Você vai aprender:
Quem é Kuan Yin?
Conhecer Kuan Yin pode fazer toda a diferença na sua vida, como fez na minha. Ela é mesmo um divisor de águas. Portanto preste atenção à cada micro-informação deste artigo. Se seu destino tiver qualquer ligação, passagem ou influência do oriente, provavelmente é por ela que vai passar.
Avalokiteshvara, Tara, Chenrezig, Magu, Mazu, Kuan Yin, Guan Shi Yin, Kannon, Kanzeon, Kanjizai, Quan Te Ahm..o culto existe na Ásia toda e tem tantas pronúncias para seu nome quantas formas diferentes. Ela pode ser uma boddisatva, uma deusa ou até entidade.
Então começaremos pelo nome. A origem de Kuan Yin é um ser chamado Avalokiteshvara, algumas vezes também se chamando Avalokita, nome de origem sânscrita. É uma mistura de três palavras Ava (de baixo), Lokita (que atenta, observa) e Isvara (soberano). Portanto Avalokiteshvara significa “O soberano que atenta aos de baixo”.
A simbologia budista diz que Avalokiteshvara vem diretamente de Amitabha, o grande buddha da salvação, e o mais popular em toda a Ásia, especialmente na China.
É dito que Amitabha ou Buddha Amidha, teria tentado esvaziar os umbrais e infernos do mundo dos humanos (nosso mundo). Ele teria feito a promessa de limpar os infernos e umbrais, do contrário, que tivesse sua própria cabeça partida.
Fato que os umbrais e infernos foram limpos, porém em pouquissimo tempo estavam cheios de novo com as pessoas que tinham acabado de desencarnar. Sendo assim, Amitabha bateu sua própria cabeça, que rachou, e da cabeça aberta surgiram várias outras cabeças e braços, e de dentro dele saiu Avalokiteshvara, com mil braços, sendo a própria compaixão e desejo de ajudar e salvar as pessoas.
Se trata do primeiro Bodhisattva do budismo. Um Bodhisattva é alguém que atingiu a mentalidade de um Budha (mente Bodhicitta) mas que não se integrou no universo, preferindo continuar interagindo com as energias humanas até que todos se salvem.
Mais uma vez, assim como com Daikokuten que já citamos neste artigo bem completo, as origens de Avalokiteshvara remetem à Índia e ao Tibete, já se manifestando por ali com o nome Chenrezig (que tem o mesmo significado).
O mantra de Chenrezig é provavelmente o mais famoso de qualquer tradição de budismo, e se você é um praticante de qualquer linhagem provavelmente já ouviu o mantra: OM MANI PADME HUM.
É dito que de uma lágrima de Chenrezig surgiu uma outra manifestação chamada Tara. Ou seja Tara é “as lágrimas de Avalokiteshvara pela humanidade”.
Poderíamos supor que seria uma manifestação triste do bodhisattva mas estaríamos longe da verdade. Tara surge na forma feminina, sensual (seminua), risonha e bonita. Tara é uma moça jovem.
Brincalhona e atraente, existem histórias tibetanas onde Tara chama um devoto de “burro”, outras onde seduz pessoas e deidades, e domina praticamente tudo no universo com seus talentos e charme.
Tara é a transmutação do sofrimento em alegria através de Avalokiteshvara. Onde existe uma tristeza, Tara é uma alegria. Onde existe escassez, Tara é a riqueza. Onde existe desespero, Tara é o prazer e a leveza. Por isso existem tantas Taras diferentes, com cores e simbologias diferentes.
Tara por si só é uma deidade imensa, e tem várias cores e formas próprias, trazendo riquezas e alegrias em domínios diferentes.
Tara tem algo ainda mais peculiar. Ela teria prometido, em mais de uma tradição, que voltaria apenas como mulher, ou seja, que se manifestaria dali em diante sempre com forma feminina.
Kuan Yin na China:
Quando se espalhou pela China toda com diversas formas de budismo, Avalokiteshvara e Tara se confundiam, já que nem todo budismo é esotérico, e pouca gente do povo entendia o fato de cultuar os dois juntos sendo o mesmo ser.
Na China o nome foi traduzido, claro, e Avalokiteshvara virou 观世音 Guan Shi Yin (mandarim) ou Kuan Shi Yin (cantonês). O significado é o mesmo, traduzido de “Avalokita”.
Guan (观) significa literalmente estar atenta, tomar conta; Shi (世) é “mundo”, o mundo material, e Yin (音) significa sons e vozes. Ou seja, aquela que houve as vozes (sons) do mundo material.
Na China, algumas linhagens de budismo eram bastante moralistas, e outras (tântricas e esotéricas) não tinham qualquer problema com a sexualidade. Nas linhagens mais moralistas Avalokiteshvara era sempre representado de forma masculina (de Chenrezig), mas a promessa de Tara de surgir sempre em forma feminina se mostraria real.
Mesmo que as linhagens de budismo não esotérico estivessem conseguindo colocar Tara de escanteio, ela como sempre arranja um jeito de se mostrar e moldar tudo.
O budismo chega na China e começa uma série de “entra e sai” de tronos, cada família real com sua religião, hora taoísta, hora budista. Isso criou uma miscelânia imediata de deidades do taoísmo com o budismo (como acontece em toda terra em que chega o budismo com suas diversas tradições diferentes).
E foi aí que Tara fez sua história. Havia já comum na China uma deusa chamada Ma Gu, que era a deusa da fertilidade, do feminino e da beleza. Exatamente como Tara. Estas duas imagens acabaram se fundindo muito rapidamente, a versão feminina de Avalokiteshvara e Ma Gu.
A galera começou a pensar: – Pera aí…Ma Gu é a deusa da alegria, fertilidade e compaixão, e Tolo Kuan Yin (nome de Tara em chinês) é a deusa da alegria, fertilidade e compaixão – aí se acendeu uma lâmpada na cabeça da galera no inconsciente coletivo:
Essa junção não aconteceu só para o povo, mas para o budismo esotérico e tântrico já era comum desde o Tibete e a Índia.
Para os budistas de linhagens moralistas-religiosas essa junção caiu como uma luva também. Eles conseguiram lidar num único lance com o seu constrangimento com uma deusa gostosa como Ma Gu e uma bodhisattva danadinha como Tara, e juntar tudo num único ser que era avalokiteshvara desde o princípio.
Para essa turma mais dogmática a primeira coisa que se fez foi cortar os peitos de Kuan Yin, que já surgia feminina na maior parte da China, e todas as representações dela se tornaram andróginas mas muito mais masculinizadas.
Agora o culto à Kuan Yin era um só, e ela podia ser representada por mulher ou homem, e era o mesmo ser. A junção com Ma Gu, no entanto, fez com que ficasse cada vez mais comum a imageria feminina de Kuan Yin.
À medida que o budismo esotérico e o taoísmo ganharam a devoção popular, se tornou dominante a imagem feminina de Kuan Yin, que viralizou totalmente e se tornou a deusa mais popular da China, e logo depois de toda a Ásia. A maior parte de sua iconografia remetia mais à Ma Gu e à Tara, como uma deusa mesmo, do que como um bodhisattva andrógino.
Por isso temos imagens de Kuan Yin mais masculinas em sua forma de Chenrezig, e mais femininas e sensuais em sua forma de Tara, mas a maioria parece mais uma deusa popular, que é como ela realmente ficou famosa para o povo chinês.
