Daikokuten Mahakala: O Deus da fortuna que pode te fazer rico.

Daikokuten: Quem é?

Daikokuten é provavelmente o deus da fortuna mais eficiente, com diversas histórias de pessoas que mudaram de vida através do seu culto. É uma deidade que vale a pena você conhecer, e até quem sabe, ter a fortuna de se identificar e trabalhar com esta energia.

Poucas deidades tem tantas faces e origens diferentes quanto Daikokuten, talvez apenas Kuan Yin ou Shiva. É uma das deidades do Budismo Esotérico Sino-Japonês, mas também é presente em diversas formas de budismo e religiões antigas do Oriente, cada uma com seus métodos.

Começando pelo nome, Mahakala é o nome mais antigo de Daikokuten, é a sua pronúncia em sânscrito. É a junção de Maha (Grandioso) e Kala (Obscuro, Morte e Tempo), o que significa literalmente “grande como a escuridão (como o tempo, como a morte)”.

Daikokuten é o mesmo nome, só que em japonês. Vem, por sua vez, assim como o budismo esotérico e os Kanji, da China. Na China a pronúncia de seu nome é Da Hei Tian (大黑天), que significa literalmente “grande como a escuridão dos céus”.

As origens de Mahakala se perdem na junção do hinduísmo e do budismo em diversos locais diferentes da Ásia. Na Índia, Mahakala vem diretamente de Shiva: Assim como MahaKali é a forma irada e imensa do poder obscuro da esposa de Shiva, então Mahakala seria a forma irada e imensa do poder obscuro do próprio Shiva, e consorte de Mahakali.

Imagem antiga de Mahakala encontrada na Índia

É difícil saber em que momento esta deidade interagiu com o Tibete, pois na religião Bon tibetana também havia Mahakala, com nome tibetano obviamente. No Tibete se chamava Nak Po Chen, que significa literalmente “o grande escuro”.

Provavelmente era uma deidade já muito comum em práticas xamânicas e de feitiçaria entre hindus, tibetanos e nepaleses. No Nepal, o culto de Mahakala da tradição Shakya é totalmente restrito à iniciados.

Quando Guru Rinpoche (Padmasambhava) chegou no Tibete e incorporou as deidades Bon, ou “as entidades e demônios locais” ao budismo, Mahakala passou a ser visto então como um dos Dharmapala, ou seja, um dos guardiões do Dharma (da evolução divina) do budismo esotérico tibetano.

Imagem tibetana de Mahakala

Nas tradições tibetanas, Mahakala é uma manifestação irada de Avalokiteshvara (mesma deidade de quem Kuan Yin ou Kannon é uma manifestação).

Isso não é de todo uma contradição com o hinduísmo, pois no budismo, Shiva também é uma das 108 formas em que Avalokiteshvara se manifesta, e um dos 108 nomes de Guan (Kuan) Yin.

Do Tibete essa deidade se espalhou para o sul chinês, cercada de lendas e de medo, já que as instruções do Vajrayana eram mais restritas à iniciados.

Já no resto da China, o budismo mahayana e tradições de budismo esotérico se espalhavam também, e Mahakala, chamado de Da Hei Tian (大黑天), em algumas destas linhagens era até considerado uma manifestação de Buddha Vairocana, como o senhor dos exércitos.

Existem várias formas de Mahakala nestas tradições, e algumas se contradizem quanto à sua origem. O mais famoso destes, é o Mahakala de seis braços.

Mahakala em sua forma mais tradicional, com seis braços.

Como nosso artigo é sobre a forma de Mahakala como deus da riqueza, não vamos mergulhar fundo no simbolismo de cada uma das suas muitas manifestações, neste artigo.

Além do Mahakala de seis braços, temos o Mahakala de quatro braços, o de dois braços, o Mahakala Vermelho (da paixão) e o Branco (este sim, no Tibete representa a riqueza e a fartura) e várias outras manifestações de diferentes tradições.

Mahakala Branco, considerado o Mahakala trazedor de riquezas, deus da fortuna tibetano.

Mahakala-Daikokuten (大黑天) é considerado uma deidade extremamente poderosa. A ideia de representar a própria escuridão, sendo o preto a junção de todas as cores, e também o vazio, ele representa a imensidão do TUDO, bem como abismo, ou seja, o nada.

É impressionante a conexão de Mahakala Daikokuten com Fudo Myo de quem falamos tudo aqui, e logo também com Shiva, já que no hinduísmo ambos vem dele. A energia de Mahakala, Shiva, Fudo Myo, tem tudo a ver, é uma energia como de Saturno no ocidente. Estas deidades todas também tem ligação com o tempo (Chronos), com a materialização, destruição, com a estabilidade e o poder.

