Na Ásia, amarração amorosa não é apenas um feitiço de posse — é uma arte diversa, com formas que vão da proteção suave ao controle absoluto. Algumas podem aproximar corações; outras, prejudicar alvos e aprisionar mentes. Quer saber o que diferencia, ou quando você está sob um doce encanto… ou uma prisão espiritual?
Então leia o estudo até o fim, que eu vou te mostrar que Amarração Amorosa quase sempre é prejudicial, muitas vezes funciona, algumas vezes é solução, e nem sempre é algo maléfico.
Neste Estudo:
Amarração Amorosa, o que é?
Alvo de lendas, preconceito e muita confusão, tanto da parte de quem procura quanto de quem é procurado por este tipo de Magia, a amarração amorosa é, provavelmente, o tipo de feitiço mais praticado e antigo da história.
Desde que aprendemos a linguagem dos símbolos, as pessoas faziam magia e rituais numa tentativa de influenciar poderes espirituais, e talvez a própria sorte para vencer guerras e obter amores.
Pasme você, nas sociedades antigas era muito mais difícil de “subir de classe social” do que é agora (algo que inclusive as pessoas esperam de você). Especialmente na Ásia confuciana, isso era algo quase impossível, um tipo de ambição politicamente incorreto.
É por isso que a magia financeira não figura entre as mais populares da antiguidade, sendo menos comum que as magias de fertilidade (para filhos e colheitas), de vitórias em guerras, de subjugação pessoal e de amor.

Desde que o ser humano começou a acreditar e criar correspondências simbólicas com forças da natureza, e até do sobrenatural, a tentativa de manipular sentimentos e pessoas à seu favor, e principalmente às suas paixões, se faz presente.
Na Ásia, os talismãs de “atração”, de “obtenção de favores”, e principalmente a tentativa de se beneficiar do poder das deidades (Shen Xian ou Kami) de fertilidade e amor são mais antigas que o cristianismo no Ocidente.
Veja você, por exemplo, que Kurukulla (que já estudamos aqui) é uma deidade asiática de sedução, tem mais de quatro mil anos, e muitos de seus trabalhos eram verdadeiras amarrações, com o fim de subjugar totalmente o alvo.

Sendo uma das principais fontes de renda de magos, xamãs, sacerdotes, bruxas, pitonisas e qualquer um que já tenha vendido seus serviços ritualísticos ao longo da história, no Ocidente e no Oriente, amarração amorosa é presente em praticamente qualquer sistema de magia popular.
Até mesmo a Igreja Católica com seus padres, bispos e todo o clero, com seu ritual de amarração de “até que a morte os separe”, ganhou poder e determinou impérios com rituais de casamento indissolúvel e sacralizado, na época em que isso era levado em conta.
Dado ao frenesi que amarração amorosa gera ainda hoje, é necessário esclarecermos algumas coisas sobre este que é um dos tipos de magia mais antigos e tradicionais.
Em primeiro lugar, tenho que dizer que em minha visão, na forma como aprendi e pratiquei ao longo de muitos anos (pois magia afetiva é minha especialidade), a magia afetiva NÃO é algo negativo, nem maldoso.
Amarração amorosa é simplesmente um tipo de magia de Influência, que é voltada para a área afetiva. O grau de intensidade, a intenção, especialmente os motivos e até mesmo a forma como é feita que podem definir se isto será algo prejudicial ou benéfico.
É claro que existem formas maldosas de amarração amorosa, e algumas que mais parecem ataques astrais, com fechamentos de caminho, marés de azar e assédio espiritual, mas isso depende totalmente de quem faz, como faz, para quem faz e por que faz.
Amarração amorosa é exatamente como uma faca afiada. Nas mãos de uma pessoa agressiva pode ser uma tragédia, nas mãos de quem não tem objetivo para o uso se torna um perigo, e não é exatamente algo que você recomende ou saia orgulhosamente exibindo por aí.
Este tipo de magia é, antes de tudo, uma forma de influenciar forças arquetípicas e pessoais (do alvo) para que se submeta à sua vontade, e não à de outros ou à dela própria.
Pode parecer meio cruel e até mesmo uma forma de ataque, porque é. Toda influência é uma forma de ataque.
Pode até parecer injusto, uma vez que influenciar a vontade de outra pessoa pela sua é invasivo. Mas esta é uma conta incompleta. Você nunca sabe o quanto a vontade de alguém é influenciada pela energia e estímulos dos outros.
Nos influenciamos o tempo todo; vendemos, apresentamos, explicamos e justificamos à todo momento, pois não é só de troca que é feita a comunicação. É feita de influência também.