Da China, Kuan Yin viajou para o Japão juntamente como budismo esotérico, onde seu nome é pronunciado em japonês como Kannon (Kuan Yin), Kanzeon (Kuan Shi Yin) ou Kanjizai (Guan Zi Zai, outro nome chinês de Kuan Yin).
É interessante que à medida que Kuan Yin foi saindo do âmbito budista e se popularizando como uma deusa popular na China, cultuada em vilarejos e templos de estrada, no Japão foi acontecendo o mesmo, sendo Kannon incorporada à praticamente qualquer panteão religioso japonês inclusive, pasme, cristão.
Boddisatva e Deusa:
É dentro dessa iconografia de deusa popular que as histórias de milagres e intervenções em situações de perigo se reproduziam aos montes. À ponto quase de deixar as histórias simbólicas em segundo plano.
É fácil aqui na Ásia falar sobre milagres reais de Kuan Yin, mas existem histórias simbólicas que pouca gente sabe como, por exemplo, a história que conta que Kuan Yin foi quem trouxe o arroz para a terra.
Conta-se que em tempos difíceis de guerra, apenas os homens mais fortes e os nobres poderiam comer, pois poderiam caçar. Velhos, crianças, mulheres e pessoas desprivilegiadas estavam passando fome. Foi então que num ato de misericórdia, Kuan Yin apertou seus seios de onde saíram duas gotas, uma de leite e uma de sangue.
A gota de leite caiu na terra e se transformou num arrozal cheio de grãos de arroz, e a de sangue se transformou em outros grãos. Por isso Kuan Yin seria a deusa da fertilidade tanto em sentido figurado de “colheita” quanto no sentido de “filhos”.
Kuan Yin e Nossa Senhora
É comum que existam, desde antes da idade média, imagens de Kuan Yin carregando bebês, ou com um bebê nos braços. Esta imagem de Kuan Yin como deusa-mãe ficou muito famosa. As pessoas que faziam promessas enquanto praticavam à Kuan Yin geralmente conseguiam ter filhos.
Kuan Yin daria filhos homens (como era o pedido de todos) ou, se fosse mulher, é porque seria uma mulher muito linda e especial; essa era a crença dos populares na Ásia toda.
O que aconteceu lá pelo período Edo no Japão com essa imagem de deusa mãe também é algo bem peculiar. Com a proibição de cultos cristãos e ocidentais (em geral) por parte do império, cristãos japoneses (que eram muitos) se viram enrascados.
Foi daí que surgiu a imagem de Maria Kannon, sim, o nome em japonês é esse mesmo, Maria Kannon. Possivelmente porque foram os portugueses que levaram o cristianismo para o Japão e tiveram maior sucesso na divulgação dessa religião.
Os cristãos japoneses simplesmente construíam imagens de Nossa Senhora, Maria, com os olhos puxados e um bebê no colo. Para os governantes eles estavam cultuando Kuan Yin, mas eles sabiam que era uma representação de Nossa Senhora do Japão.
Isso fez uma salada no oriente, já que o cristianismo acabou mais tarde se espalhando também pela China (se popularizando mais tarde do que no Japão), e as pessoas também confundiam a imagem de Kuan Yin deusa-mãe e da fertilidade com Nossa Senhora.
Foi por volta do ano de 1900 (ocidental), auge dos maiores problemas da dinastia Qin, que aconteceu a primeira aparição de nossa senhora datada em terras orientais, e adivinhe onde? Na China, na cidade vizinha de onde moro no momento, conhecida por ser a cidade com mais cristãos na China.
Podemos pensar que agora que nossa senhora apareceu, ela com certeza vai acabar com a confusão e mostrar que Kuan Yin é uma e ela é outra, né? Mas olha como ela me aparece…
Isso só juntou ainda mais as imagens das duas para os populares que viviam em regiões onde havia catolicismo, e tudo bem.
Para quem é cristão, eles costumam tentar separar bem, já que ao contrário dos budistas, os cristãos costumam ter intensa aversão à outros panteões e deuses, exemplificando bem o princípio chave da demonologia: Demônios sãos os deuses dos outros. Acho, no entanto, e a história não me deixa mentir, que nem Nossa Senhora nem Kuan Yin dão a menor para isso.
Agora, tem a história que John Blofeld narra em seu livro raríssimo “A Deusa da Compaixão”. Ele foi um dos primeiros sinólogos de língua inglesa e morou a maior parte de sua vida na China. Era fluente em cantonês, e narra a história que ouviu de um praticante chinês:
Este praticante tinha vindo de família cristã. Particularmente era devoto de Santa Bernardete e Nossa Senhora de Lourdes. Uma vez correndo perigo de vida durante uma viagem à trabalho, ele se perdeu no meio de uma motanha com vasta mata, com chuva iminente e muita neblina, sem ver a sua turma que já tinha partido cavalgando (para se esconder da tempestade), ele entrou em desespero.
Era uma área em Guizhou na China, que na época, era também cheia de bandidos de estrada que se refugiavam por ali após violentos saques.
Em desespero e sem saber o que fazer, utilizando todas as forças físicas para sair dali ele se ajoelhou e implorou à Santa Bernardete que o ajudasse a sair o mais rápido possível dali!
Quando abriu o olho teve a visão de uma menininha no meio da neblina que apontava o caminho, ao qual ele foi seguindo. Ele pensava se tratar de Santa Bernardete (a menina que viu Maria em Lourdes) mas viu que era uma mocinha chinesa. Ainda pensou que talvez ela estivesse se manifestando como chinesa (como é comum com Nossa Senhora).
Ela falava mandarim, se vestia de branco e azul e tinha jóias douradas. Na época apenas pessoas bem educadas (no sentido de estudadas) falavam mandarim. A menina disse que ele entrasse numa gruta, e ao que ele entrou exausto e desesperado, com fome, a menina o cobriu com um cobertor e ele teve um ótimo sono imediato enquanto ela dizia que ficaria tudo bem no dia seguinte.
No dia seguinte, nada de menina, nem de cobertor, ele acordou na caverna mas se sentindo relaxado e protegido, e assim que chegou próximo do riacho para lavar o rosto viu uma caravana se aproximando, e eles o levaram de volta para a cidade.
Por anos ele achou que tivesse sido salvo por Santa Bernardete e Nossa Senhora de Lourdes, mas então, coincidentemente, escapando de uma tempestade durante suas viagens de trabalho, ele entrou num templo e ali reconheceu a imagem da menina.
Ela vestia a mesma roupa, tinha as mesmas joias e o mesmo penteado da menina que ele tinha visto na montanha, e perguntando quem era descobriu que se tratava de Long Nu, a menina dragão que vive ao lado de Kuan Yin, a emissária de Kuan Yin.
Desde então ele passou a cultuar e praticar Kuan Yin e Long Nu.
Deusa Sedutora
Falando agora da minha face preferida e mais polêmica de Kuan Yin. Uma boddhisatva tão versátil que não tomou só o aspecto de deusa mãe não, causando certo constrangimento para muitos budistas mais religiosos que fazem malabarismos para explicar, simbolizar e esconder esse lado:
Kuan Yin é a deusa mais “seduzente” de que se tem notícia na história. É fácil de entender também…é uma imagem feminina do divino, é a mulher divina em todo seu explendor.
É dito inclusive que as imortais raposa (Hu Xian), espíritos famosos na Ásia por seduzirem homens e mulheres, cresciam um longo rabo à cada cem anos de prática divina. Ao atingirem nove rabos, elas geralmente tomavam uma forma inspirada em Kuan Yin, e assim se tornavam as deidades Hu Xian (raposas de nove rabos), temidas e cultuadas na extrema Ásia.