Mahakala Daikokuten é literalmente a deidade do tudo-nada. Ele pode dar e tirar.

Há muito tempo, no dia dos namorados na China (Qi Xi), a tradição é de que mulheres já casadas levassem bonecos aos templos para pedir filhos à ele. Estes bonecos eram chamados Móhéluó’ (魔合羅), derivado direto da pronuncia sânscrita de “mahakala”.

Resumindo, a história é assim: Deidade venerada e temida em regiões de Índia, Nepal e Tibete, é incorporada às diversas escolas budistas que surgem naquela área; se espalha para a China toda; passa ser chamado Da Hei Tian 大黑天 na China, e toma diversas formas diferentes dependendo da região e da tradição que o pratica; por fim, dentro de tradições de budismo esotérico vai para o Japão.

No Japão, os três Kanji (escrita chinesa) que formam a palavra Da Hei Tian (大黑天), são lidas como Dai Koku Ten, ou seja, Daikokuten em japonês.

É curioso mas ao chegar no Japão, Daikokuten sempre era representado na sua forma de seis braços e três cabeças, trazendo consigo o deus da guerra e a deusa da alegria (as outras duas cabeças).

No Japão existem, no entanto, duas formas de Daikokuten, e quero que você observe bem as diferenças entre elas: 

Imagem belissima e moderna de Daikokuten, pela artista budista Miki Okada.
Daikokuten, arte japonesa do século XVIII

Eu sei que você deve estar pensando: Por que diabos estes dois Daikokuten são tão diferentes? Então senta que lá vem história…

Daikokuten e Miroku Daikokuten:

A resposta é que eles são faces muito diferentes da mesma deidade. A espiritualidade oriental é toda uma mistura de panteões de locais diferentes que se juntam e tomam novas formas sem deixar de ser ao mesmo tempo o que já foram, e isso é muito legal, muito rico.

No Ocidente, nossa mente, especialmente religiosa, é muito fixa nas representações, com excessão do paganismo. Isso porque os “conquistadores” demonizavam os deuses das novas terras em que chegavam; já no oriente, eles incorporavam os deuses daquela terra para seu panteão sem ocultar isso.

No Oriente, devido à influências históricas taoístas e budistas, tanto na religião quanto no modo de pensar, reina a impermanência; uma coisa não precisa deixar de ser o que é para se tornar outra coisa, e pode também mudar totalmente a ponto de não ser mais nada do que foi.

Os diversos tipos de budismo que carregam suas deidades e práticas, se adaptando a cada país com suas crenças locais, também são responsáveis por este “mix” muito interessante além de poderoso, de símbolos e cultos.  

A própria imagem de Kuan Yin (chamada de Kannon no Japão), é uma junção do budismo que chegou na China, trazendo Avalokiteshvara, com a deidade local Ma Gu, deusa taoísta da fertilidade, do feminino e da beleza. O fato de os simbolismos e histórias se juntarem é algo totalmente abstrato e fantástico.

Deusa Ma Gu
Avalokiteshvara
Kuan Yin, deusa chinesa e Boddisatva (Bosatsu) mais importante. Veja como se juntam as imagens de Avalokita e Ma Gu com imensa harmonia.

Ma Gu é a deusa do feminino, e Avalokiteshvara se mistura nesse simbolismo. Neste aspecto Kuan Yin é nova, mas ela sempre existiu. Tara, deidade muito mais antiga que Kuan Yin e que também é uma forma de Avalokiteshvara no Tibete, já havia prometido sempre se manifestar de forma feminina.

Se são coincidências, histórias muito bem montadas que se entrelaçam em culturas diferentes, ou malabarismos simbólicos, pouco importa, porque símbolo é coisa indiscutível e irrefutável.

Mas falando de uma mente ocidental para ocidentais, objetivamente: Daikokuten chegou no Japão e era difícil separar a semelhança dele com o deus xintoísta Ōkuninushi. Primeiro, por causa do nome, alguns caracteres quando escritos em Kanji são os mesmos e a pronúncia parecida. Segundo, por se tratar de uma deidade que traz fartura e fertilidade. Na espiritualidade, coincidências não são meras coincidências.

Ōkuninushi, Kami da riqueza e da fertilidade.

Okuninushi era a deidade da fertilidade e fartura do Japão, mas foi incorporado pelo budismo esotérico se juntando com Daikokuten, formando a emação conhecida como MIROKU DAIKOKUTEN. Tecnicamente é a mesma deidade que o Mahakala Branco do Tibete; Daikokuten em sua manifestação de deus da riqueza, de concessor de bens.

Uma forma de Daikokuten não excluiu a outra no budismo esotérico, mas a forma de Miroku Daikokuten se tornou muito mais famosa, tanto por ser mais “simpática” aos não iniciados e não acostumados com as deidades iradas e símbolos do Budismo Esotérico, quanto por ser eficiente em ajudar as pessoas dando prosperidade.