Creio que foi quando descobrimos isso que começamos a fazer amarrações e todo tipo de magia de influência, por isso foi tão cedo. Só que é algo que está ainda mais em evidência hoje em dia.
Não vivemos mais em vilarejos com uma única família de pescadores, a casa tradicional dos carpinteiros, e uma ou duas tabernas. Este tipo de lugar é muito raro agora.
Vivemos em cidades onde se você não se comunicar ninguém vai comprar seu peixe, especialmente se houver outras cem opções de peixeiros que fazem isso há mais tempo que você.
Profissionalmente, não importa o que você faça, já tem gente fazendo coisa igual ou muito semelhante, ou abordando o mesmo tema e vivendo disso.
É por isso que todo posicionamento profissional requer influência, e não apenas dizer “oi, meu nome é Johnny e eu to fazendo isso.”
Editamos nossas apresentações, escolhemos nossas palavras, utilizamos imagens chamativas, e não importa em que área for, todos estão competindo por atenção, pois num mundo pós-internet é impossível ganhar a vida sem conseguir a atenção daqueles que você pode ajudar.
Não vivemos mais em tempos de casamentos arranjados para juntar famílias, nem em tempos onde a opção de parceiros de uma mulher era, durante toda a vida, uns dois ou três homens, e quem faria a escolha por um deles seriam os seus pais.
Ainda bem que não vivemos mais nestes tempos, mas se até mesmo ali era tão utilizada a magia de influência e a amarração amorosa, imagine hoje em dia.
Tentamos o tempo todo influenciar a imagem que os outros tem de nós, Isso fica ainda mais claro quando temos interesse afetivo ou sexual em alguém.
Editamos nossa fala, damos nossa melhor imagem (você veste sua melhor roupa para um encontro) e ocultamos detalhes que poderiam ser realmente determinantes para uma possível rejeição, especialmente diante das comparações e ilusões que são parte do jogo afetivo.
É desde a antiguidade que vem a amarração amorosa, bem como a frase: “no amor e na guerra vale tudo”. Mas isso nunca esteve tão atual.
Não porque valha se perder ou fazer maldades, mas porque nenhum lado “joga limpo”, sem um carrilhão de estímulos externos no presente e influências internas do passado.
É preciso, portanto, ver a amarração amorosa de forma particular como a vida de cada pessoa. Sei que já escrevemos sobre isso, mas é preciso dizer muito mais.
Espero que tenha ficado claro para você que magia de influência todo mundo faz o tempo todo, com rituais ou com ações. A amarração é um tipo ritualístico de magia para captar o máximo da atenção e afeto de alguém em seu favor.
Meu maior problema com a amarração amorosa, no entanto, é com a mentalidade Harry Potter que eu tanto ataco na Magia. A mentalidade de que uma vez feito um feitiço, ele vai sempre cruzar vontades, fatos, atitudes e construir por si só uma realidade, ignorando todo o resto.
Esta mentalidade combina com quem não é realmente praticante do caminho da Magia, só estuda sua teoria, os chamados curiosos. Combina também com quem pretende passar a imagem de mago infalível, mestre, sacerdotisa sobrenatural e coisas do gênero.
Não combina com magistas, bruxos e bruxas de verdade, nem mesmo feiticeiros experientes. Nós, que realmente colocamos a mão na magia e não dependemos de passar imagem de magista poderoso, nem de títulos, sabemos que Magia é uma influência, por muitas vezes decisiva no resultado de alguma coisa.
Sendo uma influência, no entanto, rituais de Magia na maioria das vezes não são suficientes para construir toda uma nova realidade, mas sim modificar ou criar partes dela. A amarração amorosa inclusive.
É por isso que mitos como transformar alguém em um zumbi sexual através de feitiços (sem dar nenhum tipo de substância terrível para a pessoa ingerir), apaixonar um famoso com quem não se tem contato, tentar afeto de alguém que te deteste, ou se tornar “irresistível para o sexo oposto”, são risíveis para quem não passa por uma dor que pudesse ser solucionada com este tipo de promessa infantil.
Diga à um homem que faça a magia mais forte que conhece para arranjar uma namorada do tipo dele, e que continue indo de casa para o trabalho como sempre faz, e não fale com ninguém novo, não aborde nenhuma mulher. Veja se a magia funciona.
Diga à uma mulher que não se maqueie, não lave o cabelo nem se arrume para um encontro, que vá como se estivesse indo da sala para o banheiro, mas que faça o trabalho de magia afetiva mais forte para influenciar este encontro. Veja se a magia funciona.
Magia funciona como motivador de situações; se a pessoa não agir dentro das situações, ou não iniciá-las, é como querer iluminar um quarto sem lâmpadas, apenas com a corrente elétrica.