Essa face de Kuan Yin começou com Tara, a forma feminina e jovem de Avalokiteshvara que já citamos. Tara era jovem e brincalhona, e mais…se transformava em Tara vermelha que é a deidade que rege não o amor nem a paixão, mas a SEDUÇÃO, o encantamento que pode desembocar nestes dois.
Tara Vermelha tem uma imagem ainda mais forte que é a sua emanação irada, onde ela recebe o nome de Arya Tara Kurukulla. Kurukulla é uma rainha dakini, representa mais que a sedução, por sua vez, ela representa a subjugação.
Ela é a paixão mais feroz e o domínio total dos sentimentos, por isso é irada, passional como uma força incontrolável da natureza. Não se pode resistir à Kurukulla, e não se trata apenas do sentido afetivo-sexual, mas em todos os sentidos da vida. Kurukulla pisa sobre o deus hindu do amor, significando que ela é ainda mais forte que o amor e a paixão.
Kurukulla é a minha Yidam no budismo Vajrayana, minha deidade tântrica pessoal, minha imagem tântrica. Comecei a praticar sozinho há doze anos atrás, sem saber que se tratava de uma prática restrita à iniciados, e só tive minha iniciação ou “empowerment” de Kurukulla dentro de um sistema Vajrayana em setembro de 2017, exatos sete anos antes de escrever este artigo.
Bem, Kurukulla é subjugamento, e é Tara Vermelha que é sedução, Tara virou Kuan Yin, que nem precisa ser vermelha para quebrar os corações (salvar os corações) de todos os panteões orientais.
O melhor é que ela faz isso com uma imensa generosidade, Kuan Yin não tem qualquer tipo de “moral”, afinal não trabalhamos com “moral” no budismo esotérico. Porém, entenda, o budismo é também uma religião, e diversos sectos e tradições condenam sim a sexualidade, acreditam no pecado e tem os próprios dogmas moralistas também.
Kuan Yin não é exclusividade nem dos amorais esotéricos e tântricos, nem dos religiosos que acreditavam que sexo era pecado e comer carne um absurdo. Então ela se adapta a todos de acordo com sua moral e com sua forma, sim até com sua forma!
Essa versatilidade de adaptação é típica de Kuan Yin, cujo sutra diz que não importa a forma, se você puder ser salvo e atingir a iluminação por qualquer ser, Kuan Yin tomará essa forma para te acompanhar e te salvar.
A melhor ilustração disso, tanto do poder seduzente de Kuan Yin quanto de sua imensa misericórdia é a história que se segue:
Daisho Kangiten no budismo esotérico japonês:
Daisho Kangiten primeiro era apenas Kangiten (歓喜天), o deus do êxtase. Ele era um deus elefante que apesar de viver em estado de orgasmo contínuo estava sempre puto, com cara de zangado e sem interesse em ajudar ninguém, com desprezo total pelos humanos e muitas vezes os escravizando.
Veja a simbologia de Kangiten, um deus demônio que só pensava no próprio êxtase, mas ao mesmo tempo ele é a representação do prazer para o ser humano.
A simbologia de Kangiten é de que o prazer despreza o ser humano, pois este vive para o prazer, viciado, necessitado; Por isso o prazer os escraviza. Kangiten, portanto, é uma força perigosa.
Kuan Yin (Kannon) é o oposto disso, ela é totalmente pró-humanidade, e como Kangiten (o êxtase) estava causando uma confusão na mente dos humanos então ela resolveu agir.
Kuan Yin daria um motivo para Kangiten estar sempre bem focado, compreender a humanidade e parar de causar confusões que transformavam os humanos em seres piores do que animais. Então ela foi lá e seduziu ele. Como que ela fez isso?
Ela se emanou como uma linda deusa elefanta também, cheia de luz e beleza, e deu um abraço nele; deu um foco para o êxtase de Kangiten que ficou mais do que agradecido, ele se converteu. O abraço de Avalokiteshvara é ser abraçado pela própria compaixão, ou seja, adquirir este dom.
A união de Kannon com Kangiten é a simbologia de que o prazer deve ser incorporado à luz, e a luz ao prazer. Essa é a chave para que não nos tornemos animais, nem escravos dos nossos prazeres, escravos de Kangiten (que tinha vários escravos antes de Kuan Yin convertê-lo).
Não se engane, porém. Daisho Kangiten (abraço de kangiten) é uma deidade restrita à praticantes muito avançados, e aqui no oriente se diz que não é recomendável seu culto em casa.
É dito que se Kuan Yin largar Kangiten, ou seja, se ele não estiver abraçado, ele volta a ser mau, e a escravizar os seres humanos.
Aprendeu essa lição de simbologia oriental? O prazer sozinho pode viciar e te fazer escravo dele, então se colocou a empatia e a luz (Kuan Yin) junto com o prazer, nem um nem outro foi eliminado. O caminho do equilíbrio é o caminho do budismo esotérico, não o da renúncia nem o do sofrimento e sim a consciência: Não seja escravo dos teus êxtases!
Yu Lan Kuan Yin e a moral no budismo:
Kuan Yin não parou nas histórias de Tara nem de Kangiten, existe uma penca de histórias onde Kuan Yin utiliza sua beleza para “salvar” ou colocar deuses e pessoas no caminho da devoção. Estas histórias tem versões diferentes.
Veja que no budismo esotérico e tântrico não se preocupa tanto com a moral e dogmas das coisas, então as histórias são cruas e humanas, apesar de ter uma simbologia muito rica.
Já no budismo religioso com suas várias vertentes, há uma nobreza na castidade e na abstenção de bens, assim como de qualquer tipo de apego. A sexualidade é um perigo para o dogma de muitas linhas religiosas de budismo, que sim, são tão dogmáticas e conservadoras quanto qualquer linha de cristianismo. Respeito à eles. Cada um segue o caminho na direção da sua própria alma, em seu momento.
Um exemplo da diferença na narrativa das histórias se segue na manifestação de Yu Lan Kuan Yin (chinês) ou Gyoran Kannon (japonês).
Yu Lan em chinês (鱼篮) é literalmente cesta de peixes, Kuan Yin da cesta de peixes. Na história esotérica chinesa acontece que, no caminho para pegar os sutras na Índia e trazer para a China, o deus macaco encontrou com seus peregrinos um adversário à altura.
Um monstro marítimo chato demais de derrotar, agressivo e perigoso. Quando o deus macaco já tinha tentado de tudo sem sucesso resolveu apelar ao seu verdadeiro trunfo que era chamar Kuan Yin.
Kuan Yin aparece nessa história vindo das profundezas das águas com uma cesta nas mãos, com os seios de fora, com uma beleza que parou a luta e todo o universo. No momento que o tempo parou para ver a beleza de Kuan Yin deusa das águas, o monstro lembrou que na verdade ele era um peixe de Kuan Yin que se perdeu, e voltou para a cesta dela.
O deus macaco agradeceu encantado. Para os irmãos de linhagem religiosa, mais conservadores, essa história era constrangedora demais. Então existe outra versão para a história de Yu Lan Kuan Yin, que é afinal uma das 33 manifestações esotéricas de Kuan Yin.
Nesta outra versão da história, que data da dinastia Tang, Kuan Yin queria fazer uma ponte para ligar um vilarejo ao outro onde havia um templo dedicado à ela. Então ela apareceu como uma linda moça que prometeu se casar com quem conseguisse jogar uma moeda dentro da cesta que ela carregava no meio do mar.