Como se pode observar, a junção de Daikokuten com Ōkuninushi para formar Miroku Daikokuten se deu ao longo de cinco séculos. Essa forma surgiu no Japão, mas também é popular na China, Malásia e outros locais da Ásia, ao contrário do que diz a imagem.

E se dizer que apesar de formas tão difentes, Daikokuten Mahakala e Miroku Daikokuten são os mesmos no budismo esotérico, com o mesmo mantra e práticas, ainda te deixam em confusão, vou ilustrar com um exemplo:

Eu escrevo este artigo entre uma planilha e outra, de dentro do meu escritório onde trabalho, em uma cidade da China. Meus colegas me chamam pelo “nome de trabalho”, que é o sobrenome da pessoa juntamente com o cargo ou a imagem dela na empresa.

Há pouco um colega passou e falou comigo, eles me chamam de Xiao Ma. A palavra Xiao é “pequeno, jovem, menino(a)”, e eu sou o mais jovem dos homens da empresa, e Ma é meu sobrenome chinês. Eu respondo aos meus colegas quando me chamam de Xiao Ma, apesar de que ninguém mais me chama assim na vida, ainda bem.

Eu respondo quando minha esposa me chama de Martin, quando minha filha me chama de Papai, quando meus irmãos me chamam de Dei. Eu respondia quando minha ex me chamava de Komatsu, meu nome japonês. Tanto faz o nome? Sim e não.

Eu respondo por todos estes nomes, mas desde as roupas que eu uso, o idioma em que falo e até mesmo o meu humor variam dependendo de como sou chamado, mesmo continuando a ser a mesma pessoa.

De gravata e camisa social, sendo chamado de Xiao Ma, eu respondo em mandarim, de forma bastante formal. Sendo chamado de papai, com minhas calças quadriculadas de pijama eu respondo em “chinoguês” para minha filha, de forma bem descontraída e quase boba. Sou a mesma pessoa mas com roupagem, nome, humores e papéis diferentes.

As deidades orientais, especialmente no budismo esotérico seguem exatamente essa lógica que você também segue na sua vida. Não é fantástico? Temos diferentes nomes, roupas e humores para diferentes situações, é o que os gregos chamavam de “personas”. Temos muitas personas, imagine então estes deuses, que são representações de símbolos e conceitos imensos! Eles tem muito mais.

Imagem de Daikokuten vendida na China, esbanjando simpatia.

Voltando à Daikokuten, as tradições ilustram a história desta transição, e de que forma nasceu Miroku Daikokuten. Esta história japonesa também ficou famosa fora do Japão ao ser contada por Meishu Sama, criador do Johrei, prática que se difundiu no Brasil:

Quando Daikokuten (mahakala) foi incorporado ao budismo esotérico, o seu culto era próximo ao culto de Kannon (Kuan Yin), já que ambos vem de Avalokiteshvara. Daikokuten ficou totalmente fascinado com Kannon. Tudo era beleza e luz naquele ser, e se ofereceu para trabalhar juntamente com ela, na egrégora dela.

Kuan Yin é conhecida por sua beleza espiritual e de manifestação. Não é difícil ficar “apaixonado” por Kuan Yin em todos os sentidos, e ela sempre é solícita e generosa.

Kannon olhou para Daikokuten, então uma deidade guerreira irada, e disse: “Olha, até que eu gostaria, mas com essa sua cara de poucos amigos, não vai rolar. Você teria de ser bem mais sorridente”. Daikokuten ficou decepcionado, já que não é sempre que as deidades tomam um toco; mas Kannon é a deusa da compaixão, e ofereceu uma idéia, mudar a forma de Daikokuten, ao que ele se transformou em Miroku Daikokuten.  

Arte antiga de Kuan Yin com Daikokuten, em seu nascimento como Miroku Daikokuten.

Daikokuten se manifestou então como um sorridente deus da riqueza. Sendo representado com um saco nas costas (onde ele traz posses), um martelo de ouro nas mãos (poder) e geralmente em pé sobre dois enormes barris de arroz (no Japão chamados de kome dawara). Por vezes ele também é representado com uma vara de pescar (sucesso e fartura), e outras com um bebê na mão (fertilidade).

Por fato histórico, sabemos que a imagem de Miroku Daikokuten como deus da riqueza nasceu ainda dentro do Budismo Esotérico Tendai e Shingon.

Destas escolas também vem os primeiros registros de práticas de Daikokuten no Japão, ainda quando era somente Mahakala, trazidos pela escola Tendai de budismo esotérico.

O fundador da escola Tendai, mestre Seicho Daishi, foi o precursor do culto e ensinamentos de Daikokuten Mahakala no Japão, de quem teria tido uma visão no monte Hiei.