Eu detesto particularmente tudo que explora o lado vulnerável dos outros, e ainda assim digo que amarração amorosa existe, funciona (porque já vi funcionar e já fiz) e não é um tipo de magia ruim, isso depende totalmente de uma série de fatores que vou explicar.
É uma visão limitada ver a amarração como um único tipo de magia, sempre negativo. É preciso diferenciar modos e motivos, do contrário você fica refém de clientes confusos ou feiticeiros de negatividade.
Por isso, deixa eu te dizer mais sobre como a amarração amorosa pode se dividir, e dentro destas divisões podemos utilizar de nossa ética e até mesmo nosso preconceito para definir se isto é algo bom ou ruim.
Os Quatro Tipos de Amarração Amorosa
Existem quatro tipos de amarração amorosa, e dentro do que eu pratico e aprendi na Ásia, elas tem diferentes propósitos, ritualística e motivação, mas podem muitas vezes utilizar os mesmos elementos.
Amarração familiar (ataque para defesa), Amarração terciária (destruição), Amarração unilateral (de afeto de uma parte só, ataque de domínio espiritual) e, por fim, Amarração Provisória (marcação de território).
Fazendo muitas vezes ponte entre China e Tailândia, pude ver o altíssimo volume e o imenso mercado que é a amarração amorosa na Ásia! A grande maioria acontece por proteção ou por vingança, no entanto.
Vamos começar pelo tipo que considero a mais popular (na Ásia pelo menos) e a que mais vejo dar resultados positivos.
– Amarração Familiar (Um ataque para a defesa)
Muitas vezes uma família recebe um ataque de uma terceira parte que quer se infiltrar e tirar algo de dentro dela. Esta terceira parte, dominada por paixão e geralmente poder de sedução, tenta tirar algum dos cônjuges de dentro de seu casamento, ignorando totalmente a dissolução de uma família e consequências para crianças e outros envolvidos.
Para esta situação, que é mais comum do que você imagina, existe a amarração familiar, que tem como objetivo principalmente manter o relacionamento, atacar a terceira parte, bem como a pessoa influenciada pela terceira parte e manipular a vontade dela, de forma que seja mais forte a sua influência e o que vocês tem em conjunto do que a força de magia da terceira parte.
Quando falo força de magia não necessariamente falo de coisas ocultas, pois existem influências muito piores do que as de quem faz rituais mágickos.
Por instância, imagine agora que existem duas mulheres tentando tomar a cabeça de um homem. Uma delas faz rituais, contrata sacerdotes, acende velas em casa e manda cartas de amor perfumadas para este homem.

A outra não faz magia ritualística, mas veste roupas provocantes, é muito atraente, tem um perfume marcante, trabalha com este homem ou tem acesso diário a ele, e começa a dar ideia para saírem juntos e conversa com ele o tempo todo, fazendo ele se sentir especial.
Suponhamos que seja seu namorado ou marido, se você tivesse neste momento que enfrentar uma destas rivais, e pudesse escolher entre estes dois tipos de adversária, qual escolheria?

Tenha certeza que às vezes um ritual de maquiagem, perfume e roupa provocante pode ser devastador, e até agradar mais sua pombagira e sua deusa interior do que velas e ritualísticas quando carecem de ações físicas. A magia da intenção é magia no nível prático.
Imagine então ter que enfrenter uma mulher que saiba destas duas áreas (magia ritualística + magia de intenção) e esteja realmente decidida a tomar seu marido?
Neste caso, se você for uma pessoa com brio, pode deixar quem se influencie fácil que coma a lavagem com o porco que preferir, mas muitas vezes isso envolve crianças e uma estrutura de vida construída ao longo de anos com muito investimento e sacrifícios.
A amarração familiar visa a volta da atenção da pessoa familiar, a retomada de poder e atração sobre ela, e muitas vezes a incapacitação da terceira parte. É um trabalho poderoso, nada “iluminado”, mas serve à um propósito justo e ético.
É por isso que a maioria dos feiticeiros asiáticos fazem este tipo de trabalho sem nenhuma restrição. Neste caso em específico, repito, muito comum, a amarração amorosa aparece para retirar e retribuir uma maldade inconsequente, e é unisex, muitos homens passam por esta situação, e poderiam ser igualmente beneficiados por este tipo de magia.
Eu mesmo conheci um homem australiano que foi forçado a sair de casa aos trinta e nove anos e recomeçar a vida. Ele tinha sido casado com uma brasileira que conheceu na faculdade aos dezoito anos.