Os homens pirando em Kuan Yin jogavam tudo o que tinham de moedas, mas nenhum deles conseguiu atingir a cesta. Kuan Yin então pegou todo o dinheiro jogado e deu para fazer uma ponte, além de um lindo templo de meditação. E sumiu.
As duas versões da história são interessantes e mostram bem o lado sedutor de Kuan Yin. Mas seguindo nessa linha de budismo mais “conservador”, onde a deusa seduz e some bem “na hora h”, existe também outra história.
Ma Lang Fu Kuan Yin:
Nesta história Kuan Yin é uma viajante linda que aparece em determinado local onde os sutras não eram estudados. Todos queriam casar com ela, ao que ela prometeu que casaria com aquele que decorasse e declamasse com mais sentimento o sutra de lótus.
Todos os homens da cidade se dispuseram a estudar o sutra de lótus, mas um deles, Ma Lang, já era um praticante, e o declamava com muito sentimento. Assim, no dia marcado, todos os homens declamavam o sutra de lotus, mas foi Ma Lang o escolhido.
Até aí a história faz todo o sentido, mas lembremos, é uma história de dentro do cânone religioso budista. Quando Ma Lang enfim se casa, e vai para a noite de núpcias, felizão, mais duro que assalariado CLT brasileiro, ele encontra a noiva morta! Isso mesmo. Ela morreu.
Quando muito tempo depois se desenterrou a noiva para mudar o local do túmulo se descobriu que o esqueleto dela era dourado, não era uma caveira comum, então se reconheceu uma encarnação de Kuan Yin e passou a ser venerada como Ma Lang Fu Kuan Yin.
O fato é que Kuan Yin é muito generosa em todos os sentidos, e como mostrado com Kangiten, não tem qualquer tipo de escrúpulo dogmático ou “não me toques”. Ela toma exatamente a forma que pode salvar os seres, dentro da devoção e do interesse particular de cada um.
Uma história de origem tântrica chinesa, por exemplo, situa Kuan Yin como “a mulher de Yen Chou”, um vilarejo antigo e famoso na dinastia T’a Li, por haver uma mulher absolutamente bela e sedutora, uma prostituta, na verdade.
Era dito que ela se relacionava de forma a deixar os homens totalmente satisfeitos, e vários depois se tornavam praticantes tântricos ou mudavam totalmente sua conduta sexual, tendo plena consciência de suas energias e de outras pessoas. Uma vez um monge teria caído sob seus encantos, e descoberto depois que ela era na verdade uma encarnação de Kuan Yin.
Nesta história, novamente, após a morte da jovem prostituta, todos os seus ossos são juntados e ela “ressuscita” ou retoma sua forma e ascende aos céus como mulher “cheia de compaixão”. Isso é uma história de linhagem tântrica, apresentando o feminino como receptor e transmutador de energia. Lembre-se que todas estas histórias são simbólicas.
A história da bodhisattva de Yen-Chou ou Mulher de Yen-Chou, é inclusive alvo de artigos acadêmicos em renomados institutos de sinologia e mitologia oriental, que tentam decifrar seu simbolismo com raízes tântricas e esotéricas como você vê aqui.
História bem diferente das do cânone budista religioso, não é mesmo? Isso demonstra que todas as faces da “deusa”, desde a mãe até a prostituta, são incorporadas e exemplificadas por Kuan Yin, uma deusa completa.
Para que você não pense, no entanto, que se trata apenas de homens sendo seduzidos porque homens são bobões, preste atenção nessa história de Kuan Yin no Tibete (Chenrezig).
Chenrezig apazigua a deusa-demônio:
Chenrezig é Avalokiteshvara (Kuan Yin) em forma masculina, muito comum no tibete. É dito que em determinado local havia uma deusa-demônio que era a deidade dominante, mas ela era muito feroz. Comia os humanos ou os estraçalhava quando se irritava, o que acontecia frequentemente porque ela tinha um péssimo humor.
Chenrezig apareceu como um lindo deus coroado propondo um relacionamento, e muito interessada nele, a tribufú acabou se casando com Chenrezig, que sempre que ela se zangava e queria comer almas humanas, recitava os sutras do lótus e o mantra sagrado Om Mani Padme Hum para acalmá-la.
Se você tem uma esposa chata, Chenrezig pode ser o seu consolo. Afinal, ele se casou com uma demônia para salvar a ela e às pessoas que ela oprimia.
De tanto ele recitar os mantras sagrados a monstrenga acabou se convertendo à iluminação, e se uniu dentro de Chenrezig, sendo um de seus aspectos monstruosos e irados. Por falar em aspectos monstruosos de Chenrezig um deles é ninguém menos do que Mahakala.
Mahakala x Kuan Yin:
Mahakala em japonês se escreve Daikokuten. Quando chegou no Japão o culto era muito próximo ao de Kuan Yin, pois ambos vem do mesmo ser que é avalokiteshvara, e o “dia de conexão” com ambos, é o dia dezoito de cada mês.
Ali Daikokuten, sobre quem falamos tudo neste artigo, conheceu Kuan Yin mais de perto e se apaixonou por ela. Kuan Yin era tão linda e iluminada. Já daikokuten trabalhava na parte de proteção, era um dharmapala, senhor dos exércitos, e uma de suas três cabeças (a da direita) era Bishamonten, o deus da guerra.
Após tomar um toco muito divertido, Daikokuten seguiu o conselho de Kuan Yin e para trabalhar dentro do culto dela, ou seja, da energia de Kannon, ele se transformou em Miroku Daikokuten:
Miroku Daikokuten se tornou o deus da fortuna, seduzido por Kuan Yin. Claro que isso é uma história simbólica do budismo esotérico. Não significa “mulher mudando homem”, “domesticação de deidades iradas” nem nada disso, até porque o culto à daikokuten de forma irada continuou firme e forte, paralelo ao de miroku daikokuten no Japão.
O simbolismo do feminino vencer a violência, a serenidade vencer a ira, a beleza vencer o bruto, é um conceito tipicamente asiático, e mais ainda importante na cultura japonesa; isso é a raiz da história de Miroku Daikokuten.
Miroku Daikokuten surgiu no Japão, dentro desta expressão de beleza da cultura japonesa, mas se tornou, sem dúvida, a face mais famosa de Daikokuten na chamada “Ásia rica”.
Deidades iradas são emanações de outras deidades que já são pura luz. Os seres no panteão budista são emanações uns de outros, o que sempre leva à mesma conclusão: O universo é uno, o divino é um só e é você no fim das contas.
As histórias de Kuan Yin seduzente são tantas, que agora vamos falar de outros aspectos dela.
Kuan Yin como deidade irada:
马头观音 – Ma Tou Kuan Yin na China, Ba To Kannon no Japão, era chamado de Hayagriva antes de vir para a Ásia oriental. É a forma irada de Kuan Yin, e também é conhecido como Bato Myo 马头明王.
Se você leu o artigo mais completo já escrito sobre Fudo Myo, com certeza já sabe dos cinco grandes Myo, que são os chefes de todos os outros. Agora, numa linha mais esotérica, sabemos que na verdade são oito grandes Myo que chefiam não apenas as direções, mas também os 8 reinos, só que três deles são “secretos”, de culto restrito.
Um destes é Bato Kannon, que significa literalmente Kuan Yin da cabeça de cavalo. O cavalo é o animal que sempre foi considerado o melhor amigo do humano, antes do cachorro, pois dependíamos do cavalo para nos locomovermos mais rapidamente e em longas distâncias.