Na visão de Seicho Daichi, Daikokuten se apresentava como um ancião, um mestre bem velho, para só depois se revelar como Daikokuten (na forma temível de Mahakala), dizendo que seria o guardião do seu templo.

Essa grandeza de significados na imagem de Daikokuten fica ainda mais clara na sua manifestação como Sanmen Daikoku 三面大黒 , ou seja o Miroku Daikokuten de três cabeças, assim como tinha nas suas primeiras representações no Japão. Esta manifestação é típica do budismo esotérico, sendo menos comum no culto popular.

Uma das suas cabeças é Bishamonten, deus da guerra (Mahakala é o senhor dos exércitos), a outra cabeça é Benzaiten, que é deusa da música, sabedoria e alegria. Ele tem seis braços (como o Mahakala indo-tibetano), e é possivelmente a face mais recente de Miroku Daikokuten, apesar de também ter pelo menos algumas centenas de anos.

Sanmen Daikoku, o Miroku Daikokuten com as três cabeças Mahakala.

O sobrenatural pode mesmo trazer dinheiro?

Aí você me vê apresentando o mais “famoso” deus da riqueza do oriente, e pensa…mas pode mesmo uma deidade trazer riqueza para alguém? 

Para responder essa pergunta vou me lembrar do mestre mago Jorge Puente, que foi uma vez perguntado:

“Se existem magos, porque não são todos ricos os praticantes de magia?”

Ele respondeu que nem todo mundo nasceu para ser rico, com ou sem magia; e é verdade. Não é toda pessoa que deve ser rica. A maioria das pessoas pode, na melhor das hipóteses, viver bem e com independência, mas riqueza não é para todo mundo. Tem gente que se perderia totalmente na riqueza. Tem outros que nem se encontrariam, e jogariam tudo fora em algum tempo.

A motivação da imensa maioria das pessoas do mundo não é pela riqueza. A maioria é por segurança e liberdade; e outro grande número por pura ostentação de luxos que sequer conhece, ou seja, massagem no ego e validação social. Essas coisas que não são suficientes para criar hábitos e ideias capazes de gerar riqueza por conta própria.

Imaginemos se a pessoa além de cética fosse sínica, e insistisse modificando venenosamente a pergunta:

“Então porque a maioria das pessoas que pratica magia, ou pelo menos grande parte delas, não se sente bem nem realizada na vida financeira?”

Essa eu gostaria de responder. Primeiro porque praticar magia, rezar mantras, jogar tarot ou falar com espíritos não é garantia nenhuma, nunca foi, de que alguém vai se realizar, seja na vida financeira ou afetiva-sexual.

Segundo, porque o que pode ajudar na realização de uma parte da vida, ou várias, é a espiritualidade da pessoa. Alguns vão desenvolver sua espiritualidade na Magia, outros no culto à entidades, ou nos mantras, outros no tantra, alguns até dentro de religiões (mais raro, quem ganha dinheiro em religiões são os chefes delas).

Achar a própria espiritualidade e depois a sua voz e papel dentro dela, é um processo, geralmente bem mais complicado e muitas vezes mais longo do que gostaríamos. E é isso que traz prosperidade geralmente, muito mais do que rituais ou pedidos.

Iniciar a prática de alguma forma de magia achando que vai ficar logo rico ou conquistar sempre o tipo de pessoa que você gosta, é como se matricular na academia de Jiu Jitsu esperando se tornar um profissional do MMA, ou começar a malhar dizendo que vai ser bodybuilder. É possível, é até louvável, mas existe um longo caminho dentro disso, e não é o que ocorre para a imensa maioria. Nem precisa.

Tem gente que entra no Jiu Jitsu e acha mesmo que em alguns meses já vai poder ficar bom. Atitude comum também no meio esotérico e espiritualista.

Terceiro motivo, a realização em uma parte da vida é um crescimento gradual, e você nunca sabe em que pé está o SEU processo, muito menos o do outro. Estar se sentindo solitário enquanto se está solteiro, é exatamente a fase que precede o encontro com alguém que é do seu tipo. Às vezes uma época de duras dificuldades financeiras precede uma vida de luxos, aliás, muitas vezes.

Minha mestra coreana, Suh Yoon, considerada na Ásia como uma “manifestação da deusa da riqueza”, costuma dizer que períodos de grandes bênçãos financeiras são precedidos por um “funil de sorte”, onde parece que todas as fontes secam e não se vê saída.

Apesar de que é a sua espiritualidade que te faz prosperar, eu posso dizer no entanto que sim, existem magias e práticas que podem funcionar trazendo dinheiro. São instáveis e imprevisíveis até mesmo para quem já é experiente, e estão longe de serem práticas que servem para todos.

