“A verdadeira posse é o beijo na boca, e repito: – é o beijo na boca que faz do casal o ser único, definitivo. Tudo mais é tão secundário, tão frágil, tão irreal.” – Nelson Rodrigues
Muito se fala sobre a troca de energias sexuais através de nossos órgãos genitais ligados ao chakra base, por serem um canal da energia básica, sexual, entre um corpo e outro, porém estes não são os únicos canais. O ato do beijo na boca reflete uma troca de energia muito forte, que suga e doa ao mesmo tempo.
Diversas partes do corpo podem (e devem) ser usadas para expressar, enviar e receber energia sexual. O que se destaca além dos chamados órgãos sexuais como zonas sexuais energéticas são os olhos, as mãos e a boca. E é exatamente pela boca que se entra e sai o fluxo de energia sexual mais potente.
O beijo na boca, além de conexão de línguas e troca de saliva é uma atitude de dominação e romance em relação à outra pessoa. Expressa não apenas a necessidade sexual normal de quem beija, mas também desejo de intimidade e domínio de quem é beijado. Quando um casal se enche de ressentimento o sexo se torna difícil, mas ainda assim acontece; o beijo na boca, no entanto, a expressão máxima de desejo, fica cada vez mais raro à medida que o ressentimento com a intimidade e os problemas do cotidiano entram no relacionamento.
Algo muito comum em prostíbulos e locais onde se vende sexo ao redor do mundo é a regra de “sexo sim, beijo na boca não”. Quem trabalha com isso e está acostumado a mover energia sexual sabe, mais pela prática e experiência do que por intuição ou pelo estudo da energética, que o beijo é um ato sexual pela boca e de uma intimidade maior, até mesmo mais intensa do que o ato através dos órgãos chamados sexuais.
É curioso e irônico o fato de ter sido o beijo na boca tão banalizado em diversos locais do mundo, especialmente no baixo ocidente enquanto que em outros, como na extrema Ásia, continua sendo algo que causa mais espanto e alvoroço do que o ato sexual nu, um verdadeiro taboo. Basta ver no Brasil durante o carnaval ou em festas noturnas, como foi banalizado e tornado comum e sem importância o ato das pessoas se conectarem sexualmente e intimamente através da boca e dos chakras da comunicação e expressão.
Não cremos que disso possa advir “karmas” ou “punições”, mas como quem planta tomates colhe tomates, quem troca suas energias de forma incoerente ou compulsiva, fica com os centros energéticos sexuais sujos e comprometidos. Não é uma questão moral, e você pode beijar quando e quem quiser, escondido ou na frente dos outros, estando em um relacionamento ou não, mas toda energia que sai gera resposta, e toda energia que entra precisa ser digerida, e pela boca ela demora um tempo maior para essa “digestão”, isso mesmo, maior até mesmo do que pelos órgãos genitais, já que é uma conexão de dominação.
Psicologicamente o ato de beijar significa domínio que é realizado pela língua; intimidade devido à troca de saliva e conexão da boca, e de doação já que existe uma intenção de se colocar para dentro do outro. Energeticamente essa ação projeta toda nossa sexualidade e expectativa, e ao contrário do ato sexual genital que descarrega, o beijo na boca inflama e carrega de energia sexual compartilhada. Quando ele é bem aproveitado, com desejo de intimidade e Vontade, ele pode inflamar nossos centros energéticos, renovar a auto-estima e a expressão pessoal, e trazer um sentimento de euforia que o próprio ato genital não traz, uma vez que a energia sexual se descarrega.
Um perigo, no entanto, é o acúmulo de energias sexuais incoerentes no chakra da comunicação, isso acontece quando o beijo na boca se torna uma ação comum como aperto de mãos entre qualquer tipo de pessoa, ou pessoas demais num mesmo período de tempo; pode gerar confusão mental, obsessão energética, psicológica e espiritual, falta de energia, sentimento de sufoco e solidão ou de indignidade. Não precisamos de moral, como sempre dizemos, mas sim de coerência com nossa Vontade real e nosso espírito sexual, evitando os excessos do muito e do pouco. Como dizia o mago e iniciador Arnold Krumm-Heller, fundador da Ordem Rosa Cruz Antiqua, “Faz o que tu queres, pois serás por tudo responsável”