O cavalo é portanto a face animal da humanidade, e é o representante do “reino animal”. Esta manifestação no budismo esotérico japonês é uma das Roku Kannon (Seis Kuan Yin da Salvação), e é a única irada entre elas.
As vezes com três cabeças (que variam entre cabeças iradas e cabeças de cavalo, boi e porco), e as vezes com dois, quatro ou seis braços, esta manifestação de Kuan Yin é o grande protetor dos animais e dos viajantes. A forma irada é também um tipo de compaixão.
Compaixão ou empatia tem três caracteres 同理心; o primeiro (Tong) significa “comum, conjunto, igual” e o último é Xin, coração. No meio temos a gerência (Li), o que significa a capacidade de gerar sentimentos iguais. Kuan Yin é a empatia e a compaixão divinas, então também vem na parte da ira divina, da justiça e do ódio ao sofrimento e aos abusos.
Deste sentimento de insegurança e abuso, que existe, e ela sentiu, é que surgiu a forma irada de Bato Kannon. Esta é a única deidade fora Vajrakilaya que contém um Phurba, aquelas lanças tibetanas. O phurba é a força de ataque pessoal, e rituais com phurba eram usados para matar inimigos no Tibete.
É portanto uma deidade irada muito forte, e mexer com as forças da ira é sempre para quem já tem alguma experiência prática em magia oriental ou budismo esotérico e meditação.
Kuan Yin das mil mãos:
Qian Shou Qian Yan Kuan Yin (千手千眼观音), ou Sen Ju Sen Yen Kannon. É a Kuan yin de mil braços e mil mãos. Essa é a forma de Kuan Yin concededora de todos os milagres.
Isso porque cem é um número simbólico de “infinito”, “interminável” e “demasiado”. Significa que Kuan Yin tem praticamente qualquer arma e forma no mundo e olha a todas as coisas, já que em cada uma das palmas de suas mãos existe um olho.
Na China essa imagem era famosa em estátuas, e muita gente cortava (quebrava) uma mão da estátua e colava novamente depois de ter seu pedido atendido. Isso fez com que muitas imagens do sul da China começassem a ser fabricadas com mãos encaixáveis, mesmo as de porcelana.
Quando comecei meu culto à Kuan Yin, ainda em 2011, me lembro de ter ido à uma loja de artigos orientais para adquirir uma imagem de porcelana e vi o dono muito zangado. Tinha uma imagem lindíssima e enorme de Kuan Yin de porcelana, e várias das mãos estavam faltando. Pessoas tinham simplesmente furtado as mãos de Kuan Yin.
As crianças de Kuan Yin:
Long Nu (龙女) e Shan cai(善財) são os tongzi (doji em japonês), as crianças que acompanham Kuan Yin.
A menina dragão Long Nu tem várias histórias e versões, mas a principal é de que ela é a princesa filha do Rei Dragão (que é devoto de Kuan Yin) e foi capturada por humanos malvados. Kuan Yin a libertou e a tomou por discípula, já que ela foi transformada em uma forma humana para ser salva e não podia voltar a viver dentro do mar.
Shan Cai é o menino da fortuna ou menino de ouro. Ele é a imagem do bom menino, do filhinho perfeito, bem comportado e compassivo. Representa Kuan Yin como concededora de bons filhos.
Os dois pequeninos auxiliares de Kuan Yin sempre a ajudam na terra, auxiliando a humanidade. A donzela dragão tem a aparência de uma menina de uns dez anos, enquanto Shan Cai (se lê shan tsai) é representado entre os dois e quatro anos, ainda pequenininho.
Encarnações de Kuan Yin na terra:
Especial consideração devemos dar ao fato de Kuan Yin ter diversas emanações no mundo dos humanos. Seja em mundos espirituais humanos ou no mundo de terceira dimensão onde eu escrevo e você lê este artigo. São entidades e seres que vem direto da alma de Kuan Yin.
Já citamos a lenda da Ma Lang Fu Kuan Yin, mas a lenda mais famosa mesmo é a Princesa Miao Shan. Esta era uma princesa da idade média da China, que dizem ter sido muito milagrosa. Não existem documentos que comprovem sua existência, porém existem vários testemunhos.
Miao Shan era de um beleza imensa, como toda Kuan Yin. Ela se compadecia muito de qualquer sofrimento em humanos e bichos, e queria sempre ajudar as pessoas e fazer coisas boas, sentir as pessoas felizes.
É dito que o pai dela, achando ela meio maluca, forçou um casamento que ela não aceitou, e foi punida com diversas torturas, das quais se safava sem nenhum arranhão. Nisto, a semelhança com as histórias dos mártires cristãos é grande.
É dito até (olha a coincidência), que ela teve suas mãos amputadas, mas simplesmente as pegou e colocou no lugar, e saiu andando.
De qualquer forma, Miao Shan “morreu” muito jovem pois seu corpo foi direto para os céus, ascencionou.
É muito difícil saber o que é fato e o que é lenda na história de Miao Shan, mas pouco importa, o que importa é o simbolismo.
Vou dar mais ênfase no entanto, em uma encarnação de Kuan Yin que realmente existiu, porém também cercada de lendas e tem duas versões; se trata de Ma Zu ou Mazu (não confundir com Ma Gu, deusa ancestral que junto com avalokiteshvara se tornou Kuan Yin).
Ma Zu 妈祖, significa literalmente mãe ancestral, mas este não era o nome dela, e sim o nome que foi dado pelos devotos, é um título.
A história diz que no sudeste da China, ela nasceu no ano de 920 (DC ocidental), num vilarejo onde o culto à Kuan Yin deusa materna era muito forte. Assim um casal que não conseguia ter filhos e já passava dos quarenta anos fez uma promessa de consagrar o filho à Kuan Yin, caso tivessem um.
Por milagre, pois quarenta anos na época já era terceira idade, eles tiveram um bebê, mas uma menina. É dito na China que Kuan Yin dá filhos homens ou lindas filhas mulheres.
A menina era realmente linda e tinha uma particularidade, ela quase não falava, e nunca chorava a não ser em silêncio. Era desde bebê extremamente silenciosa, então recebeu o nome de Lin Mo Niang 林·默娘. Lin era o sobrenome dela, Mo significa silenciosa e Niang é dama. Portanto era a Dama Silenciosa.
Mo Niang continuou sendo silenciosa e misteriosa até os 16 anos quando houve uma grande enchente (tsunami) que devastou todo o vilarejo. Durante esta enchente os moradores a viam andando sob as águas, as vezes até em tamanho gigante e salvando as pessoas, empurrando-as em barcos para outros locais seguros.
Mo Niang teria no entanto desaparecido após ajudar várias pessoas enquanto procurava por seu pai no meio das águas. Ninguém nunca mais a viu, nem encontrou seu corpo. Ela foi chamada então de Mazu e reconhecida como uma encarnação de Kuan Yin, a deusa mãe para aqueles aldeões.
O culto à Mazu se espalhou pelo sul da China e hoje ainda, em Taiwan, é muito popular, possivelmente a mais popular forma de Kuan Yin por ali. Ela é a deusa dos viajantes, dos mares, do que vem de fora e do desconhecido.
Outra versão da vida de Mo Niang (Mazu) diz que ela era uma linda moça silenciosa que fazia milagres e praticamente não emitia sons, apenas os ouvia. Ela teria aos 28 anos ascencionado, ou seja, subido com corpo e tudo para os céus.