Há alguns anos atrás eu estava numa situação muito difícil. Tudo que estava bom ficou de repente tão ruim com a pandemia, e eu precisava de dinheiro urgente enquanto não podia sequer trabalhar. Fiz uma Magia Tailandesa com um mestre Ruesi, um eremita. Foi super eficiente.

Menos de dois dias depois recebi um dinheiro atrasado junto com um presente (do nada), coisas que me salvariam pelos próximos meses. Foi um alívio, mas realmente só um alívio. Não fiquei rico por causa daquela magia, apesar de ter sido imensamente beneficiado.

Rituais e magias não são soluções para riqueza. Podem abrir caminho para a sua espiritualidade se expressar na sua vida, e então sim, trazer riqueza, mas geralmente eles são mais empregados para uma ajuda, um socorro mesmo, quando funcionam.

Antes que você me peça para falar mais dessa magia brahmanica, saiba que eu fiz o mesmo ritual, até mais bem equipado, uma segunda vez muitos meses depois, e não tive qualquer resultado. Pelo contrário, as coisas ficaram mais difíceis nos meses seguintes.

Magia é assim. As vezes funciona supreendentemente bem, outras vezes nem um pouco. Se você quer encontrar a sua prosperidade, é na sua espiritualidade que vai encontrar, e fazer todo o processo para chegar lá. Pode ser um ritual que comece este processo para você, ou que acelere o mesmo, mas o ritual em si dificilmente traz a chuva de dinheiro que gostaríamos.

E a loteria, tem magia para ganhar na loteria logo, adivinhar os números ou ser sorteado?

Essa foi literalmente a pergunta que recebi de uma moça no direct, estes dias. Fato é que se eu conhecesse um livro ou método infalível para isso, provavelmente estaria com um problema em mãos, e não uma solução. Pessoas matariam e morreriam por isso, e outros tentariam calar ou possuir este “segredo”, que como a maioria dos segredos, seria provavelmente só uma promessa de emoção bem embalada.

Existem livros de magia na amazon que prometem que vão ensinar a ganhar na loteria, e vídeos no youtube também, geralmente da galera da Lei da Atração e coachs quânticos. Ou de gente que finge saber de magia negra.

O problema é que os livros são escritos por caras que vendem promessas em troca de alguns dólares, que eles realmente necessitam; os vídeos são feitos por gente que tem a intenção de monetizar rápido no youtube. Você acha que algum deles ficou milionário?

A maioria das pessoas que vendem promessas de riqueza, ganha dinheiro exatamente vendendo a promessa e não praticando o próprio método. Nada contra isso, e existem alguns cursos e técnicas MUITO BONS de prosperidade, que já ajudaram muita gente a mudar de vida, mas o fato é um fato.

Existe uma moça chamada Nina, brasileira que mora na Irlanda, que costuma falar sobre os Anjos da Onipotencia, como mudaram a sua vida. O relato dela é muito legal e eu esqueci o nome do livro dela. Nina é amável.

Ela estava numa situação muito ruim e inventou sozinha rituais para contatar os anjos da Onipotência, e conseguiu. Ela chegou realmente a ganhar na loteria e resolver os problemas que mais atrapalhavam ela naquele momento! Que bom.

Eu li o livro da Nina em uma época em que as coisas estavam terríveis em minha vida, a época da pandemia, que onde moro durou, com todas as medidas restritivas, por singelos 35 meses, quase três anos (imagine ficar sem trabalho durante quase todo esse tempo, vivendo de suas economias passadas, negócios toscos e milagres mágickos, com esposa grávida e tudo!).

Na época fiquei muito empolgado com a experiência dela! Lógico que, levemente desesperado, eu faria o mesmo que ela e invocaria os anjos da Onipotência. Tive uma boa experiencia com Labusi, que me atendeu uma vez, me tirando de um sufoco temporário. Mas a situação continuava periclitante. Foquei então mais em manifestação pessoal depois disso, e funcionou melhor.

Quando fiz um trabalho mesmo, “pra valer”, com os anjos da onipotência, vários meses depois, eu já estava trabalhando e estável, ainda bem. Recebi uma proposta de emprego financeiramente muito melhor que o meu, no entanto, com as piores e mais perigosas condições possíveis, algo que eu não faria! Tive que dizer obrigado, mas não, obrigado!

Conheço também uma moça chinesa que adquiriu um See Pung. Isto é, uma pomada de magia tailandesa, geralmente feita com 108 tipos de plantas “acordadas” por um mestre por vários meses. Ela utilizou este See Pung no rosto todo dia, e não demorou até que o pretendente dela enviasse 50.000 yuanes para ela, algo em torno de 42.000 reais, simplesmente para ela “comer bem, se vestir e relaxar”. Que presentão.

