.
O artigo que conta este processo absurdo você encontra aqui: https://www.megacurioso.com.br/cinema/102305-warner-tera-que-provar-que-assombracoes-existem-para-se-livrar-de-processo.htm e também neste artigo em inglês.
Foi absurdo porque para a Warner vencer este processo à priori, teria de provar que as entidades dos filmes são seres reais, e que está se baseando em fatos, e não em histórias inventadas pelos Warren e que legalmente ainda pertencem à Brittles.
O fato é que a Warner conseguiu entrar em acordo com Brittles para se livrar do processo, acordo não revelado por nenhuma das partes, mas Brittles narrou aqui nesta entrevista que foi ameaçado pelos produtores. Resumindo: Grana, grana e mais grana.
O filme: História para boi não dormir
O filme Invocação do Mal 2 é portanto um crime contra o trabalho dos verdadeiros investigadores do caso de Enfield (ambos já falecidos), e é totalmente diferente dos documentos e do livro. O filme se baseia nos relatos fantásticos, absurdos e sem pé nem cabeça promovidos por Gerald Brittles sobre os Warren (taí o motivo do processo que ele moveu contra a Warner).
O filme já começa errado quando no trailer diz “Enfield, 1977” para situar a data em que começaram as atividades, e já mostra os Warren investigando o caso NO LUGAR de Playfair, e com um muito caricato Maurice Grosse a auxiliar o casal.
Aliás, Grosse, falecido em 2006, só aparece no filme porque apesar de não existir qualquer filmagem real dos Warren em Enfield ou com as meninas envolvidas, Grosse está em quase todas as imagens documentadas, já que era ele quem mexia nos aparelhos, portanto retirá-lo do caso é impossível.
Isso é um absurdo já que os Warren estiveram em Enfield durante as manifestações apenas por UM DIA, já em 1978, e tendo uma atuação muito menor que a do Gasparetto por exemplo, e terminando com uma proposta muito sem ética de acordo com Playfair, que nunca veio à mídia dizer isto antes de ser questionado publicamente.
Na verdade Playfair não poderia mover qualquer processo contra qualquer pessoa em relação ao filme, simplesmente porque quase nada da história real de Enfield e a documentação de Playfair foi demonstrado no filme.
O filme não narra a história documentada por Playfair e Grosse em mais de um ano de investigação, muitas vezes dormindo na casa de Enfield. Não é sobre uma menina que se vê numa casa com fenômenos poltergeists dos quais ela é o epicentro, que entra em transes, fala outras línguas e aparece em diferentes cômodos da casa. Isso poderia ser fantástico e sobrenatural o suficiente para quem tem interesse no oculto, mas não vende muito.
O filme é a versão Warren (fazendo muito dinheiro como prometido):
Fala sobre uma menina atormentada por um demônio, um diabo, particularmente um daemon (entidade) retirado da Ars Goetia, um grimório medieval que alguns dizem ter sido praticado pelo próprio Rei Salomão.
O “dêmonio” chamado Valak, ao invés de aparecer como no texto do grimório como um anjo em forma de criança (isso não vende), tem a forma de uma freira sinistra que ficou mundialmente famosa sendo utilizada até na própria série de filmes, e ISSO VENDE, VENDE MUITO.
O filme é divertido, mas é tipo historinha de sustos, encabeçando os lucros milionários de quem não tem escrúpulo para com a espiritualidade, para com o trabalho real dos outros, e muito menos para com jovens estimulados em seus medos, que deixaram de dormir após tomar sustos com uma freira-demônio muito bem feita, uma “Lorraine Warren” linda (a Vera Farmiga!), e um “Ed Warren” fortão que mais parece uma mistura de Elvis e Clark Kent.
Afinal de contas, sempre foi e sempre vai ser pelo dinheiro. Quem negou surfar na onda da mídia dos Warren teve a história real, não cedeu à mentira; mas para o rebanho abobalhado, a realidade mesmo quando sobrenatural encanta muito menos do que o supérfluo.
Para você que não pertence ao rebanho, compre o livro Enfield 1977 aqui, em edição belíssima da Dark Side, estude a história REAL de um caso sobrenatural, e assista a série O Poltergeist de Enfield que você encontra fácil na internet para baixar legendado, inclusive, uma série baseada nas inumeras fitas e documentações reais do caso, com entrevistas modernas com a própria família assombrada.
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