Eles se formaram, casaram, e ele inclusive era o primeiro namorado dela. Tiveram dois filhos crianças, trabalhavam juntos, e tinham uma vida financeira invejável.
Aos trinta e nove anos, a mulher “caiu” nas garras de um rapaz bem mais novo, que era inclusive garçom em um restaurante que eles frequentavam.
Este homem bem que tentou aceitar por causa de seus filhos, mas apenas atrasou sua saída de casa humilhado e ferido gravemente em sua masculinidade e sua alma.
A amarração amorosa, neste caso, seria do tipo de amarração familiar, pois a sua parceira estava na influência de uma terceira pessoa e de um sentimento constantemente estimulado externamente, precisando ambos de uma boa lição.
Nestes casos a amarração amorosa ainda te parece cruel, errada, absurda? Já vi mais de um homem voltar para a casa abandonada com este tipo de magia, e mais de uma mulher se arrepender e se “emendar”.
Um outro exemplo deste tipo de amarração eu vi no Brasil, quando ainda era muito jovem e aconteceu com um índio – caboclo, um mestre de Jurema.

Este relato me foi feito pelo filho dele em pessoa, durante um ritual. Ele disse que na cultura deles não se exigia de fato a monogamia, mas que em geral se respeitava aqueles que tinham filhos.
No entanto, uma vez a mãe dele se encantou com outro rapaz da mesma etnia, e disse para o pai dele que queria passar a noite com este outro, que nutria sentimentos por ele.
O pai dele, juremeiro, se mostrou triste mas evitou fazer uma cena ou perder a compostura. No entanto, utilizou a Jurema como objeto de amarração, deu um jeito de misturar em algo ou fazer ela beber.
Esta mulher teve a maior peia da vida dela, enquanto tinha imagens do marido e do filho, e não conseguiu nunca mais ir atrás ou ter contato íntimo com o outro homem.
Neste caso, a Jurema Sagrada foi utilizada como um filtro de amarração amorosa, justa e familiar, e fez seu trabalho de forma convicta.
Todas as culturas tem este tipo de trabalho de amarração, e ele não deveria ser negligenciado nem condenado por figurar como “amarração”, mesmo nas suas ritualísticas mais selvagens.
Aliás, posso garantir, como mago e macumbeiro, que os espíritos que se envolvem neste tipo de amarração costumam ser os mais “irados” e os últimos que alguém gostaria de enfrentar.
Alguns espíritos se sentem justificados em sua ira e selvageria, e podem agir das formas mais violentas quando invocados neste tipo de magia que os alimenta por envolver emoções tão fortes.
Por isso não, a amarração não é um tipo de magia ruim, maldoso e que só pode ser usado para o mal. Recomendado em casos justos, muitas vezes funciona, algumas vezes é solução.
– Amarração Terciária (troca de coração)
Este tipo de amarração amorosa é um ataque à um casal já existente. Uma “troca de coração”, e é muito procurado por pessoas que querem formar um casal com alguém já comprometido, que na China recebem o nome de Xiao San (pequena terceira).
Geralmente, na Ásia, muitos se negam a fazer este tipo de magia, por acreditar que pode estar fadado muitas vezes à backlash (efeito boomerang, que vai e volta).
Outros jogam algum oráculo para ver a situação, para evitar o efeito boomerang deste tipo de ataque “gratuito”; os que se garantem aumentam o preço por saber que algo vai voltar, os mais inteligentes nesta situação não aceitam o trabalho.
Alguns, ainda, primeiro se certificam se existe um casamento que envolva família ou se isso se trata de um relacionamento de duas pessoas que estão passando algum período de romance juntas, para então sim, decidir se fazem ou não.
Quase sempre custa altas somas de dinheiro (os bem feitos), despende uma imensa energia, e quando dá certo, apenas numa pequena parte das vezes realmente se encontra satisfação nestes relacionamentos.
Nos quatro casos que vi destes, em apenas um o resultado foi satisfatório para quem fez, mas não muito para o “magiado”, que acabou perdendo bastante de sua energia de prosperidade financeira, consequência de forças reativas do outro lado.
Não recomendado, nunca é solução, poucas vezes satisfatório, risco de vingança justificada. Relacionamento vulnerável (você se relaciona com um “magiado”, pessoa que vive influenciável e aberta para forças sutis).
– Amarração Provisória (marcação de território)
Confesso que ao aprender este tipo de amarração fiquei muito excitado. Demorou anos, custou MUITO dinheiro e tempo para entender a dinâmica, e utilizando duas línguas muito diferentes da minha língua nativa.
Um sacrifício financeiro, intelectual, prático (porque me dei mal várias vezes no caminho, o que é normal), e um investimento de tempo que jamais voltará (nem precisa).