Eu já testei diversos See Pung da Tailândia naquele período, de mestres diferentes, inclusive o mesmo dela, com eficiência em outras áreas, mas não financeira. Na China é comum uma mulher bonita receber dinheiro como tentativa de flerte e de conquista. Isso pode ser considerado uma via de manifestação no caso dela…

Veja que em todas estas situações, os métodos utilizados são diferentes e quase não tem tanta influência no resultado.

A maioria das pessoas, no entanto, que eu já vi manifestando emprego melhor, dinheiro e afins, é justamente adepta de manifestação mental ou lei da atração, e não de magia. Mas também essa área tem mais gente frustrada que termina cética do que na magia cerimonial e na feitiçaria.

Então chegamos no ponto chave deste capítulo! O que então pode trazer dinheiro, fora encontrar a própria expressão de espiritualidade que pode ser um processo de vários anos, e muitos nem chegam lá?

Ser beneficiado por seres astrais! (deidades, entidades e espíritos)

Ué, então quer dizer que o Anjo da Onipotência que fez a Nina rica, pode me fazer rico também?

Sim e não.

Veja, uma deidade pode te trazer riquezas e mudar a sua vida, desde que ela queira e tenha esta ligação com seu espírito, do contrário, pode até nos ajudar, mas serão apenas isso, ajudas no nosso caminho para a prosperidade, e não a prosperidade em si, que elas podem trazer.

É possível que uma deidade, entidade ou até espírito te tragam prosperidade, desde que a sua espiritualidade se expresse exatamente COM ELES, ou POR ELES. Neste caso existe uma “relação dharmica” com a pessoa.

Isso é bom, mas é mais complicado do que parece. Nenhuma entidade pode trazer para você mais do que o seu próprio espírito pode/quer manifestar, então além deste querer, é preciso um alinhamento do seu espírito com aquela deidade e a força dela.

Outra coisa, quando uma deidade te faz prosperar, geralmente é através de um processo, ou seja, também é gradual. Existem tempos para as coisas na natureza e da mesma forma que nove mulheres grávidas não dão à luz em um mês, não existe magia no universo que apresse o crescimento de um bebê. Existem processos que são imutáveis, alguns bem lentos, outros bem rápidos.

Tendo isso em mente, já vi muita gente prosperar pela sua pombagira, pelo seu exu, anjos, Goetia, e até Satanás. E aqui apresentamos outra deidade, que pode muito bem ser a sua: DAIKOKUTEN!

Quando uma entidade pode te fazer rica, GERALMENTE é só ela que pode, durante essa vida ou nesse momento. Então nem adianta correr para as outras, elas não vão funcionar, não do jeito que você quer.

Aquela funciona por estar ligada ao seu espírito em forma de destino, como disse, uma relação dharmica, porque é seu espírito que aceita e materializa as coisas para você.

Encontrar esta deidade pode ser um caminho tão longo e árduo quanto desenvolver seu próprio poder de manifestação com sua espiritualidade pessoal, mas aqui estamos te dando mais essa possibilidade, afinal, Daikokuten tem se provado ser uma deidade poderosa da prosperidade.

Daikokuten muito rapidamente deixou de ser exclusividade das práticas do budismo esotérico e foi incorporado na cultura oriental, sendo cultuado até por pessoas sem religião na China e no Japão, que passaram a receber, de fato, muito mais prosperidade!

Meishu Sama, fundador do Johrei é um destes. Ele estava com dívidas em sua empresa, muito preocupado e desanimado, em risco iminente de falência e com dificuldades para pagar as próprias contas pessoais.

Um dos gerentes de seu banco trazia consigo uma imagem de Daikokuten, e sentindo pena de Meishu Sama entregou para ele, com desejo sincero de que Daikokuten o ajudasse.

Meishu Sama iniciou um culto pessoal à Daikokuten, e a sua situação financeira ficou, desde então, cada vez melhor. Ele passou a ser um colecionador tendo dezenas de imagens de Daikokuten, inclusive imagens históricas, de centenas de anos.

Essa história é narrada pelo próprio Meishu Sama, e parece com a da Nina. Eles encontraram um símbolo, uma energia que falava direto ao espírito deles, e os ajudou, pois tinha a autorização e identificação do espírito-almas deles, a manifestar a riqueza deles nesta vida.

Como eu disse, achar esta deidade é uma arte em si, e faz toda a diferença. Não creio que se a Nina tivesse recebido uma imagem de Daikokuten naquela época ela teria mudado de vida e permanecido na Irlanda com seu marido, nem que Meishu Sama prosperasse fazendo um ritual aos Anjos da Onipotência.