Os dois seres que aparecem aos pés de Mazu são os deuses demônios Qian Li Yan (olhos de milhares de distâncias) e Shun Feng Er (O que ouve todos os ventos). Estes dois deuses demônios teriam se apaixonado por Mazu e a desafiado para um duelo.
Mazu seria a serva deles caso perdesse, mas eles se converteriam em servos eternos de Mazu caso ela os vencesse. O resultado da luta vemos já há mais de mil anos aos pés das imagens de Mazu.
Bai Yi Kuan Yin:
A forma mais popular de Kuan Yin e a mais conhecida no ocidente é a Kuan Yin do manto branco, que realmente é parecida com Nossa Senhora. Ela aparece vestida toda de branco com uma coroa com imagem de Amitabha (o pai dela e budha da salvação), segurando um pote de medicina divina e um ramo de flor de lótus, ou de salgueiro, com o qual dá bênçãos.
No Japão chamada de Bya Kue Kannon, na China de Bai Yi Kuan Yin (白衣观音), essa é a forma mais popular no ocidente, e também a utilizada para quem cultua Kuan Yin como mestra da Grande Fraternidade Branca.
Bem, essa é uma das 33 formas esotéricas de Kuan Yin, a mais famosa e mais reproduzida, porém existem várias outras como já vimos por aqui.
Por ser a mais popular, Bai Yi Kuan meio que se tornou a imagem universal de Kuan Yin.
108 nomes, 33 manifestações e muito mais
Kuan Yin tem a famosa prece dos 108 nomes, onde se chama 108 características diferentes de Kuan Yin, requisitando 108 bênçãos diferentes. Esta prece que também é chamada de “ladainha” será incluida na parte de prática, último capítulo do nosso documento.
As 33 formas esotéricas de Kuan Yin requerem um estudo à parte e detalhes em áudio e vídeo, e para não transformar o artigo em um livro, eu criarei uma pequena INICIAÇÃO À KUAN YIN que será disponibilizado para matrícula em um futuro próximo. Para mais informações, manda um direct.
Kuan Yin no animismo popular
Na Ásia toda existem práticas populares muito parecidas com o que conhecemos no Brasil, com incorporações de espíritos, médiuns e consultas. Estes cultos em geral, são marcados pela manifestações de entidades que trabalham como falangeiras dos antigos deuses chineses e orientais em geral.
Geralmente os espíritos para se provar utilizam facas e espetos para perfurar o rosto e o peito do médium, e este rito é conhecido por Tang Ki. Totalmente banido da China continental continua comum em todas as outras partes da cultura chinesa, e é possivelmente a expressão mais antiga de religião popular oriental, misturando taoísmo, budismo e animismo.
Este tipo de manifestação é mais popular hoje em dia em Taiwan e Singapura e também no sudeste asiático em geral, especialmente Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas…
E claro que uma das falanges mais populares e mais fortes, sempre presente nos cultos Tang Ki é exatamente a falange de Kuan Yin:
Kuan Yin tem uma falange poderosa, e para ser sincero, meu interesse em Kuan Yin começou exatamente quando eu vi a imagem dela, após ter conhecido minha mentora espiritual, uma chinesa lindíssima, sedutora, serena e sábia.
Apesar de até hoje eu não ter me aprofundado no Tang Ki (quem sabe no futuro), e meu conhecimento de Kuan Yin vir do budismo esotérico, taoísmo e culto popular aqui da China, tive também minha própria prática de contato com este “espírito” que atende por “uma Kuan Yin”, enquanto eu trabalhava como medium ainda no Brasil, como acontece no Tang Ki.
É interessante porque Kuan Yin é um Boddisattva, o que significa que ela continua seguindo a evolução da humanidade e devotada à isso, nas mais diversas esferas de existência humana, o que sim, inclui espíritos-guia.
Este é o único vídeo que achei em inglês sobre Tang Ki, sendo a maioria em chinês ou línguas do sudeste asiático, mas é bastante curioso, descende diretamente do Taoísmo e lembra muito os cultos brasileiros que misturam elementos indígenas, africanos e europeus.
Práticas de Kuan Yin
Agora que você já conhece aspectos diferentes da mesma deidade, e sabe que existe ainda mais, é bom começar na prática logo. Não é necessário iniciação para cultuar Avalokiteshvara nem nenhum de seus derivados não-irados.
O culto de Kuan Yin é tido por ser o mais milagroso da Ásia e dos mais eficientes do mundo. Chovem histórias de milagres, curas, livramentos feitos por Kuan Yin no meio taoísta e budista, e também no Tang Ki, é claro.
Existe inclusive um templo chamado Chonggye-sa na Coreia do Sul onde há uma imagem de Kuan Yin de quinhentos anos, de cuja cabeça anualmente brotam pequenas flores. É proibido tirar fotos do templo, mas há mais de uma década atrás, alguém me mostrou uma foto da imagem.
Enfim, se for falar sobre fé, pode confiar em Kuan Yin, pois ninguém mais do que ela aqui no Oriente, se utiliza mais e da melhor maneira da fé de seus devotos.
Eu trago aqui uma prática mais popular. Ela não é uma deidade “secreta” ou “esotérica”, e por isso trabalhamos de forma diferente, devocional, e eu vou te passar aqui uma prática que funciona.
Primeiro, vamos lembrar do Sutra do Lotus, cujo capítulo dedicado à Kuan Yin ainda é uma das práticas mais fortes que se pode pronunciar. Aqui coloco o sutra do Lotus como traduzido por Maria Susana Dieter, a maior professora sobre Kuan Yin em língua portuguesa que eu pude encontrar enquanto morava no Brasil.
Este sutra é muito poderoso, e eu desafio você a recitá-lo em voz alta sem se arrepiar até onde não nasce cabelo mais. Ele conecta com o ser divino Avalokiteshvara em todas as suas formas de salvação e proteção, portanto faça-o com fé.
Pode ser combinado com a imagem de Kuan Yin da sua preferência, mas o sutra é muito ilustrativo e eu sempre preferi acompanhar a imageria que ele evoca, e convido você a fazer o mesmo, e veja como o poder de Kuan Yin entra em sua vida:
Sutra do Lótus (sutra de Kuan Yin):
“Nobre Soberano do mundo e Ser Perfeito.
Rogo-Lhe que agora manifeste
O motivo de ser chamada Kuan Shi Yin
Esta sagrada Bodhisattva.
A isto o Ser Perfeito replicou,
Proferindo esta canção:
Os ecos de seus feitos sagrados
Ressoam pelo mundo todo
Tão vastos e profundos os Seus Votos
Quando, após incontáveis eternidades
A serviço de multidões de Perfeitos,
Ela anunciou Seu puro desejo (de libertar os seres aflitos).
Agora ouça atentamente o que aconteceu:
Ouvir o Seu Nome, ou ver a Sua Forma,
Ou recitar fervorosamente o Seu Nome,
Liberta os seres de toda aflição.
Se para o interior de uma fornalha
Você fosse empurrado para morrer
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin
Transformaria em água as chamas.
Se você estivesse sem rumo sobre o mar
Com dragões e demônios a sua volta
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin
pouparia você das ondas famintas.
Suponha que algum inimigo o empurrasse
Para baixo do Monte Sumeru.
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin,
E como o Sol, você pairaria no espaço.
Fosse você perseguido por homens maus
E esmagado contra a Montanha de Ferro,
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin,
e a piedade conteria seus golpes.
Suponha que o Rei esteja irado com você,
A espada do capataz erguida para ferir
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin
partiria a espada em pedaços.