Lógico que munido disso coloquei mãos à obra, magia se ensina com esclarecimento e instrução, mas se aprende na prática e na observação.
Já fiz com muito sucesso, mais de uma vez, com mais de uma pessoa este tipo de magia, e não tenho vergonha de dizer.
Neste tipo de “amarração amorosa” você não força nada a acontecer, nem cria algo do zero. É preciso que haja uma centelha ou um relacionamento em potencial. É como utilizar uma faísca para montar uma fogueira que defende o seu plano.
Para quando não existe nenhuma centelha de relação então a magia de amarração é ineficiente, carecendo de magia de atração em primeiro lugar.
Chamo de amarração, mas este tipo é mais uma influência mesmo, sendo considerada amarração pelo fato de “unir” duas pessoas.

Existem muitas formas de fazer este tipo de amarração amorosa, e a maioria delas não precisa de ritualística tão complicada. A maioria usa de filtros, mantras, telepatia e elementos necromânticos ou pessoais para atingir o objetivo.
O objetivo e o efeito são de criar uma barreira em volta da pessoa contra possíveis influências externas. É como se pegasse um megafone e chamasse a atenção da pessoa de volta para você, mesmo com tantas vozes tentando influenciá-la.
Você lê o Mente Mágicka, nós somos quase íntimos, então para ilustrar vou te contar uma história pessoal de uma vez onde utilizei este tipo de magia, preservando obviamente os segredos e processos utilizados (isso jamais será ensinamento público, no máximo pessoal).
Em 2018 num sábado de tarde, resolvi sair de casa para procurar por “companhia”, pois é assim que eu sempre fiz. Sempre detestei bares, boates, e aprendi muito cedo que contar com amigos e contatos para conhecer meu tipo de mulher é uma grande perda de tempo.
Naquela tarde, andando sozinho, devo ter abordado umas três ou quatro moças do meu tipo, a maioria tinha namorado, uma delas tentou me dar “um fora” cruel como “não tenho interesse em você”; isso acontece também, algumas pessoas são estúpidas independente da aparência.
Esta resposta foi ignorada e parti para a próxima. Então conheci a Shan. Ela estava numa bicicleta parada em frente à uma academia muito próxima de onde eu morava.
À princípio ela disse que podia adicionar o contato, mas que não tinha interesse em um encontro. Fato que mandei mensagens, e apesar da desconfiança dela, depois de alguns dias aceitou que nos encontrássemos.
Tivemos um bom primeiro encontro que não podia ter terminado melhor, ela gostou de mim, e poucos dias depois estávamos “oficialmente” namorando.
Veja todo o esforço que eu fiz, saindo sozinho, superando minha ansiedade e medo de falar com gente estranha, passando vergonha tomando fora na rua, conseguindo um contato de alguém do meu tipo; sendo ignorado nas mensagens, conseguindo um encontro, conseguindo atrair, conseguindo um relacionamento…
E isso tudo com uma mulher muito bonita, afinal Shan era uma personal trainer e professora de Yoga, tinha um corpo escultural, um sorriso avassalador e chamava atenção em qualquer lugar que passasse.
Percebi muito rápido que todo meu esforço poderia ir por agua abaixo, ou ser de alguma forma minado, já que ela trabalhava em três academias diferentes, e era literalmente assediada em todo lugar.
Jovens de nariz em pé, barriga trincada e muito tempo (e grana) sobrando para se dedicar à aparência tentavam dormir com ela diariamente, oferecendo favores, se exibindo e tentando contato.
Isso acontecia no ambiente de trabalho dela e no celular, o tempo todo. Foi então que eu decidi por este tipo de amarração temporária, que garantia que minha voz prevalecesse sobre a dos tantos outros que a estimulavam o tempo todo.
O perigo não era apenas de ela “ceder” à algum deles e realmente fazer algo com alguém, mas este tipo de estímulo e validação pode destroçar com o ego das pessoas quando envolvidas num relacionamento e comprometidas com alguém.
A ideia de opções demais gera muito fácil a “síndrome de netflix”, onde o filme que você escolhe perde muito rápido a atratividade quando você acha que poderia estar assistindo a quinhentos outros no mesmo momento.

Sim, claro, a história (e a vida) nos ensina que somos a espécie mais confiável e menos influenciável do universo. Agora, voltando à realidade depois deste delírio infantilóide…
Eu fiz este tipo de amarração utilizando um filtro que preparei com auxílio de uma magia tailandesa e algumas coisas pessoais, bem como um servidor e um espírito de influência (um egum).
O servidor tinha por missão tapar ela para as influências dos outros, mesmo que para isso tivesse de fazer com que isso começasse a perturbá-la (ou perturbar ela para associar isso ao assédio dos outros), e o espírito me representar na minha ausência.
O filtro era o verdadeiro segredo dessa amarração. Tivemos um relacionamento muito forte, especialmente sexual, uma paixão intensa, mas que começou a se deteriorar depois de meses.
Qualquer tipo de amarração faz a pessoa te dar o que ela tem para dar, nunca mais do que isso! E logo eu vi que isso estava fazendo mal para ela e para mim. Só que as forças que você coloca em jogo pouco se importam com isso.
Tentava me separar dela, mas ela sempre voltava. Às vezes pensava que tinha conseguido, por fim, pois alguns dias tinham se passado, mas de alguma forma ela aparecia na minha porta, ou ficava perguntando se eu estava em casa para conversar.
A conversa sempre terminava da mesma forma, na cama. Isso pode parecer muito legal, mas era realmente exaustivo. Não conseguíamos separar, mesmo que os dois estivessem já saturados e soubéssemos que era melhor para ambos.
Tive que fazer uma outra magia com prego de cemitério e dois bonecos carregando servidores, agradados com cachaça, para que, por fim, ela parasse de me procurar e aparecer na minha porta.
Funcionou um pouco além do que o meu objetivo inicial, mas nesse tipo de magia a “dosagem” nunca é exatamente aquela que você imagina, afinal é um relacionamento, envolve você, as forças que você usa, a outra pessoa e as forças dela.
Tenho quase certeza que eu poderia ter vivido um relacionamento com ela sem este tipo de magia, mas não seria nem de longe tão divertido e instrutivo quanto foi, pois essa experiência serve para ilustrar para você e dar um aviso também.
Não houve prejudicados, famílias quebradas, pessoa obsediada, nem escândalos. Já tive relacionamentos com outras pessoas em que não usei qualquer tipo de magia e deram muito mais trabalho ou foram mais frustrantes.
Lembro da Shan com carinho, mas ela é uma das poucas pessoas que namorou comigo e me detesta, com certeza mais pela magia de separação do que pelo fato de não termos ficados juntos para sempre.
Isso nos leva à uma outra lição muito importante: Se você se diz magista, ou se você tem um poder-método para amarrar alguém, você automaticamente tem também o de desamarrar, ou não deve nem se meter a fazer isso.
Nenhum magista com o mínimo de instrução amarra alguém sendo incapaz de desamarrar, mesmo que dê trabalho para isso.
Se você mexe com magia, evoca um demônio e ele aparece, e você entra em pânico e começa a rezar, você deve desistir deste caminho.
Alguém que chame um demônio (em qualquer sentido) com eficiência, é naturalmente capaz também de mandá-lo embora e bani-lo. Do contrário você demonstra uma mente demasiado temerosa (que não combina com magia), ou uma prática manca, incompleta, falta de instrução.

Só faça qualquer tipo de magia de influência se tiver a certeza, ou pelo menos a instrução, de formas de desfazer aquilo com o menor dano possível para todos os envolvidos.
Magia não tem moral, mas se você não tiver ética pessoal, não vai demorar muito tempo nesse meio.
Este tipo de amarração é eficiente na maioria das vezes, recomendado quase sempre que necessário, será prejudicial se você não souber como desfazer, mas nem de longe é “cruel” ou “errado”.
Errado é permitir que seu esforço seja jogado fora por influências que você seria capaz de conter e não o fez por preguiça, falsa moral ou medo.
– Amarração Unilateral (nem todo querer é Vontade)
Eu disse que não entendo o por quê de no Brasil muita gente olhar a amarração amorosa como um tabu, até mesmo dentro de muitas quimbandas.
Mas eu aprendi muito rápido que se trata de um país onde a imensa maioria das pessoas vê a amarração amorosa como esta única forma de feitiço, que é a amarração unilateral.
Unilateral significa “de um lado só”. Nem todas as pessoas que procuram por uma amarração unilateral querem ficar com alguém famoso, rico, ou já comprometido.
A maioria das pessoas que busca este tipo de amarração amorosa quer ficar com alguém que não tem interesse, não tem afeto nem disponibilidade para ficar com ela.
Estas pessoas demonstram logo de cara uma Vontade falha, torcida e fantasiosa. Não se pode fazer magia à partir de uma Vontade assim, é no mínimo ineficiente, e muitas vezes desastroso, então elas procuram por bruxos e pessoas que possam fazê-lo com eficiência.

Amor unilateral é fantasia de uma pessoa só, projetando imagens e cenas em um outro alguém, sejam tiradas da própria mente solitária e carente ou de um passado que já não cabe mais no presente.
Aqui na Ásia, muito pouca gente aceita fazer este tipo de amarração amorosa, pois a chance de dar certo é muito pequena, à menos que se faça um ataque para o alvo descer, ficar mal, onde o encomendador da magia possa então entrar nessa vulnerabilidade, e amarrar a pessoa em seus problemas.
Eu já vi funcionar este tipo de magia, mas nunca vi ninguém ficar satisfeito com isso. São relacionamentos infernais, ansiosos, muitas vezes abusivos e tóxicos. Eles costumam também se desfazer em alguns anos, caso o ataque à pessoa alvo não seja frequentemente refeito.
Este tipo de amarração amorosa é perigosamente prejudicial. Você se relaciona com uma “vítima”, um magiado atacado e vulnerável aos outros. O alvo não muda seus gostos nem sua forma de afeto, não promovendo satisfação afetiva, apenas ficando preso na pessoa, geralmente por dificuldades financeiras e falta de escolhas.
A pessoa que faz esta amarração amorosa, já que magia amplifica tudo, está declarando para si e no seu universo que não é capaz de ter outro relacionamento se não for o imaginado, e tem a tendência à ficar mais isolada e atrair mais rejeição e até traições de todo tipo.
Não recomendado, só é eficiente em poucos casos (onde o ataque à vida do alvo é bem sucedido), não é satisfatório para nenhum dos envolvidos, e é facilmente quebrável por um magista de igual ou maior calibre do que o que fez.
Não faça este tipo de magia! Se valorize, cresça. Se for em relação à alguem de seu passado, deixe o passado passar. Na China tem um velho ditado de sabedoria popular: 旧不走,新不来 (jiu bu zou, xin bu lai) ou “se o velho não vai, o novo não vem”.
Na maioria das vezes, no entanto, não tem relação com o passado, mas é pura imaginação, projeção de carência e cisma; então recomendamos neste caso psicoterapia, não magia.

Para gente doida, magia pode ser como açúcar para formigas, extremamente atraente, pois pode ser usada para inventar muita coisa e justificar tantas outras. Mas se a pessoa estiver mentalmente problemática, imatura e cheia de manias, amplifica tudo isso e só causa mal.
Muitas pessoas, no entanto, não são mentalmente perturbadas, são apenas sensitivas, médiuns. Para estas pessoas, como eu, ainda assim o cuidado é essencial, e jamais começar a magiar todo mundo sem uma base de estudo sólida ou o auxílio de alguém mais experiente para aconselhar.
Pontos de Amarração
Agora você já sabe os quatro tipos principais de amarração, as variáveis ocorrem dentro deles. Uma delas por exemplo é a magia de fazer alguém voltar após uma separação, e esta variável pode ocorrer em qualquer um dos quatro tipos dependendo da situação.
Você também já sabe que nem todo tipo de amarração é ruim ou negativo, e que amarração não transforma ninguém em escravo sexual nem faz uma pessoa que não gosta de alguém começar milagrosamente a gostar.
Vamos rever alguns pontos resumidos para relembrar:
– Amarração como qualquer tipo de instrumento pode ser usado, dependendo da situação, para algo útil, justo e protetor, ou para algo negativo, invasivo e agressor.
– Amarração pode ser cruel, mas algumas vezes a crueldade convém.
– Amarração não é milagre. Saia do universo Harry Potter.
– Amarração tem diversas formas de fazer; com espíritos, com pós, com óleos, com sangue, com fluídos sexuais etc…
– Amarração tem diversos usos, e se tudo der errado, se você pode amarrar, você pode desamarrar, ou não deveria fazer este tipo de magia, até por ética.
– Não recomendo amarração, a não ser para casos extremos.
– A soma de 1 + 1 nunca é apenas dois na área afetiva. Pense que a outra pessoa tem forças, problemas e influências vindas de fora.
– Jamais mexa com uma família, isso é totalmente desastroso segundo os magos asiáticos.
– Muitas vezes a amarração mexe em forças de outras áreas da vida como saúde e prosperidade, por isso é preciso estar muito bem aconselhado(a) e instruído(a) antes de se decidir por este tipo de magia.
Estes são os pontos chaves de nosso estudo, e eu tenho certeza que ele acrescentou algo que você não vai ver por aí de graça.
Estes ensinamentos esotéricos são essenciais no mundo de hoje, em que muita gente vai para podcasts e faz vídeos mais para se mostrar e ostentar títulos do que para passar instrução que acrescente à quem assiste.
Antes de terminar, deixa eu te dizer que amarração é coisa séria (como você já viu), e que se você precisar de conselho quanto a isso, bem como esclarecimento e instrução sobre você, sua hierarquia espiritual, suas vidas passadas, suas linhas de trabalho, seus relacionamentos, a forma como você lida com magia, seu Feng Shui, nome, cores e cheiros de poder, eu posso te ajudar.

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Nos vemos lá,
Fiat Lux!!
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Esse estudo me deu bastante no que pensar, principalmente do ponto de vista da ética pessoal.
No meu caminho, sempre fui aconselhada a não fazer nada que influencie o livro arbítrio dos outros. Inclusive, tempos atrás, comentei que ia fazer uma “honey jar” para melhorar as relações no ambiente de trabalho. Uma professora orientou para fazer com a intenção de que o ambiente de trabalho melhorasse pra mim, ao invés da intenção de que gostassem de mim, ou que tivéssemos boas relações, para não interferir na vontade do outro.
Pensando assim, esse exemplo seria um feitiço/magia de influência, né?!
O artigo levanta muitos pontos que me fizeram refletir sobre a questão do livre arbítrio, da influência e da ética, enxergando agora muito mais complexidade do que já supunha.
De fato, influenciamos e somos influenciados constantemente, uma dança tão orgânica nos movimentos das nossas relações que torna difícil entender o limiar entre a vontade própria e as influências.
Fiquei com uma questão, Martin: no caso da amarração familiar, essa magia não poderia ser substituída por uma magia de proteção ao casal? Ou necessariamente para essa proteção acontecer é preciso intervir dessa forma?
Por fim, obrigada por mais um texto retratando o assunto de forma muito sensata e original, com conteúdo repleto de informações valiosas, que são fruto de evidentes anos de experiência prática e muitos estudos.
Olá Paloma, que bom que gostou da instrução. De fato nos influenciamos mutualmente o tempo todo, especialmente quando temos interesse por trás das nossas interações, e quase sempre temos.
Quanto à sua dúvida sobre a proteção espiritual, ela é um hábito, e não apenas um ritual. A Amarração Familiar é usada geralmente em questões onde começa a doer, onde já existe alguém sobre uma influência externa, e neste caso rituais de proteção não costumam ser muito eficientes, é difícil proteger alguém de seu próprio desejo e decisões tomadas sob influências erradas e nocivas sem interferir de alguma forma na mente da pessoa, e por isso este trabalho é considerado uma amarração.
Eu tenho os dois pés atrás com Magia que diz não influenciar as pessoas ou o ambiente, o simples fato de existir e ocupar espaço já é uma alteração no ambiente, até se fôssemos feitos de madeira. Temer influenciar nosso espaço e as pessoas ao redor, pode ser uma forma de auto-sabotagem e vaidade espiritual que temos de nos blindar contra.
A concretização do desejo de um, pode inevitavelmente tirar algo que outra pessoa considere “dela”, e é seu direito e dever fazer isso com os laços que cria ou vai criar.
Outra coisa que pensei, no tópico da amarração unilateral, é que muitas vezes é possível que as pessoas acreditem que o querem é possuir uma outra pessoa, mas esse “querer” é uma cortina encobrindo diversas questões psicoemocionais pra não dizer egóicas das quais a pessoa não tem muita consciência ou trabalha, daí a fuga de si ao projetar sua felicidade, sucesso ou validação em um outro alguém com quem pode ter nula ligação. O que até considero natural acontecer naquela fase da vida em que estamos perdidos, desde que seja uma fase!
Exatamente. Por isso recomendamos neste caso a psicoterapia e não mais magia ou ocultismo. Muitas pessoas procuram o ocultismo para ocultar problemas e questões mentais que precisam ser solucionadas primeiro, para depois sim se engajar num estudo e prática de espiritualidade.
No caso da amarração unilateral, se diz como prejudicial, mas ainda seria errado se o relacionamento teve seu fim por influência de magia também? Se a separação veio através de demanda?
Olá Matheus, não existe “Certo ou Errado”, existe o prejudicial e o benéfico, bem como o eficiente e o ineficiente. Dependeria da situação. Uma pessoa que vai embora “magiada”, quando volta “magiada” continua sendo uma pessoa vítima de um feitiço, de uma Vontade inconstante, e uma passividade espiritual que deve levantar dúvidas sobre o relacionamento com uma pessoa assim.
Geralmente as demandas que levam uma pessoa embora dessa forma não são ritualísticas, como explicamos nos vídeos do Instagram, e neste caso sim, poderia se utilizar do Ritual como forma de trazer de volta, mesmo assim depende da situação, por isso é jogado um oráculo e feita uma consulta antes de qualquer um destes rituais em qualquer lugar sério.