Observe também que em ambos os casos as deidades também se beneficiaram. O culto de Miroku Daikokuten só existe na América do Sul por causa de Meishu Sama, e a Nina divulgou os Anjos da Onipotência na internet, mesmo que tivessem fama pior que de demônios.

É portanto uma questão da deidade sim, mas também daquilo com que seu espírito se identifica, a energia que solta a torneira espiritual e permite que as riquezas fluam na sua vida. Será a sua a de Daikokuten? 

Aqui neste artigo eu te faço descobrir, pois apresento a prática de Daikokuten, que pode mudar a sua vida para sempre. Na pior das hipóteses você já recebeu mastigadinha a teoria de prosperidade na magia, que tem gente que só descobre depois de anos de experiência e estudo.

Prática de Daikokuten:

As imagens de deidades do Budismo Esotérico são muito importantes. Mestre Kukai (que levou o Budismo Esotérico da China ao Japão) dizia que a arte deste sistema é uma forma de comunicação, já que seus ensinamentos não podem ser expressos em palavras, e devem ser sentidos e captados por cada um.

Isso não significa no entanto que você precise correr para comprar uma imagem de Daikokuten.

Hoje vivemos na era da internet, onde sigilos e símbolos são utilizados até mesmo por parte de magos cerimoniais em devices e telas eletrônicas. E funciona diversas vezes, como estão aí para provar as avaliações nas obras do Gallery Of Magick, Corwin Hargrove, Theodore Rose e outros…Magos que usam magia cerimonial em e-book.

Qualquer imagem de Daikokuten que você goste já é o suficiente para esta prática, sendo que logicamente, uma imagem física terá vantagens como a de fazer um altar para daikokuten, e poder servi-lo de arroz.

Daikokuten gosta de arroz cozido e de balas (doces) no Japão. Na China, geralmente dão mingau de arroz e um copo de cachaça.

Imprimir uma imagem dele é muitas vezes o suficiente para um altar. No Japão, o culto muitas vezes se dava com simples plaquinhas com o nome da deidade escrito em Kanji.

Até hoje, no Japão, eles fazem oferendas aos ancestrais ao lado de placas com seus nomes escritos. A escrita Kanji é uma escrita mágicka em si, muito antiga e poderosa.

Portanto não pense demais, tendo uma imagem virtual é suficiente para visualização dos símbolos, e tendo uma impressão também já é o suficiente para culto pessoal e dar oferendas.

Agora, caso queira uma imagem consagrada de Daikokuten, seja por preferência ou agradecimento à ele, mande uma mensagem direta no nosso Instagram para encomendar uma. O frete fica sempre entre 200 e 400 reais (mais rápido, FEDEX), e a imagem entre 80 e 800 reais dependendo do tamanho e da cor. Imagens com detalhes banhados em ouro são comuns no Japão e na China, e podem ser uma excelente forma de agradecimento à Daikokuten.

Bem, vamos à prática. Se você já leu o artigo completo sobre Fudo Myo e sua prática, sabe que no Budismo Esotérico trabalhamos com o sanmitsu (três segredos), que são basicamente: visualização, gesto e mantra.

BIJA DE DAIKOKUTEN

O Bija de Daikokuten é este, a sílaba MA ou MO. Visualizar o bija entoando o mantra é a forma mais tradicional de chamar Daikokuten Mahakala. Se adicionar à isso o Mudra (gesto), você pode meditar diretamente com ele, como os antigos mestres do budismo esotérico.

No entanto, para iniciantes a imagem da própria deidade sempre foi mais fácil e informativa para se conectar à energia enquanto se recita seu mantra. Com Miroku Daikokuten, principalmente.

Ele já é o símbolo do que queremos trazer para nossas vidas, então, caso queira chamar a energia de Miroku Daikokuten, medite diretamente na imagem dele. Para Daikokuten Mahakala você pode preferir usar o Bija, apesar de eu sempre preferir utilizar a imagem da própria deidade para a visualização.

MUDRA DE DAIKOKUTEN MAHAKALA

Este é o mudra de Daikokuten Mahakala, serve também para Miroku Daikokuten. Não é necessário, mas pode fortalecer a sua prática; teste. Encoste as costas das mãos uma na outra, entrelace os dedos por trás, os polegares ficam para fora. Este é um mudra de proteção.

O mudra geralmente é feito recitando 10 vezes o mantra. Os mantras por sua vez são praticados também segurando um rosário de contas.

Mantras:

Lembrando que a prática de mantras se faz geralmente com aquele rosário de contas chamado em chinês de Nian Zhu, ou Japamala em vários lugares. Eles tem tamanhos diferentes, sendo que no Budismo Esotérico utilizamos o de 28 (30) e de 108 contas, sendo o de 108 o mais tradicional.

Você encontra em lojas de artigos esotéricos, e tem desde bem baratos até bem caros. Você não precisa de um caro; o meu primeiro japamala adquirido há treze anos atrás foi extremamente barato e era de plástico.

Japamala japonês de Onix com 108 contas

Muita gente ria do meu antigo japamala por ser de plástico, rosa e bem brilhante. Ele foi na verdade um brinde que acompanhou o livro de uma sadhana (prática) de Kuan Yin.

Apesar de ser “barato”, manifestei muitas coisas com aquele japamala, e o dei de presente para uma namorada que gostou.

Hoje tenho uma coleção de japamalas de madeiras, pedra, cristal, semente boddhi…mas você pode começar realmente com qualquer um como fiz.

O mantra de Daikokuten é:

“Om Makakyaraya Sowaka!”

O mantra é simples porém difícil para quem não é Japonês: Makakyaraya é um verdadeiro trava-língua, e eu tive que escrever separado para aprender. Makakyara é literalmente Mahakala com pronúncia ajaponesada, mas é mantrado assim por centenas de anos.

Então para entender melhor escrevi num caderno: Om Maka Kyara Ya Sowaka. Memorizei assim e funcionou melhor.

A pronúncia deste mantra é assim:

Outra versão do mantra de Daikokuten é:

“Om Mahakala Hum Phat!”

Este mantra é de buscar refúgio em Daikokuten. A energia é MUITO mais obscura e marcial. Este mantra claramente é uma energia Daikokuten Mahakala, e não Miroku Daikokuten como mostram erroneamente as imagens do vídeo abaixo, apesar de poder ser utilizado para ambos.

Utilizar este mantra para chamar daikokuten em sua forma de deus da riqueza, é mais ou menos como me chamar de terno e gravata com pasta de notebook para comer um pastel com caldo de cana. Eu iria, e tenho certeza de que Mahakala também. Mas…não é o mais indicado nem o mais comum.

Este é um mantra mais de proteção e de ataque. No budismo esotérico ao pedir pela queda de nossos adversários mantramos com a mão esquerda (no japamala), e pedimos bênçãos pessoais na mão direita. Escreveremos mais sobre como usar um japamala aqui no MMM, então fique de olho.

Om Mahakala Hum Phat (phet) Se pronuncia assim:

Pratica de Meishu Sama

Como já citamos, Meishu Sama o criador do Johrei e da Igreja Messiânica de Miroku (miroku significa luz celestial ou iluminado) foi um beneficiado pela prática de Daikokuten, além de colecionador de imagens dele.

Meishu Sama deixou em seus ensinamentos a seguinte prática:

Oferecer uma tigela de arroz e de doces(balas) para Daikokuten, acender um incenso em sua homenagem (ou três) e então recitar três vezes este chamado:

Imagem da página de Miroku No Sekay, seguidores de Meishu Sama, devoto mais famoso de Daikokuten

Ele se pronuncia assim:

A minha prática:

Sou novo na prática de Miroku Daikokuten, mas já criei meu próprio jeito de fazer.

A minha prática com ele inclui visualização da imagem dele seja como Miroku ou Mahakala Daikokuten (depende do meu humor) e então faço o mantra em quatro sessões seguidas de 88 mantras (você precisa marcar 88 no seu Japamala).

No começo e no fim de cada mala (sessão de 88 mantras) faço o chamado de Miroku Daikokuten (de Meishu Sama). Assim totalizo quatro malas de 88 mantras e mais oito vezes o chamado de Daikokuten onde incluo minha intenção.

O número oito é no Oriente o número da fortuna. Os deuses da fortuna no oriente são sete justamente porque quando você chega no oito você é rico, ou seja, o oitavo é você.

Aqui na China tem pessoas milionárias que pagam fortunas para colocar três ou quatro oitos em seu número de celular ou placa de carro (estes números são comprados), pois isso significa extrema boa fortuna e riqueza.  

Unindo a simbologia de Daikokuten com o 8888 sagrado, é assim que eu pratico. Não é uma prática tradicional, nem é a prática do budismo esotérico, é apenas o meu método de riqueza no momento.

E você, que método vai seguir? Aqui demos muitas possibilidades. Caso pratique Mahakala por um tempo, você vai ver mudanças. Se conseguir realmente coisas grandiosas com essa prática nos envie no instagram o seu caso como agradecimento à Daikokuten. Não será publicado mas pode ser citado anonimamente no futuro.

Lembre-se de compartilhar este artigo, pois eu estou compartilhando meu conhecimento com você, e de nos seguir no Instagram para ver nossos posts e novidades no site! Sempre estamos atualizando. É o começo do meu trabalho e sua presença é importante.

Certo de que fizemos mais uma vez nosso trabalho com este post,

Faça-se a luz!

Om Mahakala Svaha!

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