Estivesse você confinado pelos muros de uma prisão,
Pulsos e tornozelos presos por correntes
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin
instantaneamente provocaria alívio.
Se você sorvesse um gole fatal
E agora estivesse a ponto de morrer
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin
anularia o efeito do veneno.
Se você fosse cercado por maus espíritos, Rakshas,
dragões perniciosos, ou a algaravia dos demônios
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin,
e ninguém ousaria ofendê-lo.
Se bestas selvagens o pressionassem
com presas medonhas, garras ferozes
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin
fá-las-ia correr desnorteadas.
Se serpentes cruzassem seu caminho
Exalando fumaça nociva e chamas
Um pensamento sobre o Poder protetor de Kuan Yin
imediatamente aquietaria a tormenta.
Embora os seres oprimidos por aflições cármicas
Suportem inumeráveis sofrimentos
A milagrosa percepção de Kuan Yin
Capacita-nos a expiá-los todos.
Imbuída de poder sobrenatural
E sábia na utilização dos recursos;
Em cada canto do mundo ela manifesta
Suas incontáveis formas.
Sejam quais forem as nuvens negras acumuladas
Os demônios gerados nos infernos, as bestas selvagens,
os males do nascimento, idade, doença e morte,
Kuan Yin os destruirá um a um.
Verdadeira Kuan Yin ! Pura Kuan Yin !
Imensuravelmente sábia Kuan Yin !
Misericordiosa e cheia de piedade !
Sempre esperada e venerada !
Ó esplendor imaculado e radiante !
Ó Sol da Sabedoria que afasta as trevas !
Ó Vencedora da tempestade e das chamas !
Sua glória ocupa o mundo !
Sua piedade é um escudo contra o raio
Sua Compaixão forma uma nuvem magnífica,
Que enviando o néctar do Dharma em forma de chuvas,
extingue as chamas do infortúnio.
Àqueles enredados no litígio
Ou que tremem no meio de multidões
Ali irá o pensamento do Poder de Kuan Yin
E todo o ódio será dispersado.
O Som misterioso do Nome de Kuan Yin
É sagrado como o estrondo no oceano.
Sem par no mundo !
Portanto, devemos dizê-lo sempre.
Recorra a ele, nunca duvide,
Kuan Shi Yin: som puro e sagrado;
Para os que se encontram tomados de pânico,
É um apoio que nunca vacila.
À perfeição de Seus Méritos,
À Compaixão de Seu Olhar,
À infinitude de Suas Bênçãos,
Com adoração, curvamos nossas cabeças !”
Mantras de Kuan Yin
Já falamos em artigos anteriores sobre a importância de se ter um Japamala (na China chamado Nian Zhu), que são os rosários de contas.
Hoje vários são feitos para a prática de Ho’oponopono, mas a sua origem é a recitação de mantras do esoterismo oriental. Procure por um que seja de tradição oriental. Não precisa ser caro, o meu primeiro foi muito barato e de plástico, numa época mais difícil.
Hoje utilizo japamalas de madeira, que são os preferidos na prática do budismo esotérico japonês, mas realmente, você pode iniciar com qualquer um! Não pense muito e adquira um, preferencialmente de 108 contas, pois os mantras são feitos 108 vezes.
Kuan Yin tem centenas de mantras (literalmente) e vou compartilhar aqui os mais utilizados. Para a introdução aos 33 mantras esotéricos de Kuan Yin será necessário uma iniciação-curso, pois existem detalhes que são impossíveis de serem publicados por escrito.
O mantra universal de Kuan Yin é:
“NA MO GUAN SHI YIN PU SA”
Este mantra se recita assim, como no vídeo abaixo:
Mantra de Chenrezig, ou O Mantra de Avalokiteshvara da flór de lótus:
“OM MANI PADME HUM”
Apesar de muita gente pronunciar “abrasileirado”, e tudo bem com isso, a pronúncia correta seria Om Mani Pême Hum, como você ouve no vídeo abaixo.
Este é o mantra da cura. Tive uma visão durante uma sessão grupal deste mantra em que via folhas caindo como uma chuva, e fiquei curado de um problema após aquilo. Por isso, sou testemunha da força do mantra de lótus.
Tudo que é simples e massificado é esotérico em verdade, e a força é oculta para as massas, mas está presente o tempo todo ali. É uma questão de acreditar e praticar para ver por si só.
Este é o mantra que Chenrezig praticou constantemente para convertar a deusa demônia da violência contra os seres humanos. Ele é um mantra para acalmar o coração e desenvolver a cura, também limpa o ambiente.
Da Bei Zhou:
O mantra da grande compaixão é bastante complicado de se recitar, em chinês, e será preciso pelo menos alguns bons anos de estudo para pegar a pronúncia correta. No entanto, ouvir este sutra traz a egrégora de Kuan Yin, e pode até ajudar durante a recitação de outros mantras.
Não subestime a força do Da Bei Zhou, um sutra que é utilizado em exorcismos e chamados de egrégora tanto do budismo quanto dos Tang Ki.
Mantra japonês (shingon) de louvor à Kannon:
“Om Arorikya Sowaka” (108 ou 28 vezes)
Invoca a força de Avalokiteshvara e de todas as manifestação de Kannon.
Este mantra se pronuncia assim:
Kuan Yin na Tailândia:
O mantra é bem difícil de pronunciar, e à menos que você pratique o budismo thai, não é necessário, mas o artigo seria incompleto sem falar da devoção à Kuan Yin no budismo thai.
Para saber mais sobre a magia tailandesa, falamos sobre isso na sessão de Magia Oriental deste site.
Chamada de Kwan Yin, ela é também considerada a “buddha” mais forte de todo panteão oriental. A estrela do oriente. Neste budismo, mais humano, mais diário e mais cru, Kwan Yin aparece como a grande protetora dos seres humanos e despensadora das graças do dia a dia.
O kata (mantra) dela no budismo Thai seria transcrito mais ou menos assim:
“Tam Wan – Ta Lah Lam – Tam Wan – Aham – Tsak Ya Mi.”
Um vídeo de um lindo chamado da deusa Kwan Yin em Thai:
Ladainha de Kuan Yin (as 108 chamadas):
Para terminar esta sessão apresento as 108 chamadas de Kuan Yin como traduzido e ensinado pela mestra Maria Susana lá da época em que fui iniciado no Magnified Healing (reiki de Kuan Yin) há tantos anos atrás que me faz sentir velho.
Existem muito mais preces e chamados de Kuan Yin, mas é preciso todo um curso para apresentar mais, e não transformar este artigo em um site particular.
108 Chamados de Kuan Yin:
01 – SALVE KUAN SHIH YIN a amorosa Mãe e protetora.
02 – SALVE KUAN SHIH YIN refúgio dos seres sencientes.
03 – SALVE KUAN SHIH YIN que conserva a jóia que oprime maus desejos.
04 – SALVE KUAN SHIH YIN alegria daquelas que querem ser mães.
05 – SALVE KUAN SHIH YIN a redentora de nosso carma.
06 – SALVE KUAN SHIH YIN que libera dos nossos infortúnios.
07 – SALVE KUAN SHIH YIN fonte da saúde.
08 – SALVE KUAN SHIH YIN a Amada.
09 – SALVE KUAN SHIH YIN a misericordiosa.
10 – SALVE KUAN SHIH YIN a que aumenta o amor.
11 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é bênção eterna.
12 – SALVE KUAN SHIH YIN a que elimina o medo e a angústia.
13 – SALVE KUAN SHIH YIN a que acolhe a todos que procuram o seu refúgio.
14 – SALVE KUAN SHIH YIN a que cuida de seus devotos.
15 – SALVE KUAN SHIH YIN fonte de amor.
16 – SALVE KUAN SHIH YIN a plena de atributos auspiciosos.
17 – SALVE KUAN SHIH YIN para quem nada é impossível.
18 – SALVE KUAN SHIH YIN a beleza personificada.
19 – SALVE KUAN SHIH YIN de belíssimos olhos.
20 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é fácil de encontrar.
21 – SALVE KUAN SHIH YIN a que ajuda os abandonados.
22 – SALVE KUAN SHIH YIN cujo nome purifica ao ser ouvido.
23 – SALVE KUAN SHIH YIN a pureza imaculada.
24 – SALVE KUAN SHIH YIN cujos votos são libertação para seus devotos.
25 – SALVE KUAN SHIH YIN a possuidora da glória divina.
26 – SALVE KUAN SHIH YIN a que ama seus devotos.
27 – SALVE KUAN SHIH YIN a que destrói as dores dos que buscam sua ajuda.
28 – SALVE KUAN SHIH YIN a que nos libera da Roda do Samsara.
29 – SALVE KUAN SHIH YIN cujo rosto presta atenção a todas as partes.
30 – SALVE KUAN SHIH YIN a digna de toda veneração.
31 – SALVE KUAN SHIH YIN a encarnação da verdade.
32 – SALVE KUAN SHIH YIN a personificação da virtude eterna.
33 – SALVE KUAN SHIH YIN a Senhora da Paz.
34 – SALVE KUAN SHIH YIN que é Majestade e Glória.
35 – SALVE KUAN SHIH YIN que é nossa Mãe Protetora.
36 – SALVE KUAN SHIH YIN que não possui defeitos.
37 – SALVE KUAN SHIH YIN a plena de poderes milagrosos.
38 – SALVE KUAN SHIH YIN que veste roupas de glória.
39 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é alegria no coração de seus devotos.
40 – SALVE KUAN SHIH YIN a encarnação da pureza.
41 – SALVE KUAN SHIH YIN cuja glória transcende todos os mundos.
42 – SALVE KUAN SHIH YIN que brilha na mente de seus devotos.
43 – SALVE KUAN SHIH YIN que mora no coração de seus fiéis.
44 – SALVE KUAN SHIH YIN a que facilmente nos entende.
45 – SALVE KUAN SHIH YIN que está mais além de todas as religiões.
46 – SALVE KUAN SHIH YIN a frutificadora da Terra.
47 – SALVE KUAN SHIH YIN refúgio dos que dependem dos elementos.
48 – SALVE KUAN SHIH YIN a rainha dos mares do sul.
49 – SALVE KUAN SHIH YIN a das 33 manifestações.
50 – SALVE KUAN SHIH YIN a que reside nas terras de AMITABHA.
51 – SALVE KUAN SHIH YIN a que habita em P’u-t’o Shan.
52 – SALVE KUAN SHIH YIN que jorra água abençoada sobre o mundo.
53 – SALVE KUAN SHIH YIN a que produz colheitas abundantes.
54 – SALVE KUAN SHIH YIN para quem levantam fontes de água pura.
55 – SALVE KUAN SHIH YIN a que deu seus olhos e suas mãos.
56 – SALVE KUAN SHIH YIN a quem os seres celestiais se elevam aos céus.
57 – SALVE KUAN SHIH YIN a solitária moradora da Pagoda da Colina.
58 – SALVE KUAN SHIH YIN a que surge no meio da flor de lótus.
59 – SALVE KUAN SHIH YIN que tem por todos e provém todos os dons.
60 – SALVE KUAN SHIH YIN a do rosto doce.
61 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é porto seguro.
62 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é a porta larga.
63 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é coroada de luz.
64 – SALVE KUAN SHIH YIN a que ascendeu entre os Mestres.
65 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é levada por dragões.
66 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é firme em seus votos.
67 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é suporte dos caídos.
68 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é mãe dos mil nomes.
69 – SALVE KUAN SHIH YIN digna de toda a adoração.
70 – SALVE KUAN SHIH YIN a benfeitora dos que lhe imploram.
71 – SALVE KUAN SHIH YIN a Senhora Celestial.
72 – SALVE KUAN SHIH YIN a que nutriu os campos de arroz.
73 – SALVE KUAN SHIH YIN a que colocou a rocha para proteger os seus fiéis.
74 – SALVE KUAN SHIH YIN a Luz que segura os perdidos.
75 – SALVE KUAN SHIH YIN a doadora de vida aos ventres estéreis.
76 – SALVE KUAN SHIH YIN a capitã do barco da salvação.
77 – SALVE KUAN SHIH YIN a total como a lua cheia.
78 – SALVE KUAN SHIH YIN caminho venturoso e feliz.
79 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é frutificação e sustentação da terra.
80 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é limpeza e saúde na água.
81 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é energia e luz no fogo.
82 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é aroma e frescor no ar.
83 – SALVE KUAN SHIH YIN a que está sempre desperta.
84 – SALVE KUAN SHIH YIN a Mãe de todas as Mães.
85 – SALVE KUAN SHIH YIN a Deusa do Tao.
86 – SALVE KUAN SHIH YIN a Bodisatva.
87 – SALVE KUAN SHIH YIN a Deusa vinda do Oriente.
88 – SALVE KUAN SHIH YIN consciência da compaixão.
89 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é misericórdia inesgotável.
90 – SALVE KUAN SHIH YIN cujo poder rompe nossas correntes.
91 – SALVE KUAN SHIH YIN a que abençoa a renúncia voluntária.
92 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é laço de amor entre os apaixonados.
93 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é verdade mística.
94 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é essência da formosura.
95 – SALVE KUAN SHIH YIN que veio ao Ocidente com seus fiéis emigrantes.
96 – SALVE KUAN SHIH YIN cujo amor nunca falha.
97 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é a fala transcendental.
98 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é o ornamento da alma pura.
99 – SALVE KUAN SHIH YIN a que transforma o pranto em riso.
100 – SALVE KUAN SHIH YIN a que transforma os gemidos em melodia.
101 – SALVE KUAN SHIH YIN a que coloca paz no desespero.
102 – SALVE KUAN SHIH YIN a que resplandece na obscuridade.
103 – SALVE KUAN SHIH YIN a que recupera o perdido.
104 – SALVE KUAN SHIH YIN a que cura o desanuviado.
105 – SALVE KUAN SHIH YIN a senhora da chama violeta.
106 – SALVE KUAN SHIH YIN a que é minha amada Deusa.
107 – SALVE KUAN SHIH YIN a que, a seus pés de lótus, me prosto.
108 – SALVE KUAN SHIH YIN a que ouve os prantos do mundo.
NA MO KUAN SHIH YIN PUSA
Escrever este artigo nos faz ver a necessidade de aulas mais completas sobre o tema, Kuan Yin é muito vasta, e ficou muita coisa por dizer, mas creio que você não vai encontrar uma introdução melhor à ela, em nenhuma linguagem.
Ciente disso, convido você a nos seguir no instagram, e acompanhar as postagens, bem como engajar no nosso conteúdo. Estamos no começo, na fase de “construa que eles virão”, e aqui construímos conteúdo para você.
Nos vemos num próximo artigo, vídeo ou post,
Na Mo Da Zi Da Bei Guan Shi Yin Pu